Capítulo 47

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POV - Camila Cabello

Dallas - Texas

Sorrio enquanto subo as escadas, de volta para o quarto, relembrando a conversa de agora há pouco com a minha esposa.

Decidi desligar a televisão e dormir um pouquinho, pois se a noite for agitada como eu espero, preciso estar descansada. Eu tenho sentido muito sono e nossas jornadas de sexo podem ser longas.

Ponho o celular no modo vibrar e tiro o robe e os chinelos de pelúcia, presentes da Tay. A menina tem realmente afinidade com sapatos, não se pode negar. Ela me disse, inclusive, que depois de ter desistido do sonho de ser atriz, pensa em tentar a carreira como designer de calçados.

Menos de dois minutos depois que me deito, meu corpo é envolvido naquele estágio entre o sono profundo e uma leve consciência da realidade, assim, quando ouço alguém chamar meu nome, fico em dúvida se não faz parte de um sonho.

Mas então, uma mão acaricia meu cabelo e quando abro os olhos, percebo que é Sofia.

Eu me levanto em um pulo.

Mesmo antes dela falar, sei que há algo de muito errado porque não era para ela estar aqui.

Sou próxima demais da minha irmã. Nós nos comunicamos sem a necessidade de palavras.

Meu corpo começa a tremer pelo que vejo em seus olhos. Eles estão vermelhos e sei que está sofrendo.

Abro a boca e a voz não sai.

— Eu trouxe um médico comigo. Ele está no corredor.

— Lauren?

Ela acena com a cabeça.

— Não! Eu acabei de falar com ela.

Ignorando-a, pego meu celular e chamo seu número.

Olho as horas no relógio em cima da mesinha de cabeceira.

Ela já deveria ter terminado o discurso. Por que não atende?

— Camila...

— Não fale comigo. O que quer que você vá dizer, eu não vou acreditar.

— Não faça assim, Mila.

Somente quando ela começa a chorar, eu paro de andar e me sento ao seu lado na cama.

— Eu não quero ouvir, Sofia.

Minha voz mal passa de um choramingo.

— Houve um atentado. Uma bomba, mas ainda há esperança. Parece que não teve o alcance que o filho da puta desejou. Estão à procura de Lauren.

O quarto começa a girar e antes que eu me dê conta do que está acontecendo, meu corpo tomba.

— Eu quero ir até lá — falo assim que recupero os sentidos

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— Eu quero ir até lá — falo assim que recupero os sentidos.

— O médico não vai liberá-la. Você desmaiou, precisa de repouso.

Não deixei que ligasse a tv porque não quero ver a explosão. Não posso lidar com isso no momento. Ela está falando com o resto da família por telefone e tentando conseguir notícias confiáveis.

— Onde estão os outros Jauregui? — pergunto, aflita.

— Chris está a caminho de Austin. Parece que Justin estava lá por acaso e ajudará a procurar a prima.

— Alguma morte? — Só de falar aquilo, já me sinto doente outra vez.

— Nada foi anunciado, mas até onde sabemos, não. Alguns feridos, somente.

— Então por que não a encontram?

— Porque a estrutura do palco desabou. Ela... provavelmente está nos escombros.

— Eu preciso fazer alguma coisa.

Se fosse ao contrário, tenho certeza de que ela estaria à minha procura. Como posso ficar calmamente sentada? Eu sinto meus nervos pulando sob a pele.

— Eu sei disso, mas sair de casa ainda se sentindo mal não resolverá nada. O melhor que você pode fazer, é rezar. No instante em que eles a encontrarem, pedirei para um dos rapazes providenciar o helicóptero para nos levar a Austin.

O médico ainda está aqui em casa e racionalmente, sei que minha irmã tem razão.

Ainda assim, meu protesto está na ponta da língua quando alguém bate na porta do quarto. Em seguida, Mary aparece. Todas as lágrimas que haviam sido relativamente controladas recomeçam a cair como chuva quente em meu rosto.

— Oh, minha querida — ela diz, abrindo os braços para mim. — Vai ficar tudo bem. Minha neta é uma lutadora. Sabendo que você e seu filho estão à espera dela, tenho certeza de que não desistirá.

— Eu sei que ela não está morta, Mary. Eu sentiria em meu coração se estivesse.

Ela não fala nada, mas vejo dúvida em seu semblante.

— Preciso procurá-la — falo, me levantando outra vez. — Eu não estou louca. Lauren está viva.

— Justin está lá, meu bem, assim como o Chris. Tenha certeza de que farão o impossível para trazerem sua esposa de volta para casa.

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CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora