XIII. Superação.

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FLÁVIA SARAIVA

Com Ana Júlia nos meus braços, senti uma onda de alívio e felicidade. Ela estava bem, apesar da dor, e isso era tudo o que importava. Seus olhos brilhavam de determinação, e eu sabia que ela era forte o suficiente para superar qualquer desafio.

- Vamos para o quarto para você descansar - sugeri, sentindo preocupação. - Você precisa cuidar desse tornozelo.

- Só um minuto, princesa - ela disse, me abraçando mais forte antes de se afastar. - Preciso falar com o treinador e as meninas.

Observei enquanto Ana Júlia se aproximava de Cristiano e das companheiras de equipe. Havia uma troca de palavras, e todos pareciam aliviados e orgulhosos. Gabi deu um abraço caloroso nela, e Samara sorriu, um sorriso estranho, dando-lhe um tapinha no ombro.

Rebeca, Marcela e Julia estavam ao meu lado, observando a cena com sorrisos no rosto. Sabíamos que Ana tinha dado tudo de si naquela partida, e o orgulho que sentíamos por ela era imenso.

- Ela é mesmo incrível - disse Rebeca, quebrando o silêncio. - E agora ela tem você, Flávia. Vocês duas formam um belo casal.

Sorri, sentindo o calor das palavras de Rebeca. Estar com Ana Júlia era especial, e cada momento ao seu lado parecia mágico.

Finalmente, Ana Júlia voltou para mim, apoiada levemente em Gabi. Seu sorriso era cansado, mas feliz. Eu a segurei pelo braço, oferecendo meu apoio. O que não deu muito certo, já que ela era uns 30 centímetros mais alta do que eu.

- Vamos - disse, começando a caminhar com ela em direção ao elevador. - Você precisa descansar.

- Não estou reclamando - ela respondeu, apertando minha mão. - Só de estar com você já me sinto melhor.

Chegamos ao meu quarto no hotel, e eu ajudei Ana Júlia a se deitar na cama. Peguei gelo e enrolei em uma toalha para colocar sobre seu tornozelo inchado. Enquanto fazia isso, ela me observava com um sorriso terno.

- Você está cuidando tão bem de mim - ela disse, acariciando meu rosto. - Obrigada, princesa.

- Não precisa agradecer - respondi, sentindo meu coração bater mais forte. - Eu faria qualquer coisa por você. Quer dizer... pra ajudar você.

Passamos o resto da tarde no quarto, conversando e rindo, apesar da preocupação com o tornozelo de Ana Júlia. Eu sabia que os próximos dias seriam desafiadores, especialmente com as próximas partidas se aproximando, mas sentia que, juntas, poderíamos superar qualquer coisa.

No final da tarde, recebemos a visita de Cristiano e do fisioterapeuta do time. Eles trouxeram boas notícias: o tornozelo de Ana Júlia não estava gravemente lesionado, e com repouso e tratamento adequado, ela poderia estar pronta para jogar novamente em poucos dias.

- Vai dar tudo certo, Ana Júlia - disse Cristiano, olhando-a com admiração. - Você é uma guerreira, e sei que vai se recuperar rápido.

Depois que eles saíram, ficamos em silêncio por um momento, processando tudo o que havia acontecido. Eu me deitei ao lado de Ana Júlia, segurando sua mão.

- Estou tão orgulhosa de você - disse, olhando-a nos olhos. - Você foi incrível hoje.

- Não teria conseguido sem seu apoio, princesa - ela respondeu, acariciando meu rosto. - Ter você ao meu lado me dá forças.

Beijamos-nos suavemente, sentindo a conexão profunda entre nós. Naquele momento, percebi que não importava o que viesse pela frente, estávamos juntas nessa jornada. E isso era tudo o que precisávamos.

𝐏𝐀𝐑𝐈𝐒, ᶠˡᵃᵛⁱᵃ ˢᵃʳᵃⁱᵛᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora