Capítulo 54

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Maratona 3/5

Mariana

Acordei com a luz do sol invadindo o quarto e uma dor de cabeça latejante que parecia pulsar no ritmo do meu coração. Lembrei-me vagamente da noite anterior: risadas champanhe e claro aqueles beijos. Senti um frio na barriga ao lembrar de como tudo aconteceu. Eu sempre soube do interesse do Marcelinho em mim mais nunca pensei que fosse algo realmente sério e ontem ele me surpreendeu demais.

Sem promessas eu havia dito repetidamente mas era como se isso não importasse mais. O beijo de Marcelinho tinha sido inesperado mas de uma forma que não consegui evitar. Havia um brilho em seus olhos um desejo que eu sempre soube que existia mas que nunca tinha se tornado tão palpável.

Levantei-me devagar da cama tentando ignorar a dor de cabeça que insistia em me acompanhar. O espelho refletiu meu estado: cabelo bagunçado maquiagem borrada. Olhei para o relógio na parede e quase cai para trás eram 10 horas da manhã. Como assim tão cedo? Fui dormir às 3 da manhã e mesmo assim acordei tão cedo. A realidade de ter dormido tão pouco após a intensidade da noite me fez sentir ainda mais confusa.

Entrei no banheiro liguei o chuveiro e deixei a água quente cair sobre mim. O calor me envolveu e enquanto tentava me lembrar de cada detalhe da noite passada uma mistura de ansiedade e excitação se instalou em meu peito. O que Marcelinho deve estar pensando?

Tentei organizar os pensamentos. Ele sempre teve um jeito de me desarmar de me fazer sentir à vontade mas aquela interação trouxe à tona um lado diferente da nossa amizade. Olhei novamente para o relógio e percebi que precisava me apressar.

Depois do banho vesti uma roupa confortável e voltei ao quarto tentando me convencer de que tudo ficaria bem. Preciso falar com ele  pensei. Mas o que diria? Eu estava tão acostumada a evitar esses momentos a esconder meus sentimentos. Agora tudo parecia mais complicado.

Enquanto me movia pelo quarto percebi que a bagunça ao meu redor era um reflexo do turbilhão que se passava na minha mente. Primeiro café. Precisava de café para clarear as ideias e se tudo desse certo um pouco de coragem para enfrentar Marcelinho e o que estava por vir.

Com um último olhar no espelho ajeitei o cabelo e saí do quarto decidida a enfrentar o dia e as consequências da noite que de alguma forma havia mudado tudo entre nós.

Eu estava com fome e precisava encontrar Yanka. Desci as escadas lentamente esperando que ela estivesse na mesa de café da manhã.

Ao chegar à sala de jantar encontrei a mesa vazia quer dizer somente com a presença ilustre do Leonel e sua novinha.

-Bom dia!
Disse forçando um sorriso.

-Bom dia!
Respondeu a novinha cheia de simpatia. Leonel me olhou.

-Se está procurando a Yanka ela deve estar na sala. E se estiver procurando meu filho bom se encontrar ele fala que eu quero conversar com ele apresentar minha linda.
Falou e deu um beijo da mão da própria. Meu Deus.

-O recado será dado.
Falei sem graça.
-Licença.
Falei e sai apressada em direção à sala decidida a encontrar minha amiga. Quando a vi sentada no sofá com o celular na mão não consegui conter um sorriso.

-Yanka!
Chamei atraindo sua atenção.
-Vamos ao quarto! Preciso falar com você.
Falei já no seu lado e ela levantou a cabeça os olhos brilhando de curiosidade.

Você Não Ama Ninguém - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora