VII. Nervosismo.

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ANA JÚLIA COSTA

Na manhã seguinte, acordei com o coração leve e um sorriso bobo no rosto. A lembrança do beijo com Flávia ainda estava fresca em minha mente, uma doce memória que eu queria lembrar para sempre. Levantei-me silenciosamente, tentando não acordar Samara, e fui até o banheiro.

Olhando-me no espelho, ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido. Passei água fria no rosto, tentando me despertar completamente, mas a euforia ainda estava lá. Decidi mandar uma mensagem para Flávia.

bom dia!
dormiu bem?

Cotoquinha 🤍:
Bom dia!
Dormi sim
E você?

eu dormi mais que bem
espero que possamos repetir mais vezes

Meu coração deu um salto. Depois de me vestir, fui encontrar o time para o café da manhã. O salão estava animado, com as jogadoras conversando sobre os próximos jogos e compartilhando histórias das competições.

Gabi me chamou quando me viu entrar.

- Ei, Ana! Vem sentar com a gente! Aliás, cadê a Samara?

- Dormindo - respondi simples.

Sentei-me com ela e outras colegas de equipe, tentando parecer o mais normal possível.

- Você está diferente hoje - comentou Gabi, me lançando um olhar curioso e sugestivo.

- É verdade - diz Bruna. A negra me conhecia tão bem quanto Gabi.

- Diferente como? - perguntei, tentando soar despreocupada.

- Sei lá, mais... feliz? - ela disse, sorrindo.

- Talvez porque estamos em Paris e estamos indo bem nos jogos? - sugeri, dando de ombros.

Elas pareceram aceitar minha resposta e a conversa continuou. Após o café da manhã, nos dirigimos ao ginásio para mais um treino. Enquanto treinava, minha mente voltava constantemente para Flávia, imaginando como seria vê-la novamente.

Ao final do treino, estávamos todas exaustas, mas havia uma sensação de determinação no ar. Nosso treinador, Cristiano, nos deu uma palestra motivacional, lembrando-nos da importância do próximo jogo.

Depois do treino, fui até a área comum onde as atletas se reuniam para relaxar. Lá, vi Flávia conversando com Rebeca e Marcela. Quando nossos olhos se encontraram, ambas sorrimos. Ela se despediu de suas amigas e veio até mim.

Rebeca e Marcela me lançam um olhar malicioso.

- Ei - disse ela, os olhinhos brilhando.

- Ei - respondi, sentindo meu coração acelerar. Sempre era assim quando estava com ela.

Eu já havia aceitado que eu estava apaixonada por ela.

Caminhamos juntas até um canto mais tranquilo, onde podíamos conversar sem sermos interrompidas.

- Como foi o treino, pequena? - perguntei.

- Intenso, mas bom. E o seu?

- Cansativo, mas estamos prontas para o próximo jogo.

- Que bom - ela disse, olhando ao redor para se certificar de que estávamos sozinhas. - Sobre ontem...

- Foi especial - disse rapidamente, antes que ela pudesse continuar.

- Foi, não foi? - ela sorriu, mas havia um nervosismo em seus olhos. - Eu... fiquei pensando nisso a noite toda.

- Eu também - admiti, sentindo uma onda de nervosismo. - Não consigo tirar você da cabeça.

𝐏𝐀𝐑𝐈𝐒, ᶠˡᵃᵛⁱᵃ ˢᵃʳᵃⁱᵛᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora