Hinata é uma mulher com questões mal resolvidas em sua vida e quando em um dia aleatório da semana ela vê um cara loiro atravessar a porta do bar aonde se apresenta, todos os seus fantasmas voltam a tona. Naruto e Hinata tem uma história mal acabada...
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Saí do escritório, fechando meus punhos com força. Eu estava cansada de ver as pessoas tratando meu melhor amigo como um merda. Eu entendia que ele havia errado, jamais me faria de sonsa perante algo estúpido que ele fez, mas estava cansada de ver as pessoas o tratando mal. Principalmente aquele albino e aquele sonso com cara de maconheiro.
Me aproximei a passos duros e parei em sua frente. Ele estava sentado no sofá. Dei um chute em sua canela, chamando sua atenção. Eu não estava afim de ser uma boa garota. Seus olhos ergueram-se para mim numa lentidão irritante, sua expressão se tornou confusa.
— Quero falar com você. — eu disse, já saindo antes de verificar se ele estava se levantando.
Tive a confirmação quando ouvi seus passos seguirem-me pela casa. Fomos para o jardim dos fundos, Suzano caminhou até mim e farejou meus pés. Fiz carinho na cabeça dele.
— E aí?! — Shikamaru perguntou, parando atrás de mim.
Virei-me para ele, o vendo sacar um maço de cigarros do bolso. O cheiro do tabaco me lembrava meu pai. Ele acendeu o cigarro e expeliu a fumaça no ar.
— Eu estava curiosa a respeito de algumas coisas... — murmurei, cruzando os braços — Quantos anos você tem mesmo?
— Tenho vinte e seis. — ele respondeu, ainda parecendo estar confuso.
—Hm... E a Hinata?
— Vinte e seis também. Por quê?
Assoprei a fumaça quando ela chegou ao meu rosto.
— Vocês são adultos, né? Quer dizer... A Hinata é. Só estava tentando entender o porquê você a trata que nem criança....
— Desde quando eu...
— Desde quando você não a deixa tomar suas próprias decisões! — elevei meu tom de voz — Querer cuidar dela é uma coisa, se intrometer como você faz é outra!
— Escuta aqui, garota!... — ele disse, aproximando-se.
Me aproximei também.
— Você não vai levantar a voz para mim na minha própria casa! — eu disse, apontando meu dedo para o seu peito — Eu não estou tentando ser grossa, só quero ser clara e objetiva. Se Hinata e Naruto têm problemas, deixa que eles se resolvam, ambos são adultos. Você não precisa se intrometer, muito menos falar merda na cabeça dos outros. A partir do momento em que você se intromete, eu também me intrometo e eu garanto, isso não vai ser nada legal.
— Garota louca!... — ele murmurou.
— Tem mais alguma coisa a dizer?
— Tenho sim. — ele disse, afastando o cigarro dos lábios.
Prendi a respiração com o odor ruim.
— Eu não odeio o Naruto. Só quero proteger a Hina, e não, eu não a trato como criança.
— Ah, ótimo!.... Então pare de enfrentar os desafios dela. Se Naruto tem que ouvir alguma coisa, é Hinata quem tem que dizer!
— Ta' se doendo pelo seu amigo? — ele perguntou irônico.
— Estou sim, tanto quanto você pela sua amiga!
— A Hinata é mulher e...
— E daí?! Ela é uma mulher, ela consegue falar por sí própria, se precisasse de você ela estaria pedindo.
Eu odiava esse pensamento.
Mulheres não eram seres frágeis e delicados. Nós não iríamos nos quebrar por qualquer coisa.
Eu sou a filha do meio, tenho dois irmãos homens e cresci na sombra dos dois, meu pai sempre os achava melhor que eu. Sempre eram mais fortes, mais corajosos, mais inteligentes e mais determinados. Eu odiava admitir isso, mas no início, só entrei para o exército para me provar ao meu pai. Meu irmão mais velho havia sido dispensado depois de um ano servindo, eu me alistei e consegui. Eu era mulher, frágil diante os olhos do meu pai, mas foi eu quem se tornou soldado. Meu pai nem ligou muito para minha conquista, mas quando eu menos vi, estava apaixonada pela minha carreira. Dois anos depois, decidi me tornar sniper.
Eu era forte e corajosa.
Eu não queria provar que era melhor que homem algum — longe de mim — mas, eu era tão capaz quanto qualquer um deles.
— Você é problemática... — ele murmurou outra vez, apagando o cigarro.
Acompanhei o movimento de suas mãos com os olhos.
— Você fede tanto quanto essa coisa que você fuma! — falei, passando por ele — Bebê chorão!...