Capitulo 23

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NARRADOR*

Marques inventou que havia pegado uma gripe tão forte, que não conseguia sair da cama pelo os próximos dois dias. Oque todos sabiam que havia algo errado. ja que nem mesmo quando a mulher levou um tiro ela se recusou a pousar.

Mas todos engoliram estranhamente a mentira descarada dela, ela realmente estava se sentindo indisposta, sua cabeça doía como fervimento. Mas nao era especificamente esse motivo , na qual se negou a pisar na delegacia por quarentena e oito horas.

O motivo na verdade era pelo fato de que as malditas culpas, arrependimentos e as memórias de Nascimento ainda se mantinham na cabeça dela, e ela odiava sentir e pensar aquilo, odiava saber que deixou se recair por um desejo fútil e carnal, por ter dormindo com Nascimento mesmo ele ter engravidado a ex esposa.

Estava confusa, Marques nao entendia exatamente oque era aquilo, mas ela estava decepcionada consigo mesma. Por ter deixado um ato inapropriado acontecer quando justamente ele estava reatando o casamento com a ex esposa lhe abalasse. Era com ela que se enojava toda vez que olhava no espelho e observava a maneira na qual suas costas estavam arranhadas e vermelhas toda vez depois das suas relações.

Pensou que depois de dois dias o sentimento estranho passaria , mas nao passou , e piorou quando Roberto chegou extremamente feliz enquanto sentava na cadeira da frente sob a mesa de reuniões.

O coronel perguntava com um aperto de mão gentil sobre a nova sensação de ser pai outra vez, se já sabia se era menina ou menino. O roberto nem disfarçava a felicidade que lhe transbordava em responder que era
—— Menino, Miguel.
Ela estava feliz por ele, mas não entendia porque ele não contou pra ela sobre a situação dele com a mulher, sobre o caso dos dois, nao dirigiu nem uma palavra sequer a ela.

Marques estalou a língua, torcia para que a criança nao puxasse o pai. Porra, nao entendia da onde surgia toda aquela raiva, sabia que não era pela gravidez, pela criança, por ele. Marques parecia ter criado uma tempestade que nunca cessava em sua cabeça.

— Você parece péssima, Marques.
—— Disse ao observar finalmente a garota , ele não havia mentido. Suas olheiras pioraram junto a tonalidade da pele meio amarelada. No fim, Marques descobriu que realmente estava gripada.

— Se chama gripe.
— Ela o respondeu seco.

— Ta bem? — Sua preocupação fez com oque todos se impressionassem perante a mesa, Marques se ajoelhou na cadeira, Se sentindo desconfortável com a situação.

— Tranquilo. — Foi tudo que conseguiu dizer.

—— Presta atenção, isso é um presente, não para você, para o Miguel . — O Coronel dizia, afim de cortar o clima que se alastrava.

— Daqui vão sair três nomes para substituir vocês. —— Se referia a Nascimento, matias e Marques, que sorriam em resposta.

—— Santo Miguel. — Carvalho ponderou enquanto apertava as mãos dos colegas, Nascimento notou a estranhares de Marques consigo quando suas mãos se juntaram e a morena fez de tudo para diminuir o toque.

Nascimento pensava consigo mesmo qual seria o motivo agora, não conseguia pensar em nada valido.

——— Coronel, vou coordenar o melhor curso de história do BOPE.
— Nascimento dizia, ela finalmente se sentia animada com algo.
— Pode ficar na tranquilidade.

—— Tá certo,vamos começar.
— Disse o mais velho espalhando as fichas.

— Esse 01, Andre pedrosa, Ta na lista do jogo do bicho. — Carvalho informava.

— Tem certeza? Coronel perguntava.

—— Absoluta.

— Começamos bem. — Marques
ponderava.

— Vai virar estatística. —— Nascimento completava, enquanto observava as demais listas.

— Este é agno, é da minha turma. Marginal envolvido com caça- níquel.
—— Carvalho fazia um bom trabalho em apresentar.

— Vai virar chiclete de Caveira. —— Nascimento dizia enquanto riscava o nome.

— É esse Fabio? —— Marques perguntou

—— Já ouvi falar. — Nascimento respondia, enquanto observava a maneira que ela se esquivava de seu olhar. —— Fabio barbosa.

— Esse é o jagunço da barra pesada, cafetão de puta em Copacabana. — Carvalho dizia.

Marques sorriu em seco, nada mais parecia interessante do que mostrar a um homem cafetão que uma mulher o faria desistir de algo, foi por isso que ela opinou.

— Deixa esse ai comigo. —— disse a morena, todos sabiam que a vida desse Fabio mudaria completamente depois dessa frase.

—— Rennan esta vendo algo? — O Coronel de ochava do companheiro que obtinha um óculos escuro afim de esconder o péssimo olhar de conjuntivite.

— Perfeitamente. —— Ele riu com a situação, enquanto os demais faziam piada com ele.

— Rennan e os aspirantes? — Marques perguntou.

—— São os que você e Nascimento resgataram lá no morro. O coronel Estevão falou que são qualificados.

— Tive um breve papo com eles no morro, me pareceram bem empenhados. —— Marques completou.

—— Começaram bem.
Nascimento soltou , ninguém teria entendido sua fala se o mesmo não estivesse olhando finalmente para a morena.

——— É o seguinte! Não quero saber de tímpano perfurado em aula inaugural. —— Coronel pedia, arranco risadas dos demais.
—— Não quero mão cortada e nem canivetes saindo do coturno. Tá claro?

— O lance da mão foi sem querer
Nascimento dizia.

—— Meu canivete não. — Marques mantinha um sorriso fraco nos lábios.
— E o lance do tímpano do Carvalho também não.

— Foi sem querer Coronel.

A mesa explodiu de risadas, mesmo que o transporte fosse difícil. Os companheiros lhe tornavam mais leve, e todos tinham noção que os três como instrutores era de uma qualidade duvidosa.

— Sem querer é ótima. ——Tatu dizia enquanto segurava um riso.

—— O cara mereceu Coronel!.
Nascimento apoiou o colega, fazendo o coronel se deixar pela situação enquanto tentava não rir.

MARQUES SUSPIRAVA ENQUANTO A BRISA LEVE do vento beijava-lhe as bochechas, marchando rumo ao seu carro na garagem da parte de trás da delegacia a mesma aproveitava totalmente o silêncio e a própria companhia. Estava feliz naquele fim de tarde.

Puxou de uma forma suave a bainha que segurava a sua pistola, se esforçava para não respirar alto para que pudesse ouvir ao seu redor. Tinha certeza que havia alguém ali.

Quando finalmente apoiou por completo sua arma, foi pega de surpresa ao ser colocada contra o carro. Sua mão que segurava sua pistola foi diretamente até a cabeça do imbecil que achou uma boa ideia tentar assaltar alguém do BOPE na própria garagem da delegacia.

Mas não era um assalto, assim que se esforçou para notar quem que lhe segurava pelo pulso. Torceu firmemente para que fosse de fato, um ataque.

——— Caralho Nascimento, perdeu a noção do perigo? — Marques perguntava, abaixando a arma da cabeça do rapaz de forma sútil.

— Está me evitando só porque transamos na mesa do escritório do coronel? ou porque minha ex mulher está esperando outro filho meu?
—— Sua pergunta invasiva fez com oque a capitã quase se afogasse com a saliva, o vento forte fez com que ela caísse na realidade novamente.

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⏰ Última atualização: Aug 21 ⏰

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