🦇 𝕮ᥲ⍴í𝗍ᥙᥣ᥆ 𝕼ᥙіᥒzᥱ

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𝐌EU corpo ainda devia estar quente do banho, ou de vergonha, ou as duas coisas, porque a pele dele me pareceu anormalmente fria

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𝐌EU corpo ainda devia estar quente do banho, ou de vergonha, ou as duas coisas, porque a pele dele me pareceu anormalmente fria. Jungkook parou ali, que nem uma estátua, com um short de linho branco abaixo dos quadris, enquanto eu gritava e me afastava com um pulo. Ele estava com o punho direito no ar, como se estivesse prestes a bater na porta do banheiro quando trombamos.

Seus olhos arregalados pareciam tão grandes quanto dois pires, seu rosto estava pálido como o luar.

Balbuciamos nossos pedidos de desculpas ao mesmo tempo.

— Srta. Greenberg! Ah, perdão, eu…
— Merda! Desculpa! Eu não…

Pensando bem, deveria ter me ocorrido que morar com outra pessoa significava que eu não podia mais perambular pelo apartamento só de toalha. Mas ele havia falado bastante que passava a noite toda fora. Como eu podia saber que no exato momento em que decidi sair do banheiro ele estaria do outro lado da porta, sem camisa?

Eu estava a centímetros dele, sem nada além da toalha, com o cabelo pingando sem parar nos meus ombros. Meus olhos estavam na altura do peito dele, e…

Tentei não babar. De verdade. Babar pela pessoa com quem eu estava dividindo apartamento, sendo que o dito cujo estava quase nu, e eu também, não era apenas péssimo, mas totalmente inapropriado. Só que eu não consegui evitar. Aquelas roupas sob medida de antes estavam escondendo um tanquinho perfeito. Seu peito largo afunilava até uma cinturinha estreita, e aquele short fazia com que Jungkook parecesse um modelo de cueca, em vez de um médico, um CEO, ou o que quer que ele fosse.

Foi então que eu me dei conta de que Jungkook não era só bonito. Era um deus grego.

Os segundos se passaram e nós continuamos ali — eu secando o cara, ele com os olhos arregalados fixos em um ponto atrás de mim. Tentei pensar em qualquer outra coisa que não fosse a proximidade dos nossos corpos, nossa escassez de roupas, meus batimentos cardíacos de repente acelerados. Então, levando em conta que meu instinto de autopreservação nunca foi muito bom, senti um impulso súbito e quase irresistível de passar a ponta dos dedos em seu peito. Para ver se o abdome dele era tão durinho quanto parecia.

Como Jungkook agiria se eu fizesse aquilo?

Ia me botar para fora e encontrar alguém que soubesse se comportar em situações desconfortáveis? Alguém que também lhe pagasse um aluguel mais próximo do valor de mercado? Ou ia arrancar minha toalha e jogá-la de lado antes de erguer meu corpo do chão com suas mãozorras e…

Fechei os punhos e me forcei a mantê-los ao lado do corpo antes que tivesse a chance de fazer alguma idiotice. Senti o formigamento do rubor se espalhar pelo meu corpo, esquentando minhas bochechas e fazendo minhas mãos suarem.

Jungkook não estava vermelho, mas parecia pelo menos tão constrangido quanto eu me sentia. Em sua defesa, ele manteve os olhos fixos na parede atrás de mim. Parecia que ia morrer se me olhasse por um momento que fosse.

Nitidamente, era muito menos tarado do que eu. Ele era um cavalheiro.

A constatação me decepcionou de uma maneira totalmente equivocada.

Pigarreei para tentar me concentrar no assunto em questão.

— Achei que você não… Digo, você disse que costuma passar a noite fora…

— Perdão, srta. Greenberg. — Sua voz saiu tensa. Ele continuava não olhando para mim. — Fazia tanto tempo que o chuveiro estava ligado que imaginei que o tivesse esquecido aberto. Devo estar parecendo duro. — Jungkook fez uma pausa, arregalando os olhos ainda mais ao constatar o que havia dito. — Por vir ao banheiro, digo. Para desligar. O chuveiro.

Ele baixou a cabeça para mim, em uma estranha reverência. Àquela altura, devia dar para ver meu rosto do espaço, de tão vermelho.

— Perdoe-me, por favor, srta. Greenberg. Não acontecerá outra vez.

Então ele me contornou, certificando-se de que seu corpo não roçasse no meu de modo algum ao passar.

Ouvi o clique da porta do banheiro se fechando, depois o barulho do que dava toda a pinta de ser o conteúdo do armarinho do espelho indo ao chão.

— Tudo bem aí? — perguntei, preocupada.

Será que ele ficou tão horrorizado com o que tinha acontecido que acabou caindo?

— Sim! Tudo muito bem! — disse Jungkook, mas sua voz saiu aguda, e em seguida ele deixou escapar algo que parecia uma série de palavrões, bem baixinho.

Fiquei tão constrangida que, quando vi, estava no quarto. Mal me lembrava de ter ido para lá, mas, assim que cheguei, bati a porta e me joguei de cara na cama, tendo abandonado por completo a ideia de dormir. Meu coração martelava tanto que parecia que ia quebrar minhas costelas. Tentei dizer a mim mesma que era só porque aquele havia sido um dos momentos mais constrangedores da minha vida.

Mas, no fundo, sabia que aquilo só explicava uma parte da história.

Eu não queria pensar em como Jungkook ficava incrível sem camisa. Nada de bom viria daquilo. Com todas as outras questões que estavam rolando na minha vida, a última coisa em que eu deveria pensar era em fantasias sórdidas com um homem que era muita areia para o meu caminhãozinho, além de a pessoa com quem eu estava dividindo um apartamento.

Com dificuldade, me forcei a pensar nos planos de pegar minhas telas no depósito de Bam no dia seguinte.

Meu cabelo continuava um desastre. Aquilo também exigia minha atenção.

Peguei a tesoura de tecido na escrivaninha. Estava ainda mais cega do que eu lembrava. Mas, se eu estragasse meu cabelo mais ainda, pelo menos isso me impediria de ficar pensando no que havia acabado de acontecer.

Comecei a cortar e…

Bom, no final ficou ligeiramente melhor. De olhos meio fechados. Pelo menos agora as pontas estavam niveladas.

Apaguei as luzes e me deitei na cama, me encolhendo diante da constatação de que eu sempre dava um jeito de atrapalhar minha vida, mesmo quando nada corria de acordo com os planos.

Apaguei as luzes e me deitei na cama, me encolhendo diante da constatação de que eu sempre dava um jeito de atrapalhar minha vida, mesmo quando nada corria de acordo com os planos

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