Cap 17 - Hamptons Part One

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12 de junho de 2024

HAMPTONS, NOVA YORK

14:57 P.M

Assim que Any Fontaine entrou no carro de Noah Urrea, um arrepio involuntário percorreu sua espinha. Ela nunca imaginou que estaria naquela situação. Hamptons ficava a duas horas de Manhattan, e o fato de ninguém saber que ela estava a caminho com um dos jogadores do time de basquete a deixava inquieta. Se descobrissem, sua reputação, construída ao longo dos anos, estaria em ruínas. E, para Any, sua reputação era tudo. Hamptons era um lugar que ela já conhecia, mas sempre sob a companhia de Tony, que também tinha uma casa lá. A familiaridade daquele cenário fazia Any se sentir em controle, em seu próprio território, mas agora, sentada no banco luxuoso do Faraday Future de Noah Urrea, tudo parecia diferente.

Era estranho, até desconcertante. O coração de Any batia mais rápido enquanto ela tentava entender por que, exatamente, estava ali. Uma voz interna sussurrava que ela estava sendo imprudente, que aceitar o convite de Noah para passar o dia em sua casa de praia era uma loucura. "Ir para a casa de praia de Noah Urrea? Eu devo ter perdido o juízo" pensou. No entanto, ali estava ela, mesmo com todas as dúvidas e receios, sentada ao lado dele, com os olhos fixos na estrada à frente, rumo ao desconhecido que a aguardava em Hamptons. Um misto de excitação e temor fazia seu estômago revirar, como se ela estivesse prestes a cruzar uma linha invisível entre o que sempre conheceu e o que estava por vir.

— Não sei por que topei ir para os Hamptons com você — declarou Any assim que entrou no carro, jogando sua mochila no banco de trás com um suspiro pesado. Ela virou o rosto para Noah, que, ao perceber seu mau humor, a encarava com a mesma expressão aborrecida.

— Também não sei por que te convidei para passar a tarde na minha casa nos Hamptons. Deve ser um surto de loucura querer gastar meu precioso tempo com você — retrucou Noah, revirando os olhos de forma quase teatral, a irritação evidente em sua voz.

— Acho que a louca aqui sou eu — rebateu Any, ofendida, estreitando os olhos para ele — Mas você me convidou, Urrea, então vai ter que me levar pra conhecer sua casa, goste ou não. Só espero que não seja um barraco.

Noah soltou uma risada sarcástica, lançando-lhe um olhar de incredulidade.

— Sério, Any? Olha o carro em que você está sentada agora. Acha mesmo que eu moro num barraco? Que falta de noção...

— Não sei, vai que esse carro é roubado — respondeu Any, dando de ombros, sua expressão impassível.

Noah riu novamente, dessa vez mais divertido, e respondeu com um tom de provocação.

— Deve ser, sim. Roubei com a galera da gangue da qual faço parte.

Any arregalou os olhos, surpresa com a resposta, e por um breve momento, o silêncio tomou conta do carro. Noah, percebendo a tensão que causou, apressou-se a desfazer o mal-entendido.

— Estou brincando — disse ele, levantando as mãos em rendição, com um sorriso ainda estampado no rosto.

— Que engraçado, Urrea. Já pensou em ser comediante? Acho que se daria bem no papel — Any comentou, sua voz pingando sarcasmo.

— E você, já pensou em ser atendente de loja de luxo? — retrucou Noah, um sorriso malicioso surgindo em seu rosto — Seria contratada só por essa cara de enjoada que você tem.

— Oi? O que te faz pensar isso? — Any perguntou, surpresa, virando-se para ele com uma sobrancelha arqueada.

— Você nunca reparou? — disse Noah, agora se divertindo com a situação — Todas as atendentes de loja de luxo têm essa cara de enjoada, exatamente como a sua. Você se daria bem nesse papel. Mas, claro, eu passaria longe e não compraria nada que você tentasse me vender.

End Game ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora