Capítulo 29: Gincana Mortal

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POV: APOLLO

—APOLLO, O ZEUS ESTÁ TENTANDO MATAR A AFRODITE DE NOVO!— Me levanto de uma vez só, ainda sonolento.

Corro até a cozinha e encontro meu pai segurando o Zeus, enquanto Afrodite chorava no cantinho. Esse cachorro virou um pai assassino depois que Artemis procriou, sempre está tentando morder ou comer os filhotinhos e por isso meu pai doou a maioria, mas Afrodite era a minha favorita e resolvi ficar com ela.

—Como ele conseguiu sair da coleira?— Pergunto pegando Afrodite nos meus braços, verificando se ela não foi gravemente ferida.

—Já viu o tamanho dele? Está imenso de gordo, precisamos fazer uma dieta se quisermos que esse Pitbull tenha uma vida próspera.— Meu pai faz um carinho no Zeus, que abanava o rabo como se nada tivesse acontecido. —Ele quer a atenção de Artemis o tempo todo, se deixar Afrodite solta assim, ele vai continuar tentando comer ela.

—Eu sei disso, eu vou dar um jeito.— Respondo e ando até meu quarto para colocá-la em um lugar seguro. —Coitada de você, nem precisa de inimigos quando seu pai aparece para te matar toda a vez.— Afrodite anda pelo meu quarto inteiro com passinhos tortos.

Meu pai era um pouco obcecado por nomes mitológicos, todos os animais que ele criou, tinha nome de algum Deus, até minha mãe me parir e adivinha? Pois é, recebo o nome do Deus do sol, um pouco irônico já que meus poderes não são nem um pouco iluminados.

A minha mãe infelizmente faleceu por complicações no parto, então nunca a conheci na vida, mas meu pai sempre cuidou muito bem de mim e não me deixou faltar nada, me ensinou a ser o que eu sou hoje em literalmente todos os aspectos.

Sou um prestígio, mas não foi apenas por mérito meu.

Pego minha toalha e minhas roupas para ir à escola, não estava com vontade nenhuma hoje, mas precisava me esforçar pelo futebol americano. Ainda era arriscado demais faltar a semana toda na escola para irmos até a família da Zana, mas não tinha muita opção, já que Lysandra estava no nosso pé quase vinte e quatro horas, chegava a ser insuportável, e sendo bem sincero, ela não ligava para a escola e só virou diretora para nos cercar.

Eu achava que estávamos atrasados demais nos planos, mas não posso culpar as meninas, não tínhamos uma pessoa para nos treinar e a única opção era se virar com o que a gente tinha.

Me arrumo rapidamente e saindo de casa me despeço do meu pai que estava varrendo a rua, às seis e meia da manhã, coisa de velho.

—Se cuide, e cuide dessa pedra Apollo.— Escuto a sua voz séria e balanço a cabeça.

—Alguma vez eu já perdi ela? Fica tranquilo pai, só irão tirar ela de mim quando eu estiver morto.— Falo firmemente para ele acreditar nas minhas palavras, ele não olhou para mim mas eu sei que confiava nas minhas palavras. —E outra coisa, talvez eu tenha que dar uma saída por alguns dias, vou para o Brasil.

—E a escola?— Ele finalmente me olha, parando de varrer.

—Vamos faltar, mas não são muitos dias, talvez apenas quinta e sexta, segunda já estaremos de volta.— Respondo e ele dá de ombros, voltando a varrer.

—Não morrendo ou reprovando, tudo bem.— Ele resmunga e eu solto uma risada baixa, meu pai era tão tranquilo. —Espero que isso se resolva logo.

O Sangue da Magia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora