Capítulo 52

3.7K 356 9
                                    

Então... Chegou a hora de dar tchau!
Voltarei, em breve, com outra história.
Por enquanto, aproveitem!

POV - Lauren Jauregui

Dia da posse

Na fileira da frente, vejo toda a minha família. Ela está completa, pois até mesmo Justin, que me ignorou durante os últimos meses, encontra-se ao lado da nossa avó, embora não tenha feito contato visual comigo por uma vez sequer.

A multidão aplaude entusiasmada assim que sou empossada oficialmente como governadora do estado do Texas, mas eu só tenho olhos para a minha esposa, e é justamente por ser tão obcecada por ela, que noto quando faz uma careta de dor.

Aperto sua mão para conferir se está tudo bem e quando me olha, percebo uma fina camada de suor por cima de seus lábios. Mas o que me assusta mesmo é quando ela sacode a cabeça de um lado para o outro dizendo que não, não está tudo bem.

Camila é a pessoa menos manhosa que eu conheço. Nunca reclama de dor e isso me fez ficar vigilante sobre ela durante toda a gravidez, sempre com o fantasma da possibilidade da subida de sua pressão arterial nos rondando — o que, graças a Deus, nunca mais voltou a acontecer.

Assim, se ela chega ao ponto de dizer que está se sentindo mal, sei que algo sério se passa.

Olho para trás, onde espero encontrar Dinah e faço um sinal de que preciso encerrar a cerimônia. Em seguida, agradeço mais uma vez e tiro, eu mesma, o meu microfone.

— Vamos sair daqui — digo à minha esposa, com a mão na parte baixa de suas costas.

Ela estremece e agora estou assustada de verdade.

— Tire todos do nosso caminho. Camila não está passando bem — peço à minha assessora, mas antes que consigamos dar mais um passo, as pernas de minha mulher se dobram e ela agarra meu braço.

— Eu acho que está na hora.

O meu microfone havia sido retirado, o que estava na roupa dela, não, então, em segundos, é como se fosse aberta uma porteira e estourasse uma boiada. Ao invés de nos darem espaço, como pedi, todos se aglomeraram ao nosso redor.

Eu só ouço zumbidos do que acredito que sejam oferecimentos de ajuda, enquanto meu cérebro ainda tenta processar o que ela disse, se recusando a aceitar o óbvio: meu filho está prestes a nascer em meio a uma cerimônia política.

A essa altura, Camila tenta falar comigo, mas não consigo entender, meu cérebro virou geleia. Dinah, sempre tão racional, está pálida e gagueja.

Todos me fazem perguntas e eu não vejo uma maneira de sairmos daqui a tempo, então deixo de lado o disfarce de mulher da cidade, CEO poderosa ou o outro cacete de rótulo que me puseram e trago à superfície o que realmente sou: um cowgirl rude. 

Levando o indicador e polegar aos lábios, solto um assovio tão alto que tenho certeza de que deve ter sido ouvido da plataforma lunar. Claro, não faz bem ao meu ego que não tenha funcionado de primeira, mas sou perseverante e depois de mais dois ou três, finalmente consigo o almejado silêncio.

Eu agora queria muito meu microfone de volta.

— Vocês precisam nos deixar passar, minha esposa está em trabalho de parto.

Se a cena se passasse em um filme, os cidadãos de bem abririam caminho e nós conseguiríamos sair sem qualquer incidente, mas óbvio, não é o que acontece. Depois de poucos segundos, a confusão recomeça.

— Rápido, Lauren, não acho que posso esperar mais.

— Esperar mais? Há quanto tempo você está sentindo dor?

CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora