Lorenzo Barbieri é um mafioso impiedoso com todos à sua volta, exceto sua família e seu filho. Lorenzo carrega em sua alma o peso da culpa pela morte de sua amada. No entanto, o Don precisa se casar novamente. Na falha tentativa de fugir de um casam...
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Já era de madrugada e eu não tinha conseguido pregar os olhos a noite toda. Estava consumida por tristeza e angústia; meu peito doía só em pensar em Breno e o quanto fui tola por tê-lo tirado de casa. Minha cabeça latejava conforme as lágrimas caíam. Todos na casa estavam preocupados e desesperados por notícias. Lorenzo saiu com seus soldados e até agora não tinha voltado; ainda não o tinha visto desde aquela situação na sala.
E pensar que esta manhã estávamos felizes!
Dona Antonella e Frederica vieram me confortar. Elas souberam das suspeitas de que eu poderia ser uma "traidora" e afirmaram que ninguém pensava dessa forma. As duas ficaram comigo, fazendo-me companhia, e sinceramente agradeço; eu precisava conversar com alguém. Depois da saída de Antonella e Frederica, também veio Cordelia, que saiu há pouco tempo do quarto.
Sentada na poltrona, observava as estrelas. A noite estava fria e calma, diferente do caos desta casa. Acabei pegando no sono na poltrona; porém, até meus sonhos me atormentam. Continuo de olhos fechados, esperando que o sono me atinja novamente, mas isso não aconteceu.
A porta do quarto se abre e, pelo aroma forte do perfume, sei que é Lorenzo. Fico quieta no mesmo lugar, de olhos fechados, ouvindo seus passos se aproximarem. Meu cabelo é gentilmente colocado de lado enquanto sua mão acaricia minha pele.
— Sinto muito, meu amor — ele murmura, abatido. — Me perdoa, devia ter ficado ao seu lado nesse momento tão difícil para nós dois. Sei o quanto você ama Breno e agradeço por isso.
Lorenzo me pega em seus braços e caminha comigo até a cama, onde me deita como sempre faz. Meu noivo me embrulha todo carinhoso. — Eu perdoo você — falo a verdade para acalmá-lo, já que, para mim, não havia nada a perdoar. Relacionamentos não se baseiam só em amor e têm altos e baixos.
— Minha pequena — ele me abraça e gotículas de lágrimas molham meu rosto. Lorenzo estava chorando! — Vou encontrar nosso filho, meu amor, e trazê-lo de volta para casa. — Assenti e o acompanhei, caindo em lágrimas.
Lorenzo ficou comigo até que eu adormecesse. Ficamos confortando a dor um do outro. Vi o quanto ele estava perdido, mas a todo momento se mostrava forte. Meu sono durou só algumas horas; meu noivo já não estava ali. Ele se empenhava em procurar Breno. Levantei-me num pulo, correndo para o banheiro, inclinando-me sobre a privada e vomitando. Com todos esses acontecimentos, esqueci completamente de comer. Depois de jogar o pouco que tinha no estômago fora, segui para meu banho e minha rotina matinal. Coloquei uma roupa confortável, nada extravagante, chique ou. Depois de hoje, não sabia qual seria meu fim: se iria viver ou morrer, se voltaria a ver minha família, meu filho ou meu noivo. Mas sacrificaria tudo, até minha vida, por Breno.
Pego um papel junto a uma caneta, olho meu reflexo no espelho; meu rosto está tão abatido e inchado por tanta lágrima. Desvio o olhar para o papel e começo a escrever uma carta destinada a Lorenzo, explicando meus motivos e minha despedida. Olho meu relógio, vendo que está quase na hora de ir ao parque. Deixo a carta sobre a mesinha ao lado da cama.
