Capítulo 26

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Rui

O escritório da ilha estava um caos constante uma tempestade de papéis e relatórios que nunca parecia se dissipar. Eu me sentava em minha mesa cercado por documentos e com a tela do computador piscando com atualizações intermináveis. A pressão era intensa e cada minuto parecia uma eternidade enquanto eu revisava os planejamentos dos complexos de condomínios na Europa.

Hoje minha mente estava totalmente mergulhado no trabalho. Com a viagem para São Paulo marcada para amanhã à noite eu precisava garantir que tudo estivesse impecável antes de partir. O dia começou cedo e sem pausas. O telefone não parou de tocar e cada ligação e-mail ou mensagem exigia minha atenção imediata. Eu estava tão imerso nos detalhes que a sensação de passar o tempo sem perceber se tornou quase comum.

As reuniões de amanhã eram críticas. Cada aspecto dos projetos precisava estar afinado cada número revisado. Eu tinha uma lista de tarefas que parecia não ter fim e a responsabilidade de não deixar nada passar despercebido era minha. Era a única maneira de manter a ordem e garantir que tudo corresse conforme o planejado. As manhãs eram preenchidas com conferências e discussões sobre cada aspecto dos projetos. A equipe estava no limite da exaustão mas o ritmo não diminuía. Cada decisão que eu tomava era crucial para o sucesso dos empreendimentos.

Quando a tarde chegou a carga de trabalho não diminuiu. Eu me vi revendo cada relatório mais uma vez,l discutindo detalhes com fornecedores e tomando decisões sobre ajustes de última hora. A complexidade dos planejamentos para mais complexos de condomínios na Europa era um desafio em si e eu precisava estar em cima de cada detalhe para garantir que nada falhasse.

A noite começou a cair e eu me preparei para o próximo passo. Olhei para o relógio e percebi que era hora de lidar com o assunto pendente. Com um toque firme no teclado enviei uma mensagem.

Israel

Israel venha com o Vinícius para o escritório. Preciso falar com vocês agora.

A mensagem enviada eu continuei revisando os últimos detalhes enquanto esperava a chegada deles. A noite estava silenciosa no escritório com apenas o som do teclado e o murmúrio da máquina de café quebrando o silêncio. Logo ouvi a porta se abrindo e vi Israel e Vinícius entrarem com expressões de expectativa e um leve nervosismo.

-Boa noite.
Comecei levantando-me da mesa e dirigindo-me a eles.

Sem mais explicações eu peguei um casaco e um boné e os três saímos do escritório. O caminho até a mata estava bem ilumina mas a atmosfera era carregada de tensão. Israel e Vinícius me seguiram em silêncio.

Chegamos a uma área isolada da mata um local que servia como uma área de armazenamento para algumas ferramentas. Puxei uma das pás e a entreguei a Vinícius que olhou para mim com uma mistura de confusão e apreensão.

-Aqui.
Falei entregando-lhe a pá.
-Você vai cavar um buraco.
Falei bem sério ele me olhou assustado.

Eu o observei enquanto ele pegava a pá e começava a trabalhar. A intenção não era apenas mostrar o que estava em jogo mas garantir que ele compreendesse a seriedade da situação. O buraco precisava ser profundo o suficiente para que a lição fosse clara.

Israel permaneceu ao meu lado atento a cada movimento. Não havia necessidade de mais palavras. A tarefa de Vinícius falava por si mesma. Eu observei o trabalho dele mantendo uma expressão impassível meu olhar fixo no buraco que começava a se formar ele nervoso cavando o buraco.

Você Não Ama Ninguém - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora