Yanka
Entrei no meu apartamento mal conseguia ver onde estava colocando os pés enquanto cambaleava pelo corredor do apartamento. Mariana estava ao meu lado igualmente bêbada e nós duas pareciam estar numa competição de quem conseguia caminhar de maneira mais desengonçada. O som dos nossos saltos batendo no chão de mármore parecia ecoar pela casa.
Quando finalmente chegamos à sala algo chamou minha atenção: várias malas estavam espalhadas pelo chão algumas abertas e outras apenas meio fechadas. Meu cérebro embriagado e lento demorou alguns segundos para processar a cena.
-O que está acontecendo aqui?
Perguntei tentando soar autoritária mas a minha voz saiu mais para um grito bêbado do que uma demanda séria.Mariana olhou ao redor a expressão no rosto dela parecia tão confusa quanto a minha. Fui em direção ao meu quarto na esperança de encontrar alguma explicação. O que vi me deixou completamente paralisada as empregadas estavam mexendo nas minhas coisas colocando tudo em malas com uma eficiência quase militar. E em um canto Israel o segurança do Rui observava a cena com um olhar impassível.
-O que está acontecendo aqui?!
Eu gritei a voz cheia de indignação e uma pitada de desespero.
-Por que estão mexendo nas minhas coisas?
Gritei olhando para as empregadas que se assustaram e olharam para o Israel que levantou o olhar para mim e sua expressão não demonstrava emoção alguma.-Você vai para Ponta Porã.
Ele disse com uma voz tão firme que parecia não admitir qualquer tipo de contestação.Eu não consegui me segurar e comecei a rir descontroladamente. A ideia de ir para Ponta Porã me parecia absurda e o álcool só intensificava minha reação.
-Já estou lá!
Exclamei ainda rindo.
-Não vou a lugar nenhum!
Falei negando com a cabeça rindo-seMas Israel não parecia disposto a brincar. Ele se manteve sério e determinado.
-É uma ordem do Rui. Você vai e pronto.
Falou autoritárioEu olhei para Mariana e não consegui conter outra onda de risadas.
-Meu irmão enlouqueceu de vez!
Eu disse entre risos.Enquanto eu ainda lutava para recuperar o equilíbrio percebi uma das empregadas mexendo nas minhas calcinhas. O riso que antes dominava o meu corpo desapareceu instantaneamente substituído por uma onda de indignação e choque.
-Pare com isso!
Gritei minha voz cortando o silêncio.
-Parem de mexer nas minhas coisas! Eu não vou a lugar nenhum! Solta minha calcinha! E você o que está fazendo aí parado, vendo minhas calcinhas?!
Gritei e olhei para Israel que estava observando a cena com uma expressão impassível. Senti uma mistura de raiva e frustração.-É uma ordem do Rui. Você vai para Ponta Porã, e é isso.
Disse ele a voz firme e inflexível.Eu não consegui me controlar. Minhas emoções explodiram e com um grito agudo e infantil, eu berrei.
-Eu já falei para o Rui! Que aquele lugar é desconfortável para mim eu não me sinto em casa! Eu me sinto mal! Eu não quero ir! Nosso pai tirou a vida naquela casa!
Comecei a chorar desesperadamente minha mente girava com a ideia absurda de ser forçada a ir para a Ponta Porã!
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Você Não Ama Ninguém - Volume III
FanficVocê não ama ninguém será que agora amando?