POV - Camila Cabello
No dia seguinte
— Como você está se sentindo? — pergunto, logo após bater na porta do quarto de Dinah, no hospital e ela dizer que eu podia entrar.
— Como se um palanque tivesse desabado em cima de mim.
— Lauren, uma vez, me disse que você tem um senso de humor estranho. Eu não conseguiria definir melhor.
Apesar do que falei, estou rindo.
— Ah, confesse que foi engraçado.
Seguro sua mão e me abaixo para dar um beijo em sua testa.
— Obrigada.
Ela me olha, parecendo sem jeito. Acho que talvez tenha se acostumado a ser aquela que se preocupa e cuida, mas não sabe como agir quando é o alvo de atenção e amor.
— Pelo quê? Eu não fiz nada, a não ser conversar com ela no escuro.
— Deus, eu achei que as minhas piadas eram ruins, mas as suas são piores.
— Já me disseram isso. — Ela dá de ombros.
Puxo uma cadeira e me sento perto da cama.
— Eu não falo o tempo todo sobre o quanto amo as pessoas, Dinah. Lauren talvez seja minha única exceção. Geralmente demonstro meu afeto através de beijos e abraços. Até mesmo com Sofia sou assim, mas eu quis vir vê-la hoje, especialmente, para dizer que você é a melhor amiga que minha mulher poderia desejar e só por isso, por sempre estar ao lado dela, mesmo nesse pesadelo que nós atravessamos ontem, eu amo você.
— Não ouse me fazer chorar, Camila. Já me basta estar vestida nessa camisola de hospital e sem um pingo de maquiagem no rosto.
— Não seja boba. Você é linda!
Ela funga e seca uma lágrima.
— Eu amo Lauren como a uma irmã.
— Eu sei e tenho certeza de que é recíproco.
— É uma sorte trabalhar para alguém que eu admiro, sabia? — ela continua. — Lauren nem sempre é fácil de se lidar, mas eu meio que gosto do jeito azedo dela.
— Ela disse que depois das eleições lhe dará férias.
— De jeito nenhum.
— Sim, senhora. Nós também tiraremos e você precisa descansar. Sua irmã vem amanhã? — pergunto, realmente intrigada do porquê de até agora ela só ter recebido visitas dos Jauregui.
— Não... Sara está um pouco enrolada com as crianças. Minha irmã tem filhos de três e cinco anos.
Conto até dez em silêncio.
Aquilo me soa como desculpa.
Nada me impediria de visitar Sofia se ela tivesse acabado de sofrer um atentado que poderia ter lhe custado a vida. Não é como se a irmã dela morasse em Marte. Pelo que Lauren me falou, ela vive em uma cidade vizinha daqui de Austin.
— E seus pais?
— É complicado.
— Sinto muito, não estava tentando ser indiscreta — falo com sinceridade.
— Não tem problema. Sabe de uma coisa? Acabo de decidir que aceitarei as férias que minha chefe mandona está me forçando a tirar. Mary me convidou para passar uns dias com ela na fazenda e acho que vou topar.
— Não acredito que você teria muita escolha. Quando Lauren enfia algo na cabeça, ninguém a faz mudar de ideia.
— Ah, não estoure a minha bolha. Faça de conta que vou para JaureLand por minha própria vontade.
— Não importa a razão. Vá e divirta-se um pouco. Lauren me prometeu uma lua de mel de verdade e eu pretendo aproveitar cada segundo. O que significa que você está proibida de nos ligar ou mandar mensagem, mesmo que o mundo esteja acabando.
Ela sorri da minha "bronca", mas depois sua expressão muda.
— Você me agradeceu por estar sempre ao lado dela. Não é sacrifício algum, Camila. Lauren Jauregui é a mulher mais leal que eu já conheci. Ela merecia você, ter a própria família e ser feliz. Minha amiga é outra pessoa depois que você entrou na vida dela.
Antes que eu possa responder, a protagonista da nossa conversa entra no quarto.
— Eu poderia apostar que as duas estão falando de mim.
— Deus, você é uma mutante. Como pode já estar de pé quando eu ainda me sinto... — ela começa e eu completo:
— Como se um palanque tivesse desabado em cima dela.
Ela gargalha.
— Eu avisei. Dinah tem um verdadeiro dom quando se trata de piadas ruins.
— Você jura por Deus que não está sentindo dor? — ela pergunta à chefe e amiga.
— Não muita. Talvez eu seja mesmo uma mutante, no fim das contas — ela diz com a arrogância que eu tanto amo.
— Uma mutante muito convencida. — Vou até onde ela está e envolvo meus braços em seu pescoço.
— Tenho uma reputação a zelar — diz, me beijando. — Camila contou que você está oficialmente de férias assim que receber alta? — Ela acaricia minha barriga, perguntando à amiga. — Dentro de dois dias, não vou querer ouvir falar seu nome por um bom tempo. Sem telefonemas ou reuniões por vídeo. Estarei fora do ar, disponível somente para minha esposa e nosso biscoitinho.
— Claro. Até porque, quando encerrarem o prazo das votações, nada mais poderá ser feito — a assessora que há nela, conclui.
— A distância entre ela e o candidato democrata está ainda maior depois do atentado — digo.
— Eu soube que não houve mortes — Dinah fala. — Pelo menos isso.
— Não, graças a Deus! Só estou esperando os médicos me liberarem para ir visitar os feridos. Eu me sinto em dívida, afinal, estavam lá para me ouvir.
— Não se culpe. Se um décimo das ameaças que sofreu ao longo dessa campanha tivesse sido cumprido...
— Eu odeio quando vocês falam disso como se fosse algo normal — confesso. — Esse monstro foi malsucedido, mas quantos iguais a ele não estão soltos por aí?
— Muitos, Camila, mas a maioria só planeja.
— Grande consolo!
— A única coisa positiva é que o louco fez um favor à humanidade e se suicidou em seguida, pelo que o agente do FBI que esteve aqui tomando meu depoimento contou. Há alguma chance dele fazer parte de um grupo de fanáticos ou ter cúmplices, Lauren? — ela pergunta.
— Não. Foi um ato solo. De qualquer modo, teremos que repensar todas as diretrizes de segurança depois da minha posse. Tanto em relação a mim, quanto de toda a família. Não quero mais correr riscos, Dinah.
— Pode deixar. Providenciarei tudo.
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CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)
FanfictionLauren Jauregui, conhecida como a Dona do Texas, chegou à conclusão de que ter muito dinheiro não bastava. A bilionária arrogante não quer ser apenas uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos. Ela quer o poder! Para isso, ordena à sua assessora...