🦇 𝕮ᥲ⍴í𝗍ᥙᥣ᥆ 𝖁іᥒ𝗍ᥱ ᥱ sᥱ𝗍ᥱ

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O sujeito parecia surpreso em me ver, mas não descontente com aquilo

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O sujeito parecia surpreso em me ver, mas não descontente com aquilo. Ele sorriu, revelando dentes retinhos, brancos e brilhantes. Então estendeu a mão para mim. Depois de um momento de desconforto, eu percebi que ele esperava que eu a apertasse. Devagar, como se fosse tudo um sonho, peguei sua mão.

Era como segurar um bloco de gelo.

- Sou o Jim - anunciou ele, ainda sorrindo. - A gente se conheceu há umas noites, no café. - Houve uma pausa. - Bom. Meio que se conheceu, acho.

Jim.

Seria aquele o Jimin que Jungkook era havia mencionado algumas vezes de passagem? Ele sacudiu meu braço um pouco antes que eu puxasse minha mão de volta.

Olhei dele para Jungkook - que, por sua vez, parecia querer que o chão se abrisse e o engolisse por inteiro - e vice-versa, tentando entender o que estava acontecendo.

- Eu disse ao Jung que ele precisava abrir o jogo com você. - Jim deu uma cotovelada amistosa nas costelas de Jungkook. - Mas, pela sua expressão, imagino que ele não tenha feito isso.

O cara voltou a atingir as costelas de Jungkook, agora com mais força, mas o outro continuou a ignorá-lo.

Seus olhos estavam fixos nos meus, suplicando para que eu entendesse alguma coisa.

- Srta. Greenberg... - Jungkook soava desesperado. - Lisa - se corrigiu.

- Em relação a que você precisa abrir o jogo comigo, Jungkook? - perguntei.

Meu instinto me dizia que eu não podia confiar em Jim, ou Jimin. Mas o desespero de Jungkook confirmava que o outro estava sendo sincero pelo menos quanto a uma questão: havia muita coisa que Jungkook não estava me contando.

- Fala, Jung! - incentivou Jim, dando um tapa nas costas dele.

- Vá embora - murmurou Jungkook, em um tom assassino. - Agora.

- Daqui a pouco - disse Jim, em um leve cantarolar. - Já faz um tempo que não vejo uma boa briga. - Ele se aproximou de mim. - Acho que vou fazer um lanchinho antes de ir embora - sussurrou no meu ouvido, de maneira conspiratória.

Então abriu a geladeira macabra com um floreio e pegou várias bolsas de sangue.

Arregalei os olhos.

Com uma piscadela para mim, Jim mordeu uma das bolsas com o que me pareceu muito serem presas.

Ao vê-lo tomar todo o sangue da bolsa em questão de segundos, depois jogá-la no lixo completamente vazia, senti que o cômodo começava a girar.

Nunca tinha sido uma pessoa cheia de melindres, mas nada na minha vida havia me preparado para o que estava vendo naquele instante.

- Jimin - grunhiu Jungkook, em tom de aviso. - Vá embora. Agora.

O outro fez um beicinho.

- Mas acabei de chegar! Íamos fazer uma festinha antes da sua colega de apartamento aparecer.

- Jimin.

- Jungkook. - Jimin revirou os olhos. - Deixa de ser bobo. Você está com tanta fome quanto eu. Não quer um lanchinho também?

Sem esperar pela resposta, Jiminpegou outra bolsa e a jogou para Jungkook, que a pegou com facilidade.

Ver Jungkook - o cara com quem eu dividia apartamento, que passava a noite toda fora por motivos desconhecidos e dormia o dia todo, que usava ternos vintage e falava como se fosse de outra época - segurando uma bolsa de sangue...

Era a peça que faltava no quebra-cabeça.

Eu sabia exatamente o que ele não estava me contando.

- Jungkook... - comecei a falar, sentindo o chão desmoronando aos poucos.

Como aquilo podia ser real?

Jungkook pigarreou.

- Agora me ocorre que já passou em muito da hora de lhe contar diversos... aspectos muito específicos da minha pessoa.

Ele olhava feio para Jimin, mas estava claro que era comigo que falava. Pelo menos tinha a decência de soar constrangido.

O que... enfim. Que bom.

Uma vez que eu tinha quase certeza de que desde que eu o havia conhecido ele tinha mentido na minha cara sobre uma porção de coisas importantíssimas.

Uma vez que eu tinha quase certeza de que desde que eu o havia conhecido ele tinha mentido na minha cara sobre uma porção de coisas importantíssimas

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