Capítulo 48

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POV - Justin Jauregui

Austin - Texas

Eu já estava quase no carro quando o telefone tocou.

Ao mesmo tempo em que vejo que é Chris chamando, como se as portas do inferno tivessem sido abertas, sirenes de ambulância e de caminhões do corpo de bombeiros começam a soar ao longe.

Você ainda está em Austin? — pergunta.

— Eu ia voltar para casa agora, mas já estou considerando dormir na cidade. Aconteceu alguma coisa. Há bombeiros passando aqui sem parar.

Justin, a Lauren estava discursando e parece que sofreu um atentado. Já estou indo para aí, mas preciso que você verifique se a nossa irmã está viva.

Eu posso sentir a dor em sua voz enquanto fala.

— Viva? Há uma possibilidade em contrário? O que aconteceu?

Parece que foi o ato de algum extremista político. Isso é tudo o que sabemos. Os malditos finalmente cumpriram as ameaças.

— Não estou entendendo porra nenhuma, Chris. De que ameaças você está falando?

Os extremistas de ambos os lados vinham tentando intimidar os candidatos, mas mesmo com o ataque contra seu rival democrata, Lauren não recuou.

— Idiota.

Você se esconderia no lugar dela?

— Não.

O fato é que ela está entre os desaparecidos. A explosão foi muito perto de onde estava.

Foi somente coincidência o que me trouxe à cidade em que minha prima faria seu último discurso, apesar de que estou acompanhando as eleições de perto.

Todos nós sabemos que Lauren vencerá, ainda que eu tenha certeza de que a vida política não é para ela.

— Onde estava acontecendo o discurso?

No campus da Universidade do Texas.

Antes que eu me dê conta do que estou fazendo, começo a correr na direção das sirenes de polícia e ambulâncias.

— Estou há apenas alguns quilômetros de distância. Vou a pé mesmo porque não acho que permitirão carros por perto.

Desligo o telefone e acho que quebro todos os recordes de velocidade.

Quando me aproximo, o cenário é caótico. Fumaça, escombros, policiais e equipes de paramédicos andando de um lado para o outro.

Ninguém me pára. Talvez eles nem estejam me vendo.

Sigo em linha reta para onde eu imagino que anteriormente ficava o palco. É a única área em que consigo ver pedaços de madeira. Vigas não muito grossas, mas pesadas o bastante para esmagar alguém. Afasto o pensamento de que, embaixo daquilo, Lauren possa estar morta.

Não!

Eu não aceito que ela tenha morrido assim. Ainda que a mágoa seja o maior sentimento que guardo por ela atualmente, não posso esquecer o que significou para mim durante toda a vida.

Minha irmã e melhor amiga.

Meu próprio sangue.

Ando perdido em meio à destruição e consigo ouvir gemidos distantes das pessoas que estão sendo socorridas.

E então, enfim, olho o que sobrou da estrutura de madeira na qual ela faria seu discurso.

Eu não sou novato em resgates. Não sei nada sobre atentados à bomba, claro, mas já ajudei a encontrar pessoas desaparecidas e muitas vezes feridas, tanto em nossas propriedades quanto nas vizinhas.

CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora