Capítulo 2

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POV - Camila Cabello

Boston — Massachusetts

Dez Meses Depois


— Você ao menos tem que tentar.

— Não. Pode me pedir qualquer coisa, menos isso.

— Por favor. Precisa experimentar. Sua vida é tão chata!

— Você se lembra de que é a minha irmã mais velha? Deveria me dar bons conselhos e ficar feliz que meu programa favorito seja estar em casa nos fins de semana. Sou uma adolescente-modelo.

— Primeiro, você já deveria saber que não sou uma irmã mais velha convencional. Até porque nossa diferença de idade é de apenas um ano e meio. Segundo, você não é mais uma adolescente. Acaba de se tornar uma adulta. — Ela pausa e olha o relógio em seu pulso fino. — Bem, tecnicamente se tornará uma adulta daqui a vinte minutos.

— Respondendo à sua afirmação anterior, minha vida não é chata. Ela é como eu gostaria que fosse, Sofia. Sou feliz com pouco. No próximo outono, iniciarei a faculdade, e quando terminar, vou ficar rica. Até lá, sua saúde estará ótima e nós poderemos sair de férias pelo mundo. Ir à Itália, como você sempre sonhou.

— No momento, eu me contentaria em poder ter meu emprego de volta. O trabalho de hostess me agradava. Eu adorava ver as celebridades desfilando lá no restaurante.

Seu olhar se perde por um instante, como se estivesse recordando de algo que a fizesse sorrir.
Ela estica a mão magrinha para mim.

— Camila, eu amo você e tenho certeza de que todos os seus sonhos vão se tornar realidade, mas só se tem dezoito anos uma vez. A comemoração é obrigatória.

— Estamos juntas. É celebração suficiente.

— Eu não acredito que disse isso. Por mais que me ame, precisa aproveitar um pouco. Você é tão linda! Faça por mim. Se eu pudesse, sairia com você e nos divertiríamos para valer, mas não acho que seria uma boa ideia. Tenho me sentido fraca. Então, você precisa ir. Ou vai querer estrear sua vida adulta tendo na memória uns poucos beijos babados daquele seu namoro relâmpago do ano passado?

— Não eram tão babados. O problema maior era que eu não podia respirar porque ele sempre tentava enfiar a língua na minha garganta.

Ela joga a cabeça para trás e gargalha. Só de vê-la feliz já compensa ter aquela conversa incômoda.

— Essa é a sua chance de se arriscar por uma noite. Saia, beije, converse, ria. Tudo o que eu gostaria de fazer no momento e não posso.

— Você está jogando sujo. Além do mais, se aceitasse embarcar em sua loucura, eu nem saberia como conversar. Eu falo muito e, em geral, os rapazes não gostam disso.

— E quem disse alguma coisa sobre rapazes? Eu pensei em encontrarmos alguém. Um homem ou mulher de verdade.

— Perdeu o juízo, Sofia? Se não consigo manter uma conversa decente com um alguém da minha idade, o que diria para uma pessoa adulta?

— Claro que consegue. Você é linda e inteligente. Eles é que são uns idiotas medrosos. Temem uma mulher que poderia superá-los.

Olho para minha irmã, minha companheira e a pessoa por quem me levanto da cama todos os dias, e fico tentada a brincar de Cinderela só para fazê-la feliz.

— Por favor, Camila. Podemos marcar o encontro em um bar, assim você não correrá risco algum.

— Nós não devemos gastar dinheiro com bobagens. O orçamento já é bem apertado sem fazermos extravagâncias. Além disso, não tenho idade para beber. Estou fazendo dezoito anos, esqueceu? O que iria fazer em um bar?

CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora