Capítulo 38

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Yanka

Tem duas coisas que não pode faltar quando uma garota está sofrendo! Vinho e Taylor Swift!
Talvez eu tenha bebido uma garrafa inteira de vinho e ligado histérica para o meu avô e agora estou tendo que lidar com as mensagens do meu irmão puto comigo.

Até que para um babada não tenho ideias ruins ir para Itália verão europeu seria uma boa para mim...Mais infelizmente tenho trabalho para continuar a fazer.

"Blank Space" ressoa pelas paredes e eu não posso deixar de cantar junto a letra parece feita sob medida para mim.

José... Ah José. Desde a primeira vez que coloquei os olhos nele eu o idealizei. Na minha cabeça ele era perfeito. Aquele sorriso charmoso o jeito que ele me fazia rir como se o mundo girasse ao nosso redor. Eu pensava que ele era o homem dos meus sonhos. Que tola eu fui.

Tudo começou a desmoronar em Angra dos Reis. Ele me deu um perdido como se não houvesse nada de errado como se eu não fosse nada! E então Mariana me mandou aquela foto. José na balada com outra mulher. Eu não queria acreditar mas precisava ver com meus próprios olhos. E lá estava ele cercado pelos amigos e ela... no meio de todos rindo e se divertindo como se eu não existisse!

A dor foi como um soco no estômago. Senti meu coração se despedaçar como vidro se estilhaçando. Aquele homem que eu idealizei o homem que eu pensei que seria meu para sempre não passava de uma ilusão. Ele me traiu! Em uma balada no meio de todos traiu a confiança e o amor que eu tinha por ele.

E agora estou aqui abrindo outra garrafa de vinho tentando enterrar a dor no fundo de uma taça.

-Got a long list of ex-lovers, they'll tell you I'm insane.
(-Tenho uma longa lista de ex-amantes eles vão te dizer que sou louco.)
Canto junto com Taylor porque talvez só talvez eu esteja ficando mesmo louca. Mas sabe de uma coisa? Se ser louca significa não aceitar ser tratada como segunda opção então que assim seja. Vou beber vou cantar e vou me reerguer. Porque eu sou muito mais do que aquilo que José jamais poderá entender.

Eu sou Yanka Fortunato e vou encontrar meu próprio final feliz com ou sem ele.

A última coisa que me lembro é de cantar "Blank Space" a plenos pulmões e abrir mais uma garrafa de vinho. O resto é um borrão mas o estado em que acordei não deixa dúvidas de que foi um desastre.

Minha cabeça lateja como se alguém estivesse batendo incessantemente contra ela. Olho para o relógio na parede e para meu horror já são 17h. Passei o dia inteiro dormindo.

Me forço a sair da cama cada movimento é um esforço. Quando chego ao banheiro me deparo com o meu reflexo no espelho. Estou péssima. Cabelo desgrenhado maquiagem borrada e uma expressão de cansaço profundo. Respiro fundo tentando ignorar o nó no meu estômago e entro no chuveiro. A água quente é a única coisa que parece me dar um pouco de alívio mas mesmo isso não consegue apagar o que aconteceu na noite anterior.

Depois do banho volto para o quarto e escolho uma roupa confortável mas que não denuncie o quanto estou péssima. Na sala vejo o estrago que fiz. Cacos de um vaso que arremessei no chão ainda estão espalhados pelo chão. Não foi uma das minhas melhores ideia especialmente depois de ter mandado a empregada para casa. Agora não só estou emocionalmente devastada mas também cercada pela bagunça que eu mesma criei.

Ignorando a desordem vou até a cozinha. Preciso desesperadamente de um remédio para a ressaca e o encontro na última gaveta do armário. Engulo o comprimido com um copo d'água e olho para o relógio novamente. São 17h30. Tenho que estar na casa do Rui às 19h para o jantar.

Você Não Ama Ninguém - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora