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— Acho que você sabe como funciona os simuladores, certo? Não deve ser tão leiga assim. — Oscar fala.

Nathalie vira o rosto para ele, desacreditada com o que ouviu. Ele preferiu devolver com o silêncio, era o seu segundo dia como uma pilota na Fórmula um, então ainda teria que construir algo a se temer.

Isso é algo que lhe fez sentir falta na Fórmula dois: o seu legado. Todos sabiam quem ela era, o que fazia e como fazia. Tinham medo de Nathalie nas pistas porque sabiam que ela não precisava de muito para uma vitória.

Mas agora ela tinha a plena consciência de que teria um pouco de trabalho para alcançar essa mesma posição aqui.

— Alguém acordou de mau humor hoje. — Ela sibilou para a sua assistente, que não também não entendeu o motivo da grosseria do garoto.

Nathalie se sentou e começou a treinar no simulador, e logo de primeira, notou a diferença de velocidade comparada com o carro que dirigia. Era algo a se acostumar, de fato, mas nada impossível para ela.

Já adaptando-se com as diferenças, ela nem percebeu que estava treinando, apenas tratou a sessão de treinos como uma horinha a mais no videogame. Ela ria vez ou outra com o volante em mãos, ouvindo os resmungos de Piastri, que parecia estar com dificuldades em alguma coisa.

Ela fazia ultrapassagens com facilidade, pois não era a primeira vez em um simulador, e ela gastava horas em casa jogando.

Após a sessão de treinos, Nathalie passou o resto da tarde na academia. Sabia que agora iria treinar com mais intensidade se quisesse ter bons resultados com o seu carro.

O rosto de Oscar se fechou ao ver Nathalie na academia do prédio laranja. Não sabia o porquê, mas a garota o irritava profundamente.

E era mais irritante ainda porque era muito bonita. O cabelo vermelho da garota balançava em um rabo de cavalo, enquanto ela segurava e agachava o dobro do seu peso nas costas.

Pensou em como era possível que ela aguentasse tanto peso assim. Ela não era tão baixa, mas não era exatamente um exemplo de altura, e tinha o corpo magro como o de uma modelo.

Ele observa o rosto dela ficar da mesma cor que o cabelo, enquanto ela levanta e trava o peso. Ela cai deliberadamente no chão, fraca.

Não soube porquê fez isso, mas correu até ela, agachando-se ao seu lado.

— Você está bem? — Piastri pergunta, para a garota com a cabeça baixa.

Ela levanta o rosto, olhos azuis fitando os olhos castanhos. E então ela sorri, desconcertada.

— Sim, estou. Não se preocupe. — Uma risada escapa dos lábios dela.

Oscar se levanta, mudando de humor rapidamente por causa do susto. Ele olha para ela como se ela tivesse arrancado preciosos segundos de vida dele, desde o momento em que ele correu até ela.

Nathalie detesta garotos rudes. Piastri era mais um deles.

Ela se levanta com uma certa dificuldade, encarando ele firmemente antes de ele sair andando pela academia vazia.

Sem se dar o trabalho de ligar para a mal educação, ela continua o seu treino sozinha, mas ainda sim sentindo os olhares de Piastri queimarem as suas costas.

Ela suspira, ignorando outra vez os pensamentos e aumentando a música em seus headphones.

...

Nathalie saltita sobre os coturnos pretos antes de entrar no paddock. Seu primeiro treino livre seria hoje, e nada poderia estragar o humor da garota.

Ela sorri para as câmeras assim que chega. Todos estavam curiosos para saber sobre a nova pilota, filha do famigerado Kimi Raikkonen.

Mas Nathalie dispensava as perguntas sobre ele, agora seria sobre ela.

Sorriu para as fotos antes de entrar no conhecido prédio laranja, onde alguns engenheiros a cumprimentavam com animação.

E a garota já estava dando o que falar logo no primeiro dia, não só pelo carisma e beleza, mas também pela ótima escolha com a suas roupas.

Esbanjava quase todas as peças em preto, desde o coturno até a saia de couro reluzente, e apenas a regata branca.

Tinha contratado uma estilista pessoal, coisa que nunca havia feito antes, mas que percebeu ser de tremenda importância.

Caminhando pelo prédio, ela dá de cara com o seu companheiro de equipe, que chegou no elevador ao mesmo tempo que ela.

Ele apenas levanta as sobrancelhas, dispensando formalidades.

— O gato comeu a sua língua? — Nathalie brinca com o fato de Oscar quase não falar, pelo menos, não perto dela.

Ele vira o rosto para ela, que tinha a animação de mil dias ensolarados de verão.

— Não. — Ele responde, cedendo parcialmente a presença dela. — Grande dia, não?

— Certamente. — Nathalie sorri. — Também está indo para a sala de reuniões?

Ele assente, e eles ficam em silêncio enquanto o elevador sobe.

— Não é muito falante, né? — Ela pergunta, quase afirmando.

Ele comprime os lábios.

— É.

Nathalie fecha os olhos para poder revirá-los com educação. A pequena conversa conseguiu lhe dar nos nervos, mas ela se concentrou e lembrou que era o dia.

Nada iria estragar o seu dia, nem mesmo o esquisitão do Oscar Piastri.

Ou iria?

⋆ 𝐋𝐎𝐕𝐄 & 𝐖𝐀𝐑 - OSCAR PIASTRI.Onde histórias criam vida. Descubra agora