Hinata é uma mulher com questões mal resolvidas em sua vida e quando em um dia aleatório da semana ela vê um cara loiro atravessar a porta do bar aonde se apresenta, todos os seus fantasmas voltam a tona. Naruto e Hinata tem uma história mal acabada...
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Música natalina invade meus ouvidos à medida que vou caminhando pelo centro da cidade lotada. É quase impossível não cantarolar junto, então me rendo a magia do natal. Acho que na verdade só estou feliz demais.
Guardo o exame médico dentro da bolsa e confiro a localização que Naruto me enviou pelo celular. Ele havia tirado uma foto com as crianças enquanto montavam um boneco de neve no parque. Avisto aonde eles estão e começo a caminhar até lá, sem conseguir esconder meu sorriso.
— O que vocês estão fazendo? — arqueio a sobrancelha, preocupada.
Vejo Naruto erguer o rosto e chacoalhar a cabeça, tirando a neve do cabelo. Ele estava deitado no chão.
— Estamos enterrando o papai... — Boruto responde tranquilo. — Nabi, você "deissô" o pé dele de fora!
— Vocês não vão me enterrar até o pescoço, né? — Naruto também parece preocupado.
Me abaixo do chão, recebendo o olhar das duas crianças. Ambas correm até mim e me abraçam com força. Beijo o rosto do meu filho e o rosto da minha irmã.
— Deixo vocês sozinhos por um tempinho e já aprontam?
— Aonde você estava? — Hanabi pergunta, parecendo estar curiosa. Suas bochechas estão avermelhadas e há vários floquinhos de neve em seu cabelo comprido.
Fazia alguns dias que Hanabi estava ficando comigo lá em casa e por mais que tenha se passado pouco tempo, ela estava cada dia mais acostumada conosco. Vira e mexe, Boruto a chamava para aprontar alguma coisa. Ele havia estranhado no início o fato de Hanabi ser minha irmã, mas havia adorado o fato de ganhar uma tia, ainda mais uma que pudesse brincar com ele. E Hanabi... bom... Acho que nós duas ainda estávamos nos acostumando com o fato de sermos irmãs. Para mim, era quase como ter uma filha e acho que para ela era quase como ter uma nova mãe. Hanabi havia começado a fazer consultas com uma psicóloga, seja lá que tipos de traumas Hanare tenha dado a ela, não queria que isso interferisse em sua adolescência ou na vida adulta. Sei que descobrir uma irmã mais velha do nada e esta mesma lhe tirar de casa era muita informação para processar, mas estávamos nos dando bem. Não sei qual o estrago Hanare havia feito em Hanabi, mas percebi que ela gostava da minha casa e de estar comigo. Faziam dias em que ela não via aquela mulher e ela estava bem, simplesmente não sentia a sua falta.
Desde o dia em que praticamente fugi com Hanabi de Hanare, estou lutando pela guarda definitiva dela. Era um caso complicado, mas não era impossível.
Mordi o lado interno da bochecha, pensando em como responder a pergunta.
— Estava indo verificar se está tudo certo com o presente de natal de vocês.
Ergo meu olhar para Naruto, vendo-o sair de baixo de toda aquela neve que as crianças jogaram nele. Ele balança o cabelo e os flocos caem no chão. Seus olhos azuis alcançam os meus e ele sorri.