🦇 𝕮ᥲ⍴í𝗍ᥙᥣ᥆ 𝕿rіᥒ𝗍ᥲ ᥱ ᥒ᥆᥎ᥱ

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 Ele fechou os olhos, e os cantos de seus lábios se contorceram ligeiramente para baixo

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 Ele fechou os olhos, e os cantos de seus lábios se contorceram ligeiramente para baixo. Quando voltou a me encarar, seus olhos castanho-escuros pareciam me pedir desculpas.

  — Espero que compreenda minha relutância inicial em contar a verdade sobre minha situação para uma completa desconhecida. — Jungkook parou de falar por um momento. — Ou, pelo menos, que um dia possa me perdoar por ter começado tudo de maneira tão equivocada.

Ele voltou a desviar o rosto, constrangido.

— Eu… acho que entendo — falei. — E talvez até tope ajudar você, se ainda quiser.

Frederick se endireitou na cadeira.

— De verdade?

— Talvez — reforcei, erguendo uma das mãos.

Pensei em como ele havia feito com que eu me sentisse quando morávamos juntos, com a cesta de frutas e as panelas, os olhares calorosos, seu interesse sincero pela minha arte. Fora que minha situação financeira não tinha melhorado nem um pouco naquele meio-tempo desde que havia me mudado para lá. O aluguel de duzentos dólares continuava sendo uma mão na roda, tanto quanto antes.

 Ainda assim, eu precisava pensar melhor a respeito. A situação toda era simplesmente surreal.

— Compreendo — disse Jungkook.

— Ótimo. Antes de botar a mão na massa, preciso pensar se morar com um vampiro e fornecer a ele instruções práticas sobre a vida é algo com que consigo lidar.

Jungkook ergueu as mãos diante do rosto e franziu a testa.

 — Botar a mão na massa? Admito que não imaginei usar suas mãos como parte do processo de aprendizado, mas se acredita que tocar pode ajudar…

 Se eu estivesse tomando meu cappuccino naquele momento, teria cuspido tudo na mesa.

De repente, parecia que a temperatura no Gossamer’s havia subido uns dez graus.

 — Nossa. Não. É só uma figura de linguagem.

Ele me encarou.

 — Uma figura de linguagem?

— Isso. “Botar a mão na massa” significa colocar as coisas em prática.

 Jungkook não disse nada por um momento.

— Colocar as coisas em prática? — indagou.

— Isso. Tipo você pedindo o café hoje à noite. Dá pra dizer que botou a mão na massa. Aprendeu a pedir um café pedindo um café.

Ele finalmente compreendeu.

— Ah, sim. Entendo.

Ele baixou os olhos para a caneca. Então, se inclinou na minha direção.

Em uma situação como essa, uma pessoa esperta provavelmente se afastaria. Eu não consegui me convencer a fazer isso. E não só por causa da beleza dele, que sem dúvida tinha seu papel. Apesar de tudo — de quem e o que Jungkook era, do fato de que ele não havia sido totalmente sincero comigo quando me mudei —, eu queria confiar nele.

Eu confiava nele.

Só que não o bastante para me permitir ser encantada da mesma maneira outra vez. Com mais dificuldade do que gostaria, eu me ajeitei na cadeira de modo a aumentar a distância entre nós.

Jungkook pareceu entender, porque acrescentou:

— Compreendo se precisar de mais tempo para pensar a respeito.

Ele não parecia nada feliz com aquilo. O que não fazia sentido.

— Mesmo que eu não continue morando com você, Jungkook, alguém vai morar.

Seu olhar endureceu.

— Impossível. Eu… — Ele se interrompeu e balançou a cabeça. — Embora eu desconfie que, com o tempo, possa encontrar outra pessoa para dividir o apartamento, não será alguém que consiga me instruir tão bem quanto você.

Aquilo me surpreendeu.

— Não sou nem um pouco especial.

Ele franziu a testa. Algo no que eu havia falado o incomodava, embora eu não conseguisse imaginar o quê.

— Na última quinzena, descobri que, nesta cidade de milhões, você é única.

As palavras dele traziam uma intensidade discreta que eu era capaz de sentir na boca do estômago. De repente, não havia mais ninguém no café movimentado além de nós dois. O volume dos ruídos em volta diminuiu e ficou inaudível diante do barulho do sangue correndo nos meus ouvidos. Baixei os olhos para a mesa.

A caneca Galáxia que ele segurava parecia pequena em suas mãos.

Pigarreei.

— Sei que isso não é verdade, Jungkook. Eu…

— Não pense nem por um minuto que você é substituível, Lalisa Greenberg — disse ele, parecendo quase bravo. — Você é tudo menos isso.

 — Você é tudo menos isso

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