POV - Camila Cabello
Dia do encerramento da votação
"É praticamente impossível que o resultado das urnas possa ser revertido pelo candidato democrata. Apesar da totalização dos votos ainda levar alguns dias para ser apurada, Lauren Jauregui já pode ser considerada a nova governadora do Texas..."
Minha esposa aponta o controle remoto para a televisão, desligando-a.
Estamos no sofá e minha cabeça, em seu colo.
— Parabéns, meu amor. Feliz?
— Um instante.
Ela pega o telefone e acho que coloca no vibrar. Já havíamos combinado com a família que faríamos isso assim que terminasse o prazo para a votação.
Não há dúvidas de que os repórteres ficarão em cima querendo entrevistas. Depois de tudo o que atravessamos nesse último mês, merecemos um tempo só nosso.
Ela abaixa a cabeça e me dá um beijo nos lábios.
— Respondendo sua pergunta: aliviada. Já sabíamos que eu iria vencer. O democrata nunca chegou a me ameaçar nas urnas, mas eu estava cansada do jogo. Eu quero trabalhar pelo povo e deixar a minha marca, mas estou mais do que pronta para arregaçar as mangas. A prévia, as alianças políticas... Essa parte, de fato, nunca me agradou.
— Mas você se arrepende?
— Eu não sei como responder a isso. Não me arrependo de ter chegado onde estou porque acabo de concluir um objetivo, que era me tornar governadora, mas ao mesmo tempo, eu nunca me senti tão dividida desde que me entendo por gente.
— Como assim?
— Eu sou o tipo de pessoa que se joga em tudo que faz, mas, dessa vez, a vida me mostrou que há coisas que não posso controlar. A cada viagem, você e o nosso Dante não saíam da minha cabeça nem por um segundo. Eu queria ter acompanhado sua gravidez com mais atenção.
— Não vou mentir. Senti muito a sua falta, principalmente quando não podia dormir em casa, mas ter minha irmã por perto, mesmo que no fim não mais morando comigo, ajudou bastante.
— Prometo que vou fazer melhor nas próximas gravidezes.
— Próximas, é? No plural?
— Você não quer mais bebês?
— Quero, sim, mas não agora. Pretendo concluir meus estudos como combinamos e investir na minha carreira em marketing. Quem sabe, até cuidar das suas futuras campanhas.
— Eu quero que sua carreira seja brilhante, linda, mas não me candidatarei outra vez.
Olho-a, espantada.
— Dinah disse que há um movimento no partido já trabalhando em sua reeleição e, depois, pensam no senado. Na verdade, ela falou que há até rumores de que daqui a uns bons anos, você seria a candidata dos sonhos dos republicanos para a presidência.
— Fico envaidecida que estejam pensando tão longe, mas como eu disse antes, minha candidatura foi um objetivo realizado e só. Não darei continuidade à vida política. Nós temos tudo. Muito amor e um filho a caminho. Mais dinheiro do que podemos gastar, mas há algo que não pode ser comprado: o tempo. Continuar na política significaria abdicar de momentos importantes em nossas vidas.
— Eu acho que estou entendendo o que você está falando. Ambas crescemos sem nossos pais, não é?
— Sim. Não seria a mesma coisa, porque o que nos fez órfãos foram tragédias, não uma escolha dos nossos pais. No nosso caso, eu tenho uma opção e escolho vocês. — Ela me ergue e me puxa para o colo. — Agora, chega de conversas sérias. Vamos à parte boa da noite. Quero aquela comemoração da vitória que você me prometeu.
Aspen — Vinte dias depois
— Eu não acredito que nós só temos mais cinco dias nesse paraíso — brinco, tentando descontrair sua expressão carregada quando ela volta para a sala do chalé da família Jauregui, em Aspen.
Eu sei o que ela estava fazendo: Lauren foi tentar ligar para Justin. Tem feito isso desde que foi liberada do hospital e o primo não a atende.
— Maldita teimosia dos Jauregui.
Só percebo que falei em voz alta quando ela começa a rir.
— Está aí algo que não posso negar.
— Eu não retiro o que eu disse — falo, erguendo o queixo.
Ela se deita ao meu lado, em frente à lareira.
— Tudo bem. Você está certa. O que ele não sabe é que não vou desistir enquanto não conversarmos.
— Eu não sei qual dos dois é mais irracional: você, por ter levado tantos anos para se decidir a finalmente ouvir seu primo, ou ele, por agora ter mudado de ideia e não querer mais contar seu lado da história.
— Não quero mais falar sobre isso, se não se importa. Como bem disse, são nossos últimos dias de férias e teremos pouco tempo para aproveitar entre o regresso a Dallas e a minha posse.
Finalmente, a contagem dos votos terminou e ela foi oficialmente confirmada como vencedora das eleições.
— A vida é uma coisa muito louca, não é? Parece que cronometramos sua posse para o governo e o nascimento do bebê.
No começo, eu fiquei ansiosa quanto às datas acabarem coincidindo, mas o obstetra me garantiu que Dante não nasceria até duas semanas após Lauren assumir o cargo de governadora.
— Talvez já estivesse escrito em algum lugar que o nosso Dante viria ao mundo como filho da governadora — brinca.
— Não sei, acho que meu bebê preferiria ser o filho da dona do Texas.
— Uma coisa não exclui a outra — ela diz só para me provocar, porque na verdade eu descobri que odeia o apelido.
— Ah, sim? Então sou a primeira-dama e também a dona do Texas? Não, obrigada. Títulos demais.
— E qual deles você escolhe, então?
— Ser sua. Não preciso de qualquer outro rótulo.
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CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)
FanfictionLauren Jauregui, conhecida como a Dona do Texas, chegou à conclusão de que ter muito dinheiro não bastava. A bilionária arrogante não quer ser apenas uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos. Ela quer o poder! Para isso, ordena à sua assessora...