Parte 1 - Outra Vez em um Lugar Estranho

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A Saga do Tempo – Wild Kondo
Livro 2: Futuro Obscuro
Parte 1: Outra Vez em um Lugar Estranho
Contagem de Palavras: 1025 Palavras

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Os Lutadores Wild Kondo voltaram a se encontrar na biblioteca a tempo do momento marcado. Os pergaminhos do Tempo e do Espaço ainda brilhavam, prontos para enviá-los para outra viagem, para outro momento e local onde eles seriam necessários.

Seguindo a orientação de Matsaniel, todos pegaram qualquer coisa que pudesse lhes ser útil, embora, para o mesmo, algumas das coisas trazidas pareciam ser bastante inúteis. No entanto, ele não fez nenhuma pergunta antes de guardar tudo em sua bolsa.

— Estamos prontos? — perguntou Gabriel, pegando o pergaminho do Espaço de cima da mesa.

— Suponho que sim — respondeu Matsaniel, pegando o pergaminho do Tempo. — Atenção todos, última chance de ir ao banheiro.

Ninguém se manifestou.

— Parece que é isso — observou o mais velho. — Destino, nos proteja.

Dito isso, os dois cilindros foram destampados e um brilho envolveu os sete Lutadores e seus Parceiros Animais.

...

Quando o brilho se dissipou, a primeira reação dos Lutadores Wild Kondo, exceto Matsaniel e Camila, foi começar a tossir. Os dois que não foram pegos por isso, simularam uma tosse falsa para não destoar do grupo.

— O ar... — murmurou Gabriel, com dificuldade. — O que aconteceu com o ar?

— Impurezas, em alta quantidade — respondeu Matsaniel. — Não só isso. Não estão sentindo? Está quente, mais do que já estivemos acostumados.

— Ótimo, viemos parar em um planeta poluído — constatou Gabriel.

— Talvez não haja Lutadores Wild Kondo por aqui — observou Alex.

— É uma possibilidade — disse Matsaniel, em seguida parando por um momento para sentir o ar. — No entanto, esse mundo parece ter tanta magia quanto o nosso, apesar que com uma emissão reduzida. Seria improvável que não haja ninguém que se importe.

— Alguma chance de estarmos no futuro do nosso mundo? — perguntou Tom.

— É improvável, na minha opinião — respondeu Matsaniel. — Se estivermos no futuro do nosso mundo, significa que versões nossas daqui já passaram pela viagem no tempo. Sem dúvidas eu teria deixado algum tipo de sinal.

— Olhe ao redor, o planeta está estragado — disse Marcos. — Se esse é o nosso mundo, a única explicação é que estamos mortos.

— Marcos, se acalme — disse Gabriel.

— Todos ouçam o Gabriel — disse Matsaniel. — Estamos em uma viagem no tempo, não podemos tomar nada como definido.

— Pensei que o tempo fosse imutável — disse William.

— Ele é, mas não sabemos como o passado aconteceu, nem o que nos espera no futuro — disse Matsaniel. — Não sabemos se esse é o nosso mundo, mas sabemos que temos algo para fazer aqui.

— Precisamos de um lugar para nos organizar — disse Gabriel. — No passado fomos rapidamente levados para o castelo do rei Arthur, então precisamos de um lugar assim aqui no futuro.

Dito isso, todos começaram a procurar ao redor, mas acabou que o próprio Gabriel encontrou a solução quando chegou à esquina no fim da rua.

— Pessoal, venham aqui — chamou ele. — Parece que tem um hotel no fim da rua.

Assim, todos se reuniram com seu líder. No entanto, o letreiro em neon do estabelecimento indicado deixou a maioria apreensiva.

— Aquilo não é um hotel — apontou William. — É um mo...

— Vai ter que servir por enquanto — cortou Matsaniel. — Vamos fazer nosso check-in.

...

Digamos que o local não era exatamente um estabelecimento de luxo. O ambiente era mal iluminado e a pintura das paredes estava descascando. A recepcionista estava lendo uma revista e fez questão de terminar o artigo antes de tirar os olhos para encarar o grupo a sua frente.

Quando isso enfim aconteceu, o olhar dela era de profundo estranhamento.

— Boa tarde — disse Gabriel. — Queremos um quarto. Um que possa ser grande o suficiente para todos nós.

— Para todos vocês? — perguntou ela, passando o olhar de um a um, e se demorando um pouco mais em Alex.

A mão dela se moveu na direção de um botão de emergência que ficava sob o balcão. Notando que algo estava errado, Matsaniel a impediu com telepatia.

"Pare", comandou ele. "Agora você vai ouvir apenas a minha voz. Você nos dará o maior quarto que esse lugar tem, não fará perguntas e esquecerá que nos viu".

Sem hesitar, a recepcionista se voltou para o quadro de chaves e pegou a que estava no gancho de um canto, a entregando para Gabriel.

— A cobertura — disse ela, com um olhar vidrado. — Aproveitem.

— Hum... obrigado — disse o rapaz. — Podemos acertar o valor na volta?

Não houve resposta.

— Você está me ouvindo? — perguntou Gabriel.

— Ela já disse para aproveitarmos — respondeu Matsaniel. — Vamos.

Gabriel ficou sem entender, mas deu de ombros. O grupo seguiu na direção do elevador.

— Ei — Camila, que havia ficado para trás, chamou Matsaniel. — Foi você, não é? Controlou ela.

— Sim — respondeu Matsaniel. — Não gosto de fazer isso, mas às vezes é útil.

— Você está bem? — perguntou Camila. — Já está se esforçando para manter os animais sob uma ilusão.

— Não se preocupe, a Diligência dá conta disso — respondeu Matsaniel. — A única coisa que realmente esgota minha energia é a Raiva.

A garota apenas assentiu. Depois disso, todos subiram para a cobertura, com alguns indo pela escada para acompanhar o urso que não cabia no elevador.

...

O apartamento da cobertura era provavelmente o mais bem cuidado de todo o estabelecimento. Tratava-se de uma suíte equipada com vários tipos de coisas para favorecer o conforto de seus ocupantes, mas, ainda assim, era um quarto com uma única cama.

— Hum... — murmurou Alex. — E agora?

— Não se preocupem, tem colchões infláveis na minha bolsa — respondeu Matsaniel. — Apenas precisarei de ajuda para enchê-los.

— Muito bem, pessoal, vamos trabalhar — disse Gabriel.

Assim, todos começaram a preparar as camas em que dormiriam. Um pouco mais tarde, Matsaniel preparou o jantar com mantimentos de sua bolsa, para eles não precisarem pedir serviço de quarto e chamar mais atenção do que pretendiam. Mais à noite, a maioria já dormia. Matsaniel estava perto da janela, segurando um sextante em uma mão e seu celular na outra.

— Mat? — chamou Gabriel, indo até o amigo. — O que faz?

— Sem sono? — perguntou Matsaniel. — Enfim, vim até aqui para tentar ver se descubro onde e quando estamos através das estrelas, mas me dei conta de que posso simplesmente pesquisar na internet.

— Descobriu algo? — perguntou Gabriel.

— Muitas coisas — respondeu Matsaniel. — A principal delas é que não estamos no nosso mundo.

Wild Kondo/As Amazonas/Os Paladinos - A Saga do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora