Hinata é uma mulher com questões mal resolvidas em sua vida e quando em um dia aleatório da semana ela vê um cara loiro atravessar a porta do bar aonde se apresenta, todos os seus fantasmas voltam a tona. Naruto e Hinata tem uma história mal acabada...
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"Nem tudo é sobre o que você perdeu, algumas coisas são sobre o que você tem."
Boruto balançava suas perninhas enquanto comia um donuts com cobertura de chocolate. Alguns pais tinham manias estranhas, o meu me fazia atravessar a cidade escutando seus conselhos. Eu não tinha bons conselhos para dar a Boruto, era só um cara ferrado tentando melhorar, mas eu havia o trazido para comer donuts e beber chocolate quente em pleno verão.
Era uma manhã de domingo e o tempo parecia parado, quase monótono.
Faziam duas semanas que eu mal conversava com Hinata e para piorar, faziam quase cinco anos desde que fui embora. Desde que Neji faleceu.
Senti a saliva descer rasgando a garganta e forcei um pedaço do donuts para dentro.
— Naru... — Boruto me chamou.
Olhei para ele, vendo-o ficar quieto. As pernas pararam de se mexer e ele fez um bico chateado.
— Meu donut caiu! — ele disse, apontando para o chão.
Segui com o olhar para onde ele indicava vendo a rosquinha estatelada no chão. Boruto não conseguia alcança-la, então me abaixei e a peguei por ele. Estava toda suja.
— "Aço" "qui" não dá "pa" comer mais! — ele resmungou. — E agora?
— Você quer outra?
— Sim! — ele afirmou, balançando a cabeça positivamente — Podemos levar donuts "pa" mamãe "tabém"?
— Podemos sim. — respondi — Ela gosta muito de doces, né?
— Pois é! A mamãe é "qui" nem uma "fumiguinha".
Eu estava com saudades de Hinata, mas estava tentando respeitar o tempo que ela havia pedido. Quando nos encontrávamos, falávamos apenas de Boruto, não haviam conversas aleatórias, nem beijos.
— Você ta' com soninho? — Boruto perguntou de repente — Você ta' com a mesma cara "qui" a mamãe "faizi" quando quer "dumi".
Eu parecia cansado?
Esfreguei os olhos, tentando me manter em alerta.
— Eu tô' bem. — sorri para ele — Vou pedir a moça para encher uma caixa enorme com donuts.
Boruto sorriu de volta para mim, voltando a balançar suas perninhas na banqueta alta. Eu havia o pego na casa de Hinata há quase uma hora atrás e ficaria com ele até o fim da noite. Ele se sentia mais a vontade comigo e pouco reclamava em ficar longos períodos longe de Hinata, embora as vezes, pedisse para ligar para ela. Eu gostava de ouvir a risada de Hinata enquanto falava com nosso filho, mesmo que estivéssemos à quilômetros de distância.
Chamei pela garçonete e em instantes uma moça parou rente nossa mesa, enrolava uma mecha dourada de cabelo nos dedos e sorria para mim.
— Que garotinho lindo! — ela murmurou. Sua saia raspou de leve em meus dedos na beirada da mesa. — Como você se chama?