Lee Coffee | Minsunglix

Lungo

⚠️ Possíveis gatilhos envolvendo crise de ansiedade/pânico

Os pingos grossos batendo contra a janela acordaram Jisung naquela segunda-feira. Mais uma semana se iniciava após um final de semana repleto de tédio, tristeza e frustrações. Não tinha certeza se realmente o alegrava saber que finalmente teria o que fazer, já que para isso precisaria estar no mesmo ambiente que Minho e Felix. Era estranho como a possibilidade de estar com os dois agora fazia Han se sentir tão pequeno, já que sentia um aperto no peito apenas com a possibilidade de acabar vendo o Lee mais velho agradando o mais novo e se distanciando de si.

Os olhos se encheram de lágrimas revivendo todo o ocorrido, mas não queria acabar chorando por isso mais uma vez. Respirou fundo tentando manter a compostura, balançou a cabeça para afastar os pensamentos e decidiu levantar-se para iniciar o dia. Ao menos o tempo estava parecendo tão frio e triste quanto ele, assim tinha a sensação de que não precisaria se esforçar tanto em manter a aparência de alguém bem humorado.

Assim como Jisung, Minho também foi despertado pela chuva, mas em seu caso não pelos pingos grossos e sim pelo trovão ridiculamente alto que ecoou por sua casa, dando a impressão de que um raio havia caído muito próximo dali. Lee acordou em um pulo, sentindo seu coração acelerar.

A tentativa de se acalmar foi completamente frustrada quando ouviu o som de pneus cantando seguido de um estrondo alto, indicando uma colisão. Não morava muito longe de uma avenida um tanto movimentada, o que tornava comum que de vez em quando ouvisse algum acidente. Nem sempre era um problema, apenas quando estava chovendo como era o caso.

Após o acidente com sua mãe, Minho passou a odiar tempestades e a forma como elas faziam ele se sentir com todo o misto de tristeza, ansiedade e sentimentos ruins que carinhosamente resumia como "sensação de morte". Quando estava acompanhado por outras pessoas, conseguia disfarçar até certo ponto, mas não era o caso naquele momento.

Lembrou de quando era criança e disse para sua mãe que não gostava de chuva pois ela o molhava e acabava com os dias de passeios. A reação dela foi rir e dizer que deveriam acolher os dias chuvosos já que a chuva eram lágrimas dos anjos. Não ligava se soasse como blasfêmia, apenas pensava que malditos fossem os anjos que choravam, certamente choravam de culpa sabendo o estrago que causariam.

Assim como essa, diversas memórias de sua mãe inundavam seus pensamentos no momento, enchendo seu peito de angústia que transbordavam por seus olhos em lágrimas pesadas. Acompanhando todas elas, as lembranças de sua briga com Seungmin agora também o assombravam, o fazendo se sentir a pior pessoa do mundo. Realmente era horrível e não merecia nada de bom que nos últimos tempos havia acreditado merecer. Não sabia como podia ter sido idiota ao ponto de acreditar que poderia dar certo com Felix e Jisung, de querer que desse certo.

Sabendo que seria incapaz de seguir a sua manhã normalmente, alcançou o celular para avisar aos amigos ao menos que se atrasaria, para que não fosse importunado por diversas mensagens e ligações por não ter aberto o café no horário de sempre, permitindo que Bang Chan se organizasse minimamente para fazê-lo já que possuía uma chave reserva.

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-- Ele Sabe - 06h02
"Bang, desculpe avisar em cima da hora, mas você vai ter que abrir o café hoje, vou me atrasar."

-- Chato Chan - 06h10
"Oi Lee, bom dia pra você também"
"Beleza meu mano, mas aconteceu alguma coisa?"

-- Chato Chan - 06h22
"Você tá me ignorando?"
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Sua visão estava completamente turva, inundada por todas as lágrimas que não queria permitir que caíssem, mas já não tinha controle por elas, assim como não tinha controle por sua respiração que estava dificultada pelo ar que lhe faltava e ainda mais agora que percebeu que não estava respirando direito e precisaria fazer isso "manualmente". Como podem feridas invisíveis aos olhos doerem tanto ao ponto de parecer rasgarem a alma?