🦇 𝕮ᥲ⍴í𝗍ᥙᥣ᥆ 𝕮іᥒ𝗊ᥙᥱᥒ𝗍ᥲ ᥱ 𝗊ᥙᥲ𝗍r᥆

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Olhei para meu rosto no espelho do banheiro

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Olhei para meu rosto no espelho do banheiro. Eu tinha usado rímel pela primeira vez em nem sabia quanto tempo, e agora estava arrependida daquela decisão.

Um guaxinim me olhava de volta do espelho, os olhos envoltos em dois círculos pretos de maquiagem e as bochechas marcadas pelas lágrimas.

Aquilo fazia com que eu me sentisse uma idiota ainda maior do que estava me sentindo quando entrara no banheiro para me esconder, dez minutos antes. O que era muita coisa.

Uma batida leve na porta me arrancou dos meus pensamentos.

- Lisa? Você está aí?

Era Jungkook, a voz baixa e muito preocupada, me inundando de um calor reconfortante.

- Não.

Sem pensar, enxuguei as lágrimas com as costas das mãos, que ficaram pretas.

- Acabei de falar com alguém que disse que viu você correr para cá. Estou preocupado. Posso entrar?

- Eu disse que não estou aqui.

Ouvi uma risadinha baixa.

- Obviamente está.

Fechei os olhos e apoiei a testa na porta que nos separava. O frescor da madeira lisa contra minha pele quente foi revigorante.

- Sou uma idiota.

- Não é verdade.

- Você é obrigado a dizer isso. - Senti lágrimas novas surgirem por trás das minhas pálpebras fechadas. - Não sabe andar de metrô sozinho e vai ficar preso pra sempre nesta festa se não for legal comigo.

Outra risada baixa, agora mais firme.

- Afaste-se da porta, Lisa. Estou preocupado com você. Gostaria de entrar.

Seu tom levemente autoritário pareceu acionar alguma coisa dentro de mim.

- Tá - falei, fungando.

Ele entrou no banheiro apertado - com seu mais de um metro e oitenta, seus ombros largos e sua beleza -, depois fechou a porta. De repente, me lembrei de como aquele cômodo era pequeno.

Jungkook pareceu ter aquela exata percepção no mesmo instante, e seus olhos se arregalaram ao desviar para o chuveiro atrás de mim, a privada e a pia. Então ele viu meu rosto e a confusão em que se encontrava, e se concentrou totalmente em mim.

- Quem fez isso com você? - Sua voz saiu baixa, mas urgente. - O que aconteceu?

- Nada aconteceu. - Tentei lhe dar as costas, mas Jungkook agarrou meu braço e me manteve parada. Estremeci, o frio de seu toque entrando pelo tecido da minha roupa e criando um forte contraste com a onda de calor que eu de repente sentia. - Sou um fracasso, só isso.

- Você não é um fracasso - replicou Jungkook, firme. - Quem quer que tenha feito você se sentir assim será obrigado a lidar comigo.

Abri um sorrisinho diante da ideia de Jungkook ameaçando qualquer pessoa. Ele podia ser uma criatura morta-viva da noite, mas era a mais molenga delas.

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