Lauren POV.
Mal cheguei em Miami e já fui me aprontando para o enterro dele, ainda estava cansada dos desfiles, mas descansei um pouco no avião. Minhas olheiras estão razoavelmente fundas, meu cabelo agora só com um coque bem alto. O cemitério foi fechado apenas para a família, funcionários ou outras pessoas que o conheciam só iriam vê-lo outro dia, a cerimonia foi rápida, o sol estava ameno, o lugar estava coberto por flores brancas e vermelhas. Mamãe chorava tanto que eu me agoniei com a sua dor, Chris nem me olhou durante os momentos ocorridos não que isso importasse, Camila estava ao seu lado e por alguns flashs de momento eu só tinha olhos para ela. Quando acabou resolvi ficar mais um pouco, as pessoas se dispersaram e eu fiquei sozinha com ele e a natureza ao redor.
Eu sei que ele te amava Laur, no fundo ele te amava. – Mamãe chegou colocando a mão em meu ombro coberto pelo pano preto da blusa que eu estava vestida.
É por que você não ouviu e nem viu a nossa ultima conversa. – Disse ainda olhando para a terra mexida que já estava por cima do caixão dele.
Eu não sei o que ele disse, mas se ele disse é porque ele estava inconformado com a doença filha, ele descontou em você, assim como também ignorou seus irmãos algumas vezes. – Mamãe coitada, tentava me consolar defendendo as atitudes dele, mas só eu sei o que eu vi em seus olhos. Ele me repugnava. Eu sei.
Mamãe, vamos parar de falar disso? Vai consolar Chris e o resto dos familiares por que eu queria um minuto sozinha com ele. – Senti minha grosseria ir fundo, mas não tinha como ser delicada nessas circunstancias.
Mamãe saiu, andei ao redor do tumulo e coloquei a mão por cima da lápide que tinha seu nome.
Michael Jauregui.
"Papai, essa será a nossa ultima... derradeira conversa. Bom, só eu vou falar mesmo, já estou acostumada. Sabe? Alguns podem falar que o que eu mais senti na vida foi inveja dos meus irmãos ou ódio disfarçado para com sua pessoa, mas eu não me importo. De verdade, eu acho que agora que você morreu eu enterre minhas dores com você. Engraçado que na cama do meu apartamento ainda tem manchas de lágrimas minhas, e agora aqui nesse momento, nenhuma pretende ser derramada. Isso é frio? Não sei. Mas, não sinto nada. Só um vazio imenso, nada que eu não senti durante a minha vida inteira. Eu agradeço pela vida que me deu papai, agradeço claro! Sem dinheiro você não faz boa parte de coisas na vida. Mas, é só isso mesmo. Descanse em paz, pois eu só desejo isso para o senhor, eu sou egoísta sim, minha personalidade te irritava, minha sexualidade então... nossaaa – eu ri ironicamente por um momento - mas vou te contar um ultimo segredo. Eu não vou mudar. Não quero e não preciso, mas nunca desejarei mal á quem eu amo. E eu te amei papai, mas esse amor morreu junto com você. Adeus."
Coloquei uma rosa vermelha em cima do seu tumulo beijada por mim e entrei no carro, rumo á minha casa.
Cheguei já pedindo para Matilde preparar um banho para eu poder descansar tanto da viajem, quanto do enterro. O almoço estava para sair e meu estomago gritava! Ouvi algumas vozes na segunda sala da casa, eram Chris e Taylor, Camila também estava lá e tinha outra que eu não reconhecia. Fui até lá para saber quem era.
Oi – Disse ao entrar na sala, vendo Chris se levantar. Ah, a outra voz era de Sinu.
O que você tá fazendo aqui? – Chris disse em um tom cru e cheio de raiva.
Essa também é a minha casa Chris, eu entro aqui a hora que eu quiser – Logo disse com calma e o desafiando com o olhar.
Você não é bem vinda – Chris disse.
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A cunhada
RomanceO desejo é algo primitivo, desde os primórdios da humanidade ele existe e é capaz de mexer com sua mais profunda paz interior, te atormentando e te machucando até você o matá-lo de vez. O desejo proibido é o pior, ele te instiga a fazer o que não é...