Capítulo 32: Camarote do Wesley Safadão

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A birosca da Zana era um pouco caótica, tinha mesas de plástico vermelha, azul e amarela, as cadeiras que acompanhava eram da mesma cor. Tinha uma sinuca e uma máquina enorme com alguns microfones ao lado, no fundo do bar tinha bebidas em conservas e um freezer de sorvete, e também tinha algumas bebidas que eu nunca tinha visto.

No balcão tinha várias coisas misturadas: balas, chicletes, bebidas, revistas, biscoitos e coisas que eu não conseguia identificar, além do bar ter cheiro de tabaco e cerveja, a energia era completamente alegre. Os idosos dançavam agarrados um ao outro e cantavam no ritmo da música que tocava.

Se eu te encurralar no meu barraco
Você vai ficar é louca
É louca de prazer
O couro vai comer
Se você deitar na minha cama eu vou te arrepiar
Bora se entregar
E fogo não nego
Também não arrego

Bora, bora, bora, bora
Bora se entrosar
Bora, bora, bora, bora
Bora se esfregar
Umbora, umbora, bora, bora
Se acabar neném
Só no rala e rola
E no enh, enh, enh

—Finalmente veio cumprimentar os parentes, achei que tava tentando se esquivar de nós.— Um homem barbudo e de meia idade grita para Mônica, que colocava a tal feijoada em uma das mesas de feijoada.

—Até parece que eu ia escapar de vocês, uma hora eu teria que enfrentar né.— Ela responde alto pelo volume da música e das pessoas gritando ao sair de um carro bem precário.

Não sei como um carro daqueles aguentou tanta gente, saiu quatro pessoas do banco de trás, mais dois do motorista e passageiro, e um no porta malas?

—Zanaina! Quanto tempo, soube que você estava na gringa, que chique, trouxe uma Monalisa para eu?— O homem que estava dirigindo anda até a Zana, bagunçando seu cabelo, ele olha para nós com um olhar de dúvida. —Olha já, trouxe gringo para cá também, prazer pessoas.

—Burro idiota, se são gringos eles não irão entender Né?!— A mulher que estava no banco do passageiro colocou outra panela na mesa, do lado da feijoada. —Trouxe a farofa que pediu, os meninos compraram a Coca-Cola.

—Caro demais aqui, Deus me livre!— O garoto que saiu do porta-malas disse, parecia ser apenas mais um pouco mais velho que nós.

—Falei que a Coca-Cola daqui está sete reais, comprou porque quis!— Mônica rebate o garoto, que fecha a cara. —Zaninha, apresenta eles para os Viturinos.

—Bem, esses são os Viturinos, a minha família.— Zana começa a dizer, e todos começam a prestar atenção em nós. —O mais velho da família é o tio Arlindo, pai da minha mãe e da tia Patrícia.— O senhor barbudo estendeu a mão para cada um de nós.

—Ah, então esse é o tal Arlindo que o Clyde não queria ver.— Falo enquanto aperto sua mão, Zana traduz o que eu disse e o velho solta uma risada de fumante.

—Esse gato é o cão!

—O meu tio Arlindo mora aqui junto com a tia Patrícia, a Tábata é a minha sobrinha, filha do meu irmão mais velho joel.— Zana continua apresentando a sua família. —Aqueles são os tio Gerivaldo e a tia Carla, e esses quatro são meus primos Madu, Vinícius, Micael e Jhulia.

—Quanta gente...— Morgana resmunga baixo, e eu seguro a risada, me lembrava muito a família de Roxie.

Todos eram praticamente iguais: Pardos, cabelos lisos ou ondulados e cumpridos, talvez seja a característica do povo nortista. Zana e mônica eram as únicas que tinham cabelos tingidos e bronzeadas, os demais eram bem mais escuros e tinham cabelos negros naturais.

O Sangue da Magia [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora