Capítulo 24

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MICAEL:

Assim que chego na minha casa, saio do meu carro quando o deixo na garagem, vou até o porta malas, me abaixo e tiro a fita preta que coloquei para ninguém ver a minha placa.

Vou até a porta dos bancos de trás e pego o Bruno com cuidado, mas acabo batendo a cabeça dele na porta da garagem.

-- Porra! – Penso em subir com ele, mas o mesmo é bem pesado, então deixo ele na sala mesmo.

O rosto dele está bem ferido, aquele cara não teve nenhuma piedade com ele. Mas é um idiota também.

Subo correndo para o meu quarto, entro no mesmo e vou até o banheiro, pegando o kit de primeiro socorro e saio do quarto, descendo as escadas novamente e vejo a minha prima na frente do Bruno, alisando o seu rosto.

-- O que você está fazendo? – Pergunto bravo.

-- O que aconteceu com ele? – Me olha preocupada.

Jaqueline é a minha prima por parte de pai, eu e ela nunca nos damos bem. Ela é uma puta de carteirinha e se faz de santa na frente dos pais e do meu pai, esse que a mesma tem a cara de pau de ficar andando com tragues curtos.

Minha mãe já avisou a ela para parar com isso, mas não adianta muito. Graças a deus meu pai é um homem com H maiúsculo, como minha mãe diz, e nunca caiu na lábia dela.

Ele e minha mãe estão juntos a 20 anos, se conheceram desde criança, ele confia na minha mãe, tanto quanto minha mãe confia nele.

Essa bosta está aqui somente pelo meu tio foi viajar e a mulher dele deixou a menina e foi atrás do marido. A vaca ainda é de menor.

-- Não interessa. – Passo por ela e a afasto, foda- se se for bruto e acabar machucando a mesma.

Me ajoelho ao lado dele e pego o que iria usar no mesmo. Pego álcool no mini bar do meu pai e passo pelo rosto dele com ajuda de um pano.

-- O que aconteceu com ele? – Volta a pergunta.

-- Foi atropelado por um caminhão. – Zombo.

Jaqueline é apaixonado pelo Bruno, mas o mesmo nunca deu a mínima para ela, ou até mesmo com nenhuma garota. Ele só pega e vasa, nem mais e nem menos.

Bobão mesmo.

Assim que termino de cuidar dos ferimentos em seu rosto, jogo fora tudo que usei e o levo para o meu quarto, deixando na cama. Iria até deixa-lo por lá, mas com a Jaqueline no pé, será impossível dele descansar.

Vou para o banheiro, tiro a minha rouba e entro embaixo do chuveiro. Solto um suspiro cansado, querendo que finalmente possa descansar.

Era para eu ter ido no cinema com a gatinha, mas ela queria assistir filme de romance e eu detesto esse tipo de filme. Foi aí que um mano me chamou para poder assistir a luta do famoso Samuel Vasconcelos, o cara é pica de mais.

Só que eu não contava que o idiota do Bruno, iria aparecer por lá, o que me deixou desanimado também fez a gata brigar comigo.

Ela me chamou de cada nome. Prefiro nem pronunciar para não ficar mal falado.

Conheço o bruno desde sempre me entendo por gente, nos conhecemos na creche. Ele sempre foi uma pessoa que se mete em confusão, nunca ficava longe de briga e na minoria se ferrava.

Eu que sempre o ajudava, sabia que se eu falasse para irmã dele, ela iria brigar e ficar chateada, uma coisa que ele gostou de vê-la. Mas de um tempo para cá, ele começou a mudar de comportamento, não sei o que está acontecendo e isso me deixa preocupado.

Felipe não é flor que se cheire, um vagabundo desgraçado que se aproveita dos idiotas, e essa foi a vez do Bruno. Um boco que está se perdendo cada vez mais por uma bobagem.

Assim que termino o meu banho, me enrolo na toalha e saio do banheiro e vou até o meu closet, pego uma bermuda moletom e a visto, passando desodorante.

Vou para sair do quarto, mas vejo o bruno de olhos abertos olhando para o teto, sua bochecha estava avermelhada, me aproximo para ver e o mesmo estava com febre.

-- O que você está fazendo? – Pergunta tirando minha mão dele.

-- Você está vermelho. Estou vendo se estava com febre. – Explico revirando os olhos.

-- Eu estou bem. Somente .... Pensei em algo. – Fala, mas noto que o mesmo não queria falar sobre isso.

-- Beleza. – Me sento na cama. – Está sentindo dor provavelmente, vou pegar um remédio para você. –

-- Não estou. Estou de boa. – Falo.

-- Na sua venta, está todo arrebentado. -- Me levanto já ficando nervoso.

Sou o cara mais calmo do mundo, mas bruno tem a capacidade de me tirar do sério e me irritar, fico nervoso no mesmo momento.

-- Estou bem. – Repete.

-- Para de repetir essa merda! Você está tudo, menos bem, Bruno. Você está se afogando nessa sua própria amargura, ou seja, lá o que você tem. Já conversamos sobre isso, cara. Eu te ajudo, a sua irmã te ajuda, porra, para de ficar se enfiando nas confusões. –

-- ..... – Fica em silencio olhando para o nada.

-- Estou falando sério, Bruno. Não é a primeira vez que eu entro em alguma confusão para te ajudar, mas você sempre voltava e fazia a mesma coisa. Eu juro, eu estou cansado disso. – Pela primeira vez, ele me olha. – Sabe que sou leal, sempre fui. Sua amizade para mim sempre foi tudo, mas .... Eu realmente estou cansado. Olha o seu estado. – Aponto para si.

-- Eu já fali que eu estou bem e .... –

-- PARA DE REPEDIR ISSO, PORRA! VAI TOMAR NO CU, BRUNO! – Me descontrolo por uns minutos. – As pessoas tem razão, você não sabe conviver com os outros, não sabe ouvir, os outros. – Nego e sorrio de lado. – Não sei o porquê eu ainda tento. – Suspiro.

-- Eu vou parar, ok? Eu vou parar. – Diz me encarando.

-- O mais engraçado, é que eu já ouvi isso. – Abaixa o olhar. – Você não me deve nada, apesar de sermos amigos a muito tempo, não me deve nada, mas sim a sua irmã. Ela você deve. –

-- Não fala dela. – Manda.

-- Você sempre mostra que ela é o seu ponto fraco, mas nunca faz nada para melhorar por ela. Ela está tentando te ajudar de qualquer jeito, mas você dificultando. Uma hora ela também vai cansar também. –

-- Eu estou tanto, tá legal! –

-- Entrando em mais lutas? Estou vendo. – Reviro os olhos com ironia.

-- Para de ficar fazendo isso, micael. –

-- O que? Falando as verdades? – Cruzo os braços.

-- Deveria ter continuado no seu encontro. – Reclama.

-- É, e você morrer nas mãos daqueles caras. – Bufo já estressado. – Pode ficar até você melhorar e voltar para casa. Layane não precisa de mais uma decepção. – Dou as costas para ele e vou para a porta, mas paro e o olho por cima do ombro. – Quando foi embora .... É melhor nos mantermos afastado por um tempo. –

-- Micael .... – O corto.

-- Vou fazer algo para comermos, já trago para você. Pode dormir aqui no meu quarto, vou ficar no de hospede. – Saio sem deixa-lo falar algo a mais.

🌟....

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Meu querido babyOnde histórias criam vida. Descubra agora