XXV. Aniversário.

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ANA JÚLIA COSTA

Acordei com o coração acelerado, o brilho da manhã entrando pela janela e iluminando o rosto de Flávia. Ela dormia tão tranquila, com uma expressão serena que me fez sorrir. Hoje era o aniversário dela, e eu estava determinada a fazer desse dia algo inesquecível. Enquanto ela ainda sonhava, eu já estava cheia de ideias, ansiosa para ver o sorriso em seu rosto.

Levantei-me devagar, tentando não fazer barulho para não acordá-la. As lembranças dos últimos dias passaram pela minha mente, cada momento ao lado dela, cada sorriso trocado, cada beijo que compartilhamos. Eu sabia que queria retribuir tudo isso de uma forma especial. Algo que fosse simples, mas carregado de todo o amor que sinto por ela. Algo estava me deixando meio pra baixo: toda vez que eu tentava me aproximar de Flávia para algo mais íntimo, ela me afastava, dando um sorriso sem graça.

Será que na nossa "primeira vez", eu a toquei errado, sei lá?

Saio dos meus pensamentos extremamente desanimadores com Isabela e Marcela, minhas cúmplices, estavam já acordadas e animadas para me ajudar. Elas corriam pela casa, e eu mancava, preparando cada detalhe da surpresa. A cesta de piquenique ficou perfeita, recheada com as comidas favoritas de Flávia. Eu queria que ela se sentisse amada em cada pedacinho do dia, em cada detalhe.

Quando tudo estava pronto, voltei para o quarto, não conseguindo conter a excitação. Me aproximei da cama e, com toda a suavidade, beijei sua bochecha. Ela se mexeu um pouco, abrindo os olhos devagar, e quando vi aquele sorriso sonolento, meu coração derreteu.

- Bom dia, aniversariante - sussurrei, sentindo um calor gostoso no peito ao ver que eu era a primeira coisa que ela via ao acordar.

Eu amo essa mulher demais!

Enquanto ela se arrumava, eu estava nervosa. Não que eu achasse que algo poderia dar errado, mas porque queria que tudo fosse perfeito para ela. Dirigir até o parque, com ela ao meu lado, foi um dos momentos mais serenos que já vivi. Flávia estava curiosa, mas confiante, e isso me deixava ainda mais animada.

Quando chegamos ao parque e vi seus olhos se iluminarem ao ver a decoração, eu soube que tinha acertado. O brilho nos olhos dela, aquele sorriso que me faz perder o fôlego, me mostrou que tudo valia a pena. Cada detalhe, cada minuto de preparação, tudo foi recompensado naquele momento.

Nos sentamos na toalha de piquenique, e eu só conseguia pensar em como ela era linda, como eu era sortuda por ter alguém como ela ao meu lado. Conversamos, rimos, e enquanto ela estava distraída, peguei a pequena caixa de presentes. Quando ela a abriu e viu os colare, meu coração quase explodiu de emoção.

- É para lembrar que, você é minha, e eu sou sua. E quando sentirmos saudades, sempre estaremos juntas  - disse, e foi como se todo o meu amor estivesse condensado naquela frase.

- Eu te amo, meu amor - ela diz.

Ver Flávia tão emocionada, com lágrimas de felicidade nos olhos, me fez perceber o quanto ela significava para mim. Ela me abraçou com tanta força que quase não consegui segurar as minhas próprias lágrimas. Aquele momento, ali, com ela nos meus braços, era tudo o que eu precisava.

𝐏𝐀𝐑𝐈𝐒, ᶠˡᵃᵛⁱᵃ ˢᵃʳᵃⁱᵛᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora