Lara Point Of View
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Bem de manhã, mandei o Henrique ir embora, meu irmão ligou avisando que ia vir pra cá em um tempo.
E eu tinha que arrumar a porra do quarto, e principalmente, a cama, que estava toda molhada.
Que maluca que eu estava ontem.
Sem cabeça.
Eu queria, mas não podia.
Eu ainda hoje vou lá, conversar.
Eu chamei a Anna, pra conversar, andamos distantes.
Inclusive ela tá aí.
—Amiga, que saudade. - Abracei ela tão forte.
—Também! - Ela devolveu o abraço.
—Eu preciso te contar Larinha... - Ela hesitou um pouco. - Eu voltei com seu irmão.
—Oi? - Eu fiquei boquiaberta. - Como?
—Como nada, só aceita, não é você que dizia pra eu continuar, e foi.
—É melhor mesmo, porque eu também tenho.
—Oque?
—Eu? - Peguei a almofada e puis na boca abafando. - Trans*i com seu irmão.
—Oi?! Meu deus. - Ela tava boquiaberta. - Como? Quando?
—Ontem, eu não sei explicar sabe, mas rolou. A primeira e a última. Eu juro.
—Tabom então, se você prefere mentir para si mesma, tudo bem.
—Eu não... Tanto que hoje ainda, vou lá na sua casa, para por um ponto final.
—Ok, me lembra de não ir em casa hoje, beleza?
—Para! - Eu bati em sua nuca. - Essas palhaçadas, não tem graça.
—Chata. - Ela me deu um beijo na testa. - Agora tchau, você tem coisas para resolver com meu irmão. - Ela zombou.
Quando ela saiu, me fez pensar, se eu iria só pra isso.
E sim, eu vou.
É literalmente o Henrique.
E acabou.
É não vai rolar nada.
Eu fui tomar um banho, quente, tá muito frio por aqui em São Paulo.
Eu vou por essa calça legging, com essa minha blusa azul e o casaco do Henrique!
Ele esqueceu, agora eu tenho motivo.
Eu cheguei na casa dele e apertei a campainha.
—Vambora Henrique, abre! - Ele tinha atendido o interfone.
"Entra logo." a voz robótica do Henrique disse.
—A sua voz naquele interfone é muito engraçada! - Eu disse fechando a porta e indo em direção ao quarto dele.
—Oque você quer?
—Nossa Henrique, vim te devolver esse casaco e conversar. - Comecei a tirar e ele me parou, enquanto entrava.
—Não tire, é seu agora.
—Não, não é! Eu nem quero o casaco. - Tirei ele e o entreguei.
—Porque não consegue somente aceitar? Porque não consegue?
—Eu só não quero Henrique! Nada que me remeta a ontem.
—Oque foi ontem?
—Oque foi? Foi uma besteira! Algo que não deveria ocorrer.
—Mentirosa. Pare de mentir, sei que gostou. - Ele bufou. - Me deixe te amar. - Ele me encurralou na parede.
—Henrique.. - Eu hesitei, pois eu queria, mas eu precisava do meu irmão.
—É o seu irmão? Eu falo com ele, eu resolvo. Minha prioridade é poder te ter. Ser seu.
Ele parecia ler minha mente.
Ser meu?
Eu amo ele, eu amo.
—Me deixe Lara, deixe. Eu obviamente vou te respeitar, mas oque são 6 anos gostando de você? Somente você, e tentando muito te esquecer? Sabe?
—Não, Henrique eu não sei.
—Me deixe te amar, me deixe em um campo de futebol lotado te dedicar um gol, te fazer a mulher mais feliz, óbvio com conflitos, mas eu sou humano. - E ele me beijou agarrando a cintura.
Eu retribuia o beijo.
—Eu.. Eu deixo Henrique. Eu também quero te amar. - As minhas mãos tocavam o rosto dele segurando.
Era tão fofo tudo aquilo, palavras sinceras.
E dali ele continuou me beijando, pondo a mão na minha bunda.
Sempre acaba assim...
E eu gosto..
Mesmo que em todas nossas conversas falo que se a mulher disser não é não.
Como se eu fosse dizer não...
Eu soltei um risinho enquanto pensava nisso.
—Do que está rindo? - Ele deu um risinho junto.
—Eu estava pensando que sempre acaba assim.
—E você gosta, certo? - Assenti com a cabeça e apertou minha bunda.
—Henrique. - Eu o chamei.
—Sim?
—Não acha melhor que ninguém saiba? Não saiba de nós? Sempre pensaram que não gostássemos, que sentíamos até mesmo raiva. - Sorri de leve. - Oque não é uma grande mentira.
—Por que?
—Eu acho necessário.
—Não faça isso.. Dói muito em pensar que ninguém pode saber que você me ama, e eu te amo, imaginar você beijando outros caras é torturante. - Ele pois a mão no rosto escondendo o rosto que estava ficnado vermelho, ele estava prestes a chorar.
—Henrique eu não sei se estou pronta. E eu prefiro assim.
—Não. Por favor Lara. Por favor meu amor. Eu sou todo seu, meu coração não aguenta você não me querendo, você me querendo distante. - Ele chorava, por mim. - Eu sou seu Lara, somente seu. Você sabe cara!.
—Henrique pare. Não chore feito criança, eu preciso pensar. Não eu que eu não goste de você, eu te amo. Porém.. - Ele me cortou, não me deixando falar.
—Quem ama faz tudo pela pessoa. Você não me ama, é mais fácil falar. - Ele continuou escondendo o rosto. - Nem fale mais. Só vá embora.
Eu obedeci.
Eu não devia ter pesado clima, porquê não continuei?
Era melhor do que continuar iludindo.
Vê-lo chorando por mim, foi trágico.
Henrique Point Of View
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Eu só sabia chorar.
Eu só sei chorar.
Eu não consigo me imaginar mais sem a Lara.
Essa garota vai me deixar louco!
Eu não há odeio, mas por que ela se priva? Ela me ama e eu amo ela.
Me deitei na minha cama, e chorei mais, ao ver uma foto nossa, uma bem bonitinha, que havíamos tirado antes dela viajar para fora.
Que merda de viagem!
Poderíamos estar bem, felizes e namorando.
Eu só queria poder saber que ela é minha.
Só.
