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As fotos do site da Academia Harmony não faziam justiça ao campus. O colégio era grande e lindo, em uma propriedade arborizada de vários acres um pouco mais de um quilômetro a oeste do lago Michigan. Havia uma lagoazinha meio congelada bem no meio, e um caminho pavimentado em volta que sugeria que as pessoas passeavam por ali quando o clima não estava tão com cara de novembro.
Eu havia decidido usar meu único par de sapatos de salto para a entrevista. Felizmente, eles até que combinavam com o terninho se a iluminação não estivesse boa. No entanto, me arrependi da decisão assim que passei pelo arco que levava ao prédio da administração.
À medida que me encaminhava até a diretoria para minha reunião, às onze horas, o barulho alto que faziam no piso de mármore ecoava por todo o átrio abobadado.
O único outro som que eu registrava era o do meu coração, que parecia uma bateria nos meus ouvidos. Eu nem me lembrava da última vez que tinha ficado tão nervosa. Pensei na escola onde havia feito o ensino médio, que era adequada, mas genérica. A Carbonway não contava com piso de mármore ou professores de arte que focavam em peças com materiais reutilizados.
Agora eu achava ainda mais que a qualquer segundo alguém apareceria e diria que tinha sido um erro me chamarem.
- Bom dia. - A recepcionista devia ter mais ou menos a idade da minha mãe e usava um vestido verde e fosco que me fazia pensar em um dia de primavera no interior. A mesa de trabalho dela era quase tão grande quanto o quarto do meu apartamento anterior. - Você deve ser Lalisa Greenberg.
Segurei a bolsa um pouco mais firme, enquanto uma camada de suor se formava em minha nuca.
- Sim.
Ela apontou para um par de poltronas aconchegantes na ponta da sala.
- Pode se sentar enquanto eu verifico se já podem receber você. Gostaria de beber alguma coisa? Café? Água?
- Água, por favor. - Eu já estava nervosa. Adicionar cafeína à equação seria desastroso. - Obrigada.
Ao lado das poltronas havia uma pilha de folhetos com acabamento brilhante. Alunos sorridentes usando uniforme verde apareciam na capa. Enquanto esperava que a recepcionista me chamasse, folheei um, tentando absorver parte do que via e fazer minhas mãos pararem de tremer.
Peguei o celular e reli as mensagens que Bam havia me mandado de manhã.
Boa sorte!! Você consegue.
Bambam havia passado uma hora comigo na noite anterior, considerando possíveis perguntas e como eu responderia a elas. Tinha me dito que eu havia arrasado em todas e estava o mais preparada possível. Eu adoraria acreditar nele.
- Eles vão receber você agora, srta. Greenberg - anunciou a recepcionista. Ergui os olhos para ela, que me entregou um copo longo de água. - Pode me acompanhar?
