POV - Lauren Jauregui
Houston - Naquela mesma noite
— Dinah, você esteve com Camila? — pergunto assim que ela atende o telefone.
— Nós... fomos almoçar, por quê?
— Não sei, ela não me pareceu muito bem hoje. — Suspiro, irritada. — Porra, estou tão cheia disso. Às vezes tenho a sensação de que a campanha não terminará nunca. Tudo o que quero é voltar para casa. Para a minha mulher.
— Lauren, nós precisamos conversar. Você está em Houston agora?
— Sim. Acabei de chegar aqui. Não há qualquer chance de voltar para Dallas amanhã cedo, infelizmente. Mas o que há de tão urgente que não pode ser dito por telefone? É sério?
— É, sim. Eu pensei que poderia resolver sem ter que envolvê-la, mas talvez não seja tão simples quanto eu imaginava.
— Algum problema com minha família?
— Não.
— Minha mulher ou filho?
— Pode se tornar um, mas prefiro conversar pessoalmente. Estou indo encontrá-la.
Houston — Na manhã seguinte
— O que aconteceu?
— Alexa, como sempre.
— O quê?
— É melhor você se sentar. Não será uma conversa rápida.
— Não me enrole. Você sabe que não sou a pessoa mais paciente do mundo.
— Tudo bem. Antes de eu começar, preciso que você prometa que me ouvirá até o fim.
Concordo com a cabeça, mas por dentro uma sensação desagradável pra cacete me domina.
— O quão Camila é importante para você?
Começo a me levantar outra vez, mas ela gesticula com a mão.
— Você me deu sua palavra de que me ouviria. Sei que não é uma tarefa fácil, no seu caso, mas confie em mim.
— Que tipo de pergunta é essa? Sabe o quanto ela é importante para mim. Ela é tudo o que eu quero.
— Mais do que ser governadora?
— Mais do que qualquer outra coisa. Ela e meu filho são o meu tudo. Agora me explique o que está acontecendo.
— Existe um segredo sobre Camila, mas ele não é meu para revelar. Terá que ser uma conversa entre vocês duas.
Lembro do que minha mulher me disse no dia em que Sofia foi fazer o tratamento.
— Uma vez ela começou a falar sobre isso. — Penso um pouco. — Acho que foi no dia em que Sofia foi internada. Prometeu conversar comigo a respeito, mas nós nunca mais tivemos tempo hábil. Eu tenho ficado cada vez menos em casa com a aproximação das eleições e quando estou, nós só queremos...
Não completo a frase, lembrando o quanto nos entregamos nos braços uma da outra a cada oportunidade. É como se a paixão e o desejo fossem alimentados com a distância. O que em outros casais talvez causasse um afastamento, em nós duas, une. Cada chance de ficarmos juntas é aproveitada quase que com desespero.
— Eu entendi — ela diz, me trazendo de volta à conversa. — Alexa tem telefonado para ela e enviado mensagens também.
— O quê?
— Isso mesmo que você ouviu. Ela tem tentado assustá-la.
— Como e principalmente, por quê?
— Porque ela descobriu um segredo do passado de sua esposa.
— Que não tem nada a ver com uma traição — reafirmo sem hesitar, porque lembro da minha mulher ter me dado sua palavra naquele dia no hospital.
— Não. Ela nunca foi desleal a você, Lauren.
— Eu sei.
— Sabe?
Não a olho, mas balanço a cabeça.
— Eu confio nela.
As palavras arranham a minha garganta. Talvez porque nunca me imaginei dizendo aquilo em voz alta.
— O quanto?
— Não existe um limite para confiança, Dinah. Principalmente se tratando de mim. Eu confio ou não confio. E eu confio em Camila com a minha alma.
— Tudo bem. Como eu lhe disse, Alexa descobriu algo do passado dela e está ameaçando prejudicá-la, caso venha à tona. Na verdade, os telefonemas e mensagens têm mais a função de assustá-la, eu acho, porque ela nunca foi direto ao ponto ou sequer se revelou como interlocutora. Porém, Marianne LaCroix ligou para Camila avisando-a de que sua ex pretende soltar uma declaração na imprensa com o intuito de fazê-la perder as eleições.
— E o que diabos seria isso? Não estou entendendo nada.
— Como eu disse, não tem nada a ver com uma traição, apenas algo que fará com que as pessoas talvez vejam sua esposa de uma maneira diferente e, consequentemente, você também.
— Se não foi uma situação de deslealdade, então nada me fará pensar menos sobre ela.
— Está certa sobre isso?
— Estou, sim.
— Bom, mas ainda assim precisa saber que a informação pode significar sua derrota nas urnas.
— Nesse exato momento, eu não dou a mínima. Só quero ter a certeza de que ficaremos bem. De que nada a machuque. Termine logo o que começou a dizer.
— Como já conversamos antes, eu investigo Alexa há um bom tempo. Nós temos muitos trunfos contra ela. Para ser franca, acredito que a ameaça de colocá-la na cadeia será o suficiente para fazê-la manter a boca fechada.
— Colocá-la na cadeia? Pelo visto sua quase-prisão por causa das drogas não foi o único crime que cometeu?
— Nem perto disso, mas como falei no outro dia, você não precisa saber os detalhes.
— Tudo bem. O que você quer de mim, então?
— Sua autorização para usar algumas cartas que tenho guardadas na manga. Vou encontrar Alexa amanhã. Acredito que esteja tudo sob controle, mas apenas para o caso de que ela planeje algo mais, eu quis alertá-la. Talvez chegue o momento em que você terá que se manifestar publicamente.
— Para proteger Camila?
— Sim.
— Farei o que for preciso.
Ela me olha, espantada.
— Mesmo estando no escuro, mesmo sem ter certeza do que se trata esse segredo?
— Camila é minha esposa. A mulher com quem quero ficar até o meu último suspiro aqui na Terra. Eu caminharia em cacos de vidro por ela.
— Tudo bem. Eu pensei em gravarmos uma declaração em vídeo e deixar guardada, caso tudo exploda na nossa cara de uma hora para outra. Quero ter um plano b, somente no caso da minha conversa com Alexa não terminar como eu espero e ela decidir soltar seu veneno antes das vésperas das eleições. Se acontecer, teremos que agir rápido.
— Que tipo de declaração?
— Mostrando seu apoio e confiança incondicional em sua mulher.
— Eu farei.
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CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)
FanfictionLauren Jauregui, conhecida como a Dona do Texas, chegou à conclusão de que ter muito dinheiro não bastava. A bilionária arrogante não quer ser apenas uma das mulheres mais ricas dos Estados Unidos. Ela quer o poder! Para isso, ordena à sua assessora...