CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)

Capítulo 18

Parem de pedir "mais um", gente! Eu preciso deitar e dormir. 😂😂

POV - Lauren Jauregui

Hotel Caldwell-Oviedo

Duas horas depois

Precisei vir pegar algumas roupas, apesar de ainda estar desviando de falar com Dinah. Mandei mensagem dizendo que conversariamos amanhã, quando pretendo lhe contar tudo, inclusive sobre a gravidez. Hoje,  tenho coisas mais importantes para resolver, como ligar para minha avó, por exemplo.

Também quero levar Camila para jantar. Mais cedo ou mais tarde a imprensa acabará descobrindo sobre nosso relacionamento e talvez, se a introduzir em meio aos tubarões sem muito estardalhaço, eles a poupem das manchetes.

No fundo, eu sei o que terei que fazer. Algo que prometi não repetir nessa encarnação.

Um casamento.

Proporcionar ao meu filho um lar com ambas as mães presentes. Eu gostaria de ter tido pais presentes por mais tempo.

Será uma espécie de contrato. Algo bom para ambas as partes.

Não gosto de encarar meus planos como um casamento de conveniência, uma vez que a química incendiária entre nós duas não chega nem perto de ser conveniente. Pretendo usufruir de nossa união e nessa segunda tentativa de um relacionamento, diante de um juiz e testemunhas, fazê-la funcionar.

Não importa que não estejamos apaixonadas. Muitos casais entram em um casamento com muito menos do que temos — meu envolvimento com Alexa que o diga.

Somos muito atraídas uma pela outra, eu admiro sua inteligência e dentro de poucos meses, teremos um filho juntas. Já é bastante material para um começo.

O problema é convencê-la.

Não acho que será fácil. Ela e Sofia aprenderam a valorizar a própria independência e intuo que vou precisar provar a ela que não pretendo matar suas ambições. Ao contrário, acho que poderá perfeitamente equilibrar os estudos e uma carreira com a maternidade.

Eu, claro, tenho um plano.

Ele inclui introduzi-la à minha família. Principalmente, vovó. Talvez elas apreciem a sensação de ter mais parentes. Estou contando com esse trunfo ao meu favor, porque sei que não sou uma boa escolha para esposa. Trabalho demais, tenho um senso de humor inexistente e a tendência a não confiar nas pessoas. Assim, preciso segurar com cuidado as poucas cartas boas que tenho com ela: uma família grande, nosso sexo explosivo e um bebê.

Nosso bebê!

Não planejado, mas que quanto mais penso a respeito, mais completa me sinto.

Talvez eu não seja a pessoa com quem ela sonhou se casar um dia, mas farei o que for preciso para que não sinta falta de nada.

Como disse a Sofia hoje mais cedo, não entro em um jogo para perder. Eu quero e farei de Camila Cabello minha esposa.

Pego o celular e completo a ligação para minha avó.

Ela atende no segundo toque. Dona Mary Grace tem andado muito antenada, sempre conversando com as amigas através de aplicativos, o celular constantemente nas mãos.

— Lauren, você está mandando muito bem na campanha. Vai ser uma vítória fácil — diz assim que atende.

É, ela agora deu para falar girias também. Agradeço ao professor de tênis de vinte anos de idade.

— Mary, daqui a pouco terei que usar um dicionário para traduzir nossas conversas — falo para mexer com ela, mas dai me lembro que a mãe do meu bebê tem somente dezoito anos, então há de fato uma boa chance de que eu precise de um dicionário de gírias mesmo.

— Não seja ranzinza. Você não me engana. Sei que há leveza dentro desse coração duro — diz brincando, mas depois muda de tom. — Estou com saudade.

— Eu também — confesso, embora seja difícil para mim admitir que preciso de alguém. — É por isso que estou telefonando, de um certo modo.

— Aconteceu alguma coisa?

— Mais ou menos. Ou melhor, acontecerá em breve.

— Você nunca foi de falar através de enigmas. Estou começando a ficar preocupada.

— Minha namorada está grávida.

Se é uma notícia despejada o que deseja, posso fazer isso.

— Sua o quê? Eu nem sabia que você tinha uma namorada! Achei que depois do casamento com a víbora da Alexa, havia deixado para trás o desejo de ter alguém.

— Eu também, mas então, aconteceu.

— Espera. Fiquei tão chocada com a palavra namorada que abstraí o resto. Você disse grávida?

Jesus Cristo! Se existe alguma coisa que eu odeie mais do que falar da minha própria vida, desconheço, mas não posso simplesmente pousar com Camila no Texas sem preparar minha família antes.

— Sim. Não quero falar por telefone, mas o fato é que estou levando Camila comigo quando voltar...

Camila? Que nome lindo!

— Ela é filha de uma latina... Agora foco, vovó! Levarei ela e a irmã, Sofia, para o Texas. Gostaria que você as conhecesse. Elas perderam os pais, então pensei que seria uma boa coisa ter mais... pessoas por perto.

— O que há de errado? Por que a hesitação? Você não tem certeza se quer o bebê? — Há repreensão em sua voz.

— Não. Eu o quero. Não há qualquer dúvida quanto a isso, mas eu também... quero que ela se case comigo.

— Pelo bebé? Isso é muito antiquado. Já ouviu falar em guarda compartilhada?

— Não.

— Não o quê?

— Nem pensar em guarda compartilhada. Eu quero tudo. Uma família de verdade.

Ela fica em silêncio por um tempo.

— Mary?

— Você está apaixonada?

— Não tem nada a ver com amor, o casamento é por uma questão prática. Farei com que seja bom para nós duas.

— Você tem muito a oferecer, minha filha. Não comece um novo relacionamento com tanto cinismo. Não deixe que a experiência ruim com aquela mulher desclassificada a faça magoar uma hoa moça.

— Como sabe que ela é uma boa moça?

— Eu te conheço. Nunca cometeria o mesmo erro duas vezes. Antes mesmo de dizer o sim no altar, você sabia que o casamento com Alexa estava fadado ao fracasso, apenas foi orgulhosa demais para voltar atrás.

— Você não vai me perguntar como aconteceu?

— Eu ainda me lembro de como os bebês são feitos — ela diz, rindo, mas a seguir, completa: — Uma criança é um presente precioso para um casal, mas ela não consegue segurar um lar sem amor. Não esqueça disso.

Desligo, pensando no que ela acabou de dizer.

Não acho que consigo fazer com que Camila me ame, mas darei o meu melhor para que seja feliz.

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