Rui
A noite se aproximava, e as luzes de Angra se tornavam apenas pontos brilhantes no horizonte enquanto o helicóptero cortava o céu em direção a São Paulo. Yanka estava sentada ao meu lado em um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra.
Passei o dia no escritório revendo relatórios e planejamentos e ela ficou o dia inteiro trancada no quarto. Eu sabia que tinha acontecido alguma briga entre o José e a Yanka mais o Sr Rodrigues que entrou no meu escritório com uma desculpa de me levar um café na hora do almoço pois eu tinha falado que não iria almoçar e ele me contou o que aconteceu na verdade o Jose está sumido desde de manhã que foi com o Iate para a Marina em Angra e não voltou mais e a Yanka acordou a noite e viu que ele não estava mais lá e surtou bom eu não tenho nada haver com o sumiço dele mais que não volte mais porque se ele voltar vai ter que lidar comigo que suma de vez então.O silêncio entre nós era quase palpável cortado apenas pelo som constante das hélices e pelas interferências do rádio do piloto. Olhei de soslaio para Yanka e vi uma lágrima solitária começar a descer pelo seu rosto. Ela rapidamente a limpou com o dorso da mão tentando disfarçar mas eu percebi. Decidi não dizer nada. Em vez disso voltei meu olhar para o céu de São Paulo que começava a surgir à frente coberto de nuvens escuras e ameaçadoras.
O piloto falou pelo fone que estava garoando na cidade. Suspirei profundamente o ar carregado pela ansiedade que eu não costumava sentir. Deixei a equipe de segurança em Angra com Vinícius e Israel e agora provavelmente estavam jantando com o tal João.
O helicóptero pousou suavemente no heliponto do prédio da empresa. E assim que saímos o vento úmido trouxe o cheiro de chuva e eu podia ver o brilho das ruas molhadas lá embaixo. Yanka andava ao meu lado ainda sem dizer nada.
-Yanka.
Falei quebrando o silêncio quando entramos dentro da empresa e ela se virou olhando para mim com o rosto sério e olhar distante.-Direto para casa entendeu?
Falei e ela virou sem dizer uma palavra e começou a andar.E eu virei em direção oposta da dela e comecei a andar pelos corredores até a chegar no corredor da minha sala e a primeira coisa que notei foi a secretária se ajeitando rapidamente na cadeira ao me ver. Algo na mesa dela chamou minha atenção: cesta enorme com dois vinhos chocolates. Me aproximei e ela rapidamente explicou.
-A senhorita Mariana enviou isso, senhor.
A Simone falou e eu analisei a cesta ela me mandou um cesta?-Pode ficar para você faça bom proveito.
Falei e ela sorriu animada olhando para a cesta.- Tem um cartão senhor.
Ela levantou e estendeu o cartão.Peguei o cartão com uma mão enquanto abria a porta da minha sala com a outra. Ao entrar o peso do dia começou a se assentar sobre mim. Me joguei na poltrona e coloquei o cartão da Mariana na minha mesa o que ela está pensando em me mandar uma cesta? Revirei meus olhos e foquei na tela do computador da empresa e comecei a focar no trabalho.
O projeto de Manaus estava praticamente finalizado mas ainda havia papeladas para revisar e aprovar antes de dar tudo por encerrado. A sala estava mergulhada em silêncio o único som era o raspar da caneta sobre o papel enquanto eu assinava os documentos.
O silêncio foi interrompido pelo toque do telefone em minha mesa. O número na tela indicava que era um dos seguranças olhei para o relógio no meu pulso e indicava ser 1 da manhã olhei no canto da tela do computador que confirmou o horário a empresa deve estar vazia só aqui os seguranças me ligando a esse horário é raramente um bom sinal. Respirei fundo antes de atender.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você Não Ama Ninguém - Volume III
FanfictionVocê não ama ninguém será que agora amando?