Wild Kondo/As Amazonas/Os Paladinos - A Saga do Tempo

Capítulo 10 - A Luta Pela Espada

A Saga do Tempo – Wild Kondo
Livro 1: Os Cavaleiros da Távola do Wild Kondo
Capítulo 10: A Luta Pela Espada
Contagem de Palavras: 1023 Palavras

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O trajeto foi longo, mas, como era esperado, Camila o cobriu em um piscar de olhos. Matsaniel e Bruno mal tiveram tempo de processar a viagem, quando sentiram novamente um tranco, agora para parar. Se os dois tivessem soltado as pontas da corrente, acabariam continuando a corrida por mais um bom trajeto.

— Isso foi intenso — observou Matsaniel. — Da próxima vez, seria bom pensarmos em um sistema de freio melhor.

— Concordo — disse Bruno.

— Chegamos, não foi? — observou Camila. — As criaturas são rápidas, mas daqui podemos alcançá-las.

— Sim, elas estão perto o suficiente — disse Matsaniel, mirando a criatura alada que carregava a espada. — Ela não vai nem saber o que a atingiu.

O jovem cortou o ar com a foice de sua kusarigama, lançando um Corte Sombrio diretamente na criatura. Ao ser atingido, o monstro alado soltou excalibur. Pelo que Matsaniel calculava, até a espada cair, o exército teria passado, dando a eles a oportunidade perfeita para recuperar a arma. No entanto, não foi o que aconteceu.

Quando excalibur caiu, uma das Criaturas de Pedra grandes que estava logo abaixo, parou e esperou para a reaver.

— Admito, por essa eu não esperava — disse Matsaniel.

— Parece que vamos ter que lutar para pegar a espada de volta — observou Camila.

— O que estamos esperando? — perguntou Bruno.

Matsaniel segurou firmemente sua kusarigama e seus dois companheiros sacaram suas espadas. Sem hesitação, o trio partiu para a batalha.

As Criaturas de Pedra não recuaram, enfrentando os Lutadores para manterem consigo a posse de excalibur. Matsaniel se esforçava muito para destruir seus oponentes, mas Camila e Bruno derrotavam um atrás do outro. Nenhum deles havia parado para pensar nisso, mas, aparentemente, a claymore também era feita de Aço Astral. Ainda assim, havia uma multidão deles para serem enfrentados.

— Estamos chegando em algum lugar — anunciou Matsaniel. — Estou sentindo magia forte aqui perto.

— Deve ser lá — apontou Camila.

A garota apontava para uma caverna da qual eles se aproximavam.

— Já chega! — exclamou Matsaniel. — Pessoal, se abaixem!

Com o aviso, Camila se jogou ao chão e puxou Bruno também.

"Você contempla o fato de não chegar em lugar nenhum, e ficando sem tempo", pensou Matsaniel. "Isso te enche de raiva".

De própria vontade, Matsaniel forçou sua Raiva para fora, causando uma explosão ainda maior do que quando ficou soterrado no palácio do rei Arthur. A onda de energia evaporou todas as Criaturas de Pedra que estavam ao seu alcance.

— Excalibur... — murmurou Matsaniel, cambaleando.

— Calma — disse Camila, o segurando para que não caísse. — Você conseguiu. Ela está por aqui.

— Ali! — apontou Bruno, vendo a espada caída no chão.

No entanto, nesse momento, um grupo das criaturas pequenas e rápidas alcançou a espada e a pegou.

— Não! — exclamou Camila.

A garota tentou correr para interceptá-los, mas outro grupo dessas mesmas criaturas se colocou no caminho dela, a fazendo tropeçar.

— Eles são bem organizados — observou Matsaniel.

— E estão fugindo — disse Bruno.

— Não vão tão longe — disse Camila. — Se eles pensam que estou derrotada, é melhor pensarem novamente.

Dito isso, a garota estendeu a mão na direção das criaturas que se afastavam com a espada, os congelando. Assim, excalibur voltou para o chão.

— Bem pensado, Mila — elogiou Matsaniel, ajudando a amiga a se levantar.

— Obrigada — agradeceu a garota.

No entanto, a comemoração não durou muito. Uma das Criaturas de Pedra grandes e fortes, das que apenas caíram com a onda de Raiva, se levantou rapidamente e pegou a espada, voltando para a corrida até a caverna.

— Cansei desse jogo de gato e rato — disse Matsaniel. — Vamos!

O trio correu atrás da Criatura de Pedra, mas esta conseguiu adentrar a caverna.

— Você não vai mais longe do que isso! — exclamou Matsaniel.

Dito isso, ele tirou a bolsa do ombro, a girou no ar e a arremessou na direção do monstro.

— Liberação de massa! — ordenou Matsaniel, logo quando a bolsa atingiria o oponente.

O impacto foi estrondoso. Com o choque da bolsa de Matsaniel, a Criatura de Pedra foi pulverizada instantaneamente. No entanto, como o objeto havia ficado aberto desde que os patins foram guardados, vários papéis foram arremessados para fora.

— Vai acontecer assim toda vez em que eu fizer isso? — perguntou Matsaniel, surpreso.

— Por que isso acontece? — perguntou Camila.

— Bem, parece que as coisas que não me pertencem não ficam firmes no meu universo de bolso — respondeu Matsaniel. — Todos esses papéis que ficaram espalhados são documentos antigos e relatórios do Gabriel. Enfim, agora parece que acabou.

Nisso, os três ouviram um bater de asas. Matsaniel olhou para cima e avistou três Criaturas de Pedra aladas se aproximando na escuridão.

— Não, dessa vez não! — exclamou ele.

Matsaniel correu até onde excalibur estava e se lançou sobre a espada.

— Agora é minha! — exclamou ele. — Xô!

As criaturas responderam a isso atacando com certa violência, mas Matsaniel se manteve irredutível.

— Parem! — ordenou uma voz feminina.

As Criaturas de Pedra se afastaram, mas se mantiveram ao redor. A ordem veio de uma mulher ruiva, Morgana. Ao seu lado vinha uma mulher oriental, Meiling.

— Um pouco jovens para cavaleiros — observou Morgana.

— Postura irritante, armas com magia, um animal... — observou Meiling, rispidamente. — Devem ser Lutadores Wild Kondo.

— Como pode? — perguntou Morgana. — Cuidamos para não chamar a atenção deles. Nossos ataques foram apenas contra Camelot, sem interferir no tal ciclo da vida que eles tanto prezam.

— Você tem do seu lado uma bruxa conhecida — apontou Matsaniel, se levantando com a excalibur em mãos. — Meiling nunca saiu do nosso radar.

— Meiling é minha mentora há anos — retrucou Morgana. — Por que só agora?

— Porque só agora isso aqui veio parar nas suas mãos — respondeu Matsaniel, levantando excalibur. — O ciclo sempre sabe quando uma troca está para acontecer no equilíbrio, e você no poder é uma troca não podemos deixar acontecer. Pensa que é a primeira vez? Não faz ideia de quantas pessoas já impedimos de chegar ao poder.

— Não quero saber de lição de moral — disse Morgana. — Esse é meu direito, vocês não podem negá-lo. Entregue-me essa espada de boa vontade, ou...

— Ou? — repetiu Matsaniel.

Com isso, Morgana estalou os dedos. Criaturas de Pedra de todos os tipos se moveram em um piscar de olhos para a entrada da caverna.

— Ou nunca sairão daqui — completou a bruxa.