Serena3 dias parece muito tempo quando você está trancada em um quarto. Aproveito que estou sozinha e procuro meu celular de novo, já olhei em todas as gavetas, verifico de novo. Não sei as horas, o tempo passa mais devagar quando tudo que você pode fazer é dormir e comer.
Me agacho para olhar embaixo da cama, mesmo sabendo que não pode estar aqui. Procuro em todos os lados, suspiro, me inclino e olho naquelas grades de madeira que segura o colchão, não sei o nome. Quando deito não sinto nada, então não pode estar embaixo do colchão. Tomei um banho faz pouco tempo, meu cabelo pinga, meu vestido rosa claro favorito deveria me fazer parecer mais magra.
— Perdeu alguma coisa? — Levo um susto, levanto o tronco e continuo sentada em cima das minhas pernas.
— Eu… — Paro antes de pensar em uma explicação. Cruzo os braços em baixo dos seios de propósito, empino o nariz. — Não é da sua conta!
— Você fica fofa quando está brava, sabia? — Coloca a máscara e a arma na cama, suas mãos estão limpas, mas sua roupa não.
— Eu não sou fofa! — Me levanto usando a cama como apoio. — Você deveria ter medo de mim.
Sei que não tenho como botar medo em ninguém, me vem como uma garotinha indefesa e bonitinha que não machucaria uma formiga. Mas as boas garotas também sabem como ser más.
— Quem disse que eu não tenho? — Me provoca.
Reviro os olhos. Desisto de ter uma conversa. Volto a procurar meu celular. Olho no guarda roupa pela terceira vez, aqui não tem muitos móveis. Penso que não pode estar aqui, já olhei no banheiro aqui do quarto.
— Eu enterrei.
— O que? — Resmungo sem dar atenção, revirando a gaveta com as suas cuecas.
— O seu celular!
Viro o rosto na sua direção:
— Você fez o quê?Eu vou matá-lo. Fecho as mãos com força, levanto os braços hesitando, grunhi desacreditada. Encaro a parede para não ter que vê-lo quando quero bater nele.
— Seu…
Agarra meu pulsos de repente e me faz abrir as mãos:
— Está se machucando.Respiro fundo. Pisco um olho atrasado, sentindo o nervosismo mexer com os meus nervos.
— E daí? É melhor do que gastar meu réu primário e aparecer naquele programa de pobre, cidade alerta, sei lá, alguma coisa assim! — A Lena me falava desse programa às vezes fazendo algumas piadas que eu nunca entendi direito.
Ele espontaneamente riu de mim. Tem coisas que por mais que eu queira não sei o que é. Nunca tive TV a cabo. Achava que boleto era uma doença, porque ninguém queria pegar, mas na verdade as pessoas não queriam pagar. A Lena era a pessoa que me explicava esses assuntos, de uns tempos pra cá ela se afastou.
— Ok, as coisas estão indo bem, não tenho que ficar me importando, não de verdade. — Me solta mostrando como ele realmente é.
Jogo o cabelo úmido por cima do ombro. Se ele acha que eu vou continuar chorando e sofrendo na frente dele, está errado, vou esperar que saia. Olho para as minhas unhas, elas estão péssimas. Mas aposto que ele está mais, olheiras, cansado de limpar, cozinhar e trabalhar. Esses dias eu me recusei a deixar ele dormir comigo.
— Como anda o sofá? Deve ser horrível dormir sem mim! — Finjo indiferença.
— Tolerável! — Seu mau humor é visível. Puxa a gravata suspirando.
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Obscura ilusão.
RomanceSinopse: Sombrio e obsessivo, Elias cresceu em um ambiente tóxico. Logo sua fama de não falar com ninguém ganha destaque, sua imagem é de alguem que desta tudo e todo mundo. Conhecido por aparecer nas festas e humilhar quem lhe incomoda. Elias é pre...