Capítulo 22

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Dois em uma semana só, podem me elogiar.

Quando o parágrafo inteiro estiver em itálico, é lembrança.

Aconteceu isso no início do capítulo anterior, ou seja, aquilo foi uma lembrança dela com a Lisa.

20

Eu não imaginava que fosse tão difícil lidar com isso

Eu acreditava que eu era a criança saudável que mais visitava o hospital em que minha mãe trabalha.

Isso porque eu estava sempre por lá, alguns enfermeiros e médicos até mesmo já me conheciam de tanto que me viam por aqueles corredores acompanhada do papai. Eu nunca sabia seus nomes, mas por alguma razão papai sabia todos e sempre os cumprimentava com um sorriso no rosto quando algum deles falava conosco.

Eu também os cumprimentava de volta, embora não sorrisse tanto quanto papai.

Simplesmente não fazia sentido para mim, eu sorrir para estranhos.

Papai conversava animadamente com um médico, descobri que ele era neurocirurgião.

O que diabos é um neurocirurgião? Segundo os livros da mamãe que li, neurocirurgião é um médico que opera cérebros.

Parece algo maneiro e ao mesmo tempo super arriscado.

Deixei papai conversando com o homem e sai em busca da mamãe, eu conhecia bem aqueles corredores, portanto não tinha nenhuma chance de eu me perder. Mas eu não sabia aonde ela estava, sendo assim não poderia simplesmente procurá-la já que eu não tinha ideia de para aonde eu deveria ir.

Acabei por parar na frente de duas enfermeiras que me olharam de forma estranha, mas eu ignorei isso.

Uma era loira, enquanto a outra tinha um cabelo tão preto que parecia ser azul.

— Oi.

— Oi, criança... — A loira se abaixou para falar comigo. — Está perdida? Cadê seus pais? — A enfermeira olhou para trás de mim, talvez procurando alguém que tivesse me procurando.

Mas não tinha ninguém me procurando.

— Não estou perdida. — Seu cenho se franziu. — Você sabe aonde está a doutora Kim Somin? — Tombei a cabeça para o lado.

A mulher mais velha fez o mesmo, também levando a mão até o queixo de forma pensativa.

— Quem é você?

— Kim Jennie, sou filha dela.

— Oh! — Olhei para a outra enfermeira que lhe acompanhava, ela ainda estava de pé. — Eu sabia que você não me era estranha! Agora tudo faz sentido! — Ela parecia feliz.

A outra enfermeira, a que estava abaixada em minha frente, a encarou.

— Ela é filha da doutora Kim. — Apontou para mim.

— Foi o que eu disse.

— Está procurando por ela então.

— Sim. — Afirmei.

— A doutora Kim está na sala de materiais. — A enfermeira de cabelos pretos disse. — Você só precisa virar à direita, depois a direita de novo e procurar pela sala com uma plaquinha escrita "materiais". — Balancei a cabeça positivamente.

Fácil.

— Ok, obrigada. — Me curvei e sai em busca da sala de materiais.

— Quem diria que aquela doutora mal-humorada tem uma filha tão educada...

As Consequências De Uma Falsa ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora