Before you go | Wenclair

25. cuide de mim.

"Antes que você vá... cuide de mim."
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Eu retiro o cinto de segurança do meu corpo quando o carro estaciona. Respiro profundamente enquanto tento manter minha mente com os pensamentos alinhados, sem querer perder o controle. Sinto seu olhar em mim, mas eu não digo nada, mesmo sabendo que estava preocupada comigo. Fico sentada em silêncio por alguns minutos, observando a entrada do bar, criando coragem o suficiente pra entrar no lugar.

Quando me viro pra minha tia, seus olhos ainda estão em mim, me observando com preocupação. Sabia o quanto respeitava o meu espaço e meus sentimentos, então nunca se atrevia a me perguntar nada, sempre esperava o tempo necessário para que contasse por conta própria. Encostei a cabeça no banco e a olhei, sentindo que estava ali, não precisa nem mesmo dizer em palavras. Ela me apoiava e estava comigo.

- conheci a mãe da Enid. Amanhã completam duas semanas desde o dia em que aconteceu. Eu não a vejo tem duas semanas. Ela está faltando as aulas, se prejudicando em relação a faculdade. Eu não consigo falar com ela direito. Eu me sinto culpada, perdida, e euestou com tanta saudade dela tia... eu não sei o que fazer. Tenho tanto medo do que ela disse pra Enid, o que ela fez... se ela tiver machucado a minha garota... e-u... - não consigo terminar a frase, sinto minha voz falhar. Minha tia me olha como se sentisse os meus sentimentos, então segura a minha mão e a aperta, transmitindo tranquilidade.

- ela não apoia vocês? - eu nego lentamente, soltando uma risada amarga enquanto sentia meus olhos se encherem de lágrimas.

- definitivamente ela é a pessoa mais homofóbica que conheço, e eu a vi apenas uma vez pra saber disso. quela mulher... ela me dá calafrios. E ela já machucou tanto a Enid... eu nem me importo comigo, eu só preciso que ela nunca mais faça a garota que eu amo sentir dor. Preciso que ela esteja segura. - digo enquanto sinto uma lágrima descer por minha bochecha. Minha tia aperta minha mão e limpa a lágrima com cuidado.

- machuca como? Fisicamente? Você sabe que pode me contar, podemos fazer algo sobre isso. Eu estou aqui pra ajudar no que for preciso. - eu nego, a palavra "fisicamente" entrando em minha mente e trazendo sensações ruins pro meu coração.

- não, não fisicamente. Ela nunca... quer dizer, não que eu saiba. A Enid não me falou nada sobre isso, somente de brigas, discussões, que acredito já serem horríveis o suficiente. - digo sentindo um aperto em meu peito. Minha tia concorda e continua a secar minhas lágrimas.

- sinto muito, Wed. Sinto muito que vocês tenham que passar por isso. Ninguém deveria ter que conviver com isso, conte a Enid que ela sempre terá o meu apoio, estarei aqui para o que ela precisar. Quanto a você, minha querida, jamais deve se culpar por essa situação, ainda mais por saber que não tem controle nenhum sobre isso. Enid não tem culpa, pelo que me conta, isso deve ser horrível para ela, então o que deve fazer é estar ao lado dela e cuidar dela o quanto puder. Não é fácil, mas já vi o amor de vocês de perto, ele pode vencer qualquer coisa. Darei todo o apoio e ajuda que quiserem. - cada palavra sua acertava em cheio o meu coração. Eu assenti, sobrecarregada com todos aqueles sentimentos que me acompanham por todos aqueles dias. Ouví-la ajudava um pouco com a batalha
ue acontecia dentro de mim.

- obrigada, ter o seu apoio é muito importante, tia. Eu quero te pedir uma coisa. Mas por favor, esteja comigo nessa decisão também. Eu preciso fazer algo quanto isso, tenho essa sensação de que... essa mulher não irá parar até que consiga destruir a Enid. Não posso dexar isso acontecer. - ela concordou imediatamente, a preocupação nunca deixava seus olhos. Eu suspirei, desviando o olhar para que pudesse falar.