Capítulo 16

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POV - Lauren Jauregui

Horas depois

Uma parte nossa sempre vai pertencer uma a outra.

O que isso significa? Em sua cabeça, ela já está colocando um ponto final para o que temos?

A sensação de ser desclassificada do jogo sem ao menos mostrar as minhas cartas, é assustadora pra cacete. E eu não reajo bem ao medo.

Havia pensado em percorrer um caminho suave com ela, mas agora decidi que não vou correr riscos.

— Eu quero que você venha para o Texas comigo.

— Essa conversa parece uma repetição da noite em que nos conhecemos.

— Dessa vez o resultado não será o mesmo — falo com seriedade.

Estamos deitadas em sua cama, que apesar de ser de casal, mal nos cabe. Mesmo após uma rodada de sexo no chuveiro e outra no quarto, ainda não consigo relaxar. Hå muito a ser dito.

— Eu sei. Estou grávida do seu filho e sempre estaremos em contato daqui por diante, de uma forma ou de outra — ela finalmente argumenta.

— Não é apenas por isso. Quero conhecê-la melhor. Eu já queria, naquele dia em que estivemos juntas.

— Eu não fugi de você de propósito. Minha irmã mandou uma mensagem me pedindo ajuda. Ela não conseguiria chegar sozinha ao hospital.

— O que ela tem?

— Um tipo de anemia rara**. Mesmo os médicos não sabem muito a respeito. Eles nem ao menos conseguem definir se é de origem hereditária ou adquirida.

— Fale-me mais sobre isso.

Seu rosto está totalmente sério agora e pela primeira vez, consigo ter um vislumbre do que Sofia me disse há algumas horas. Camila é muito madura para sua idade.

— Há cerca de um ano... — Ela para e pensa. — É, isso mesmo. Talvez há pouco mais de um ano, ela começou a mostrar sintomas estranhos. Fraqueza, falta de apetite, mas até então pensamos que poderia ser uma combinação de excesso de estudos e trabalho. Ao contrário de mim, Sofia sempre se alimentou mal e vivia acelerada.

— Não foram ao médico?

Ela faz sinal de não com a cabeça.

Ela parece tão triste que não resisto e a puxo para os meus braços.

— Está tudo bem se não quiser falar, mas eu gostaria de dividir isso com você.

— Nós éramos duas adolescentes vivendo sozinhas...

— Por quê?

— Nossos pais morreram.

— Sim, mas e seus outros parentes?

— Não nos queriam, mas não estou com vontade de falar sobre isso. — Ela toma algumas respirações. — Enfim, demoramos a investigar o que seriam aqueles sintomas, até que um dia ela desmaiou e teve que ser internada. Após vários exames e passar por três equipes médicas diferentes, há uns seis meses encontramos esse médico, que é o que trata dela atualmente. Foi ele quem fechou o diagnóstico, mas nem mesmo tem certeza se ela já nasceu com isso.

— Há algum tratamento específico?

— Na última internação, o médico disse que há algo novo que poderia significar a cura para ela, mas como é experimental, o seguro-saúde não cobre.

— Posso fazer uma pergunta sem que fique constrangida?

— Sim. — Apesar da resposta positiva, sua expressão se torna quase envergonhada. Ela é inteligente demais e antes que eu abra a boca, acho que já sabe o que direi.

CAMREN: Alma de Cowgirl (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora