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UM ANO DEPOIS ...
Eu estava arrumando minhas coisas para ir embora no fim do dia quando meu celular vibrou em sequência, indicando que alguém estava me escrevendo.
Precisei de alguns minutos para encontrar o aparelho dentro da bolsa em que carregava meus materiais. Agora que lecionava em tempo integral e precisava levar todas as minhas coisas comigo no metrô, usava a maior bolsa que tinha. Parecia que existia pelo menos uma dúzia de bolsos internos, nos quais minhas chaves e meu celular viviam desaparecendo.
Quando finalmente consegui localizar o aparelho, vi que Jungkook tinha mandado várias mensagens.
🧛🏻♀️
Estou esperando você do lado de fora do prédio de artes. Estou usando uma roupa que escolhi sozinho. A camiseta verde de manga comprida e botões que você gosta e uma calça preta. Acho que vai gostar. Ou espero que goste, pelo menos. Mas só o tempo dirá. Estou com saudade. 😊
🧛🏻♀️
Dei uma risadinha.
Jungkook J. Fitzwilliam, com seus mais de trezentos anos de idade, estava mandando emojis.
Quase não dava para acreditar.
🧛🏻♀️
Ainda tenho que guardar umas coisas A gente trabalhou com plástico essa semana A sala está uma bagunça Me dá 15 minutos Saudade também 🤍
🧛🏻♀️
Eu o encontrei exatamente onde ele disse que estaria, à sombra do prédio de artes da Academia Harmony. Jungkook estava recostado na parede de tijolos expostos, com os tornozelos cruzados e olhando para o celular.
Assim que me aproximei, ele levantou o rosto e abriu um sorriso para mim.
— Você chegou.
— Cheguei. — Dei uma apertadinha em sua mão. — Como foi seu dia?
Jungkook deu de ombros.
— Normal. Chato. Passei a maior parte do tempo me comunicando com o pessoal da imobiliária. Eles acham que devemos conseguir finalizar a compra da nossa casa nova até o fim do mês que vem. — Depois de uma pausa, Jungkook acrescentou: — E passei o restante do dia ouvindo Jimin reclamar do escritório de contabilidade que ele contratou.
Um grupo de alunos da minha turma da tarde de soldagem passou. Eles acenaram para mim e eu os cumprimentei de volta, sorrindo. Ainda era difícil acreditar que eu tinha um emprego como aquele, com alunos que me respeitavam e queriam ouvir o que eu tinha a dizer.
Ao me virar de volta para Jungkook, ele estava me olhando com uma expressão tão ardente que quase chegava a ser inapropriada, considerando que não apenas estávamos no meu local de trabalho como também diante de crianças.
