AMORA SERAFIM, a filha do meio de cinco irmãos. Amora sempre foi a quietinha, engraçada, risonha, mas que nunca recebeu a devida atenção, nem mesmo para ser escutada em relação aos seus sonhos. Então, surpreendeu todos quando decidiu ingressar em um...
🇯🇵 CAPÍTULO SETE: "quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração."
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SÃO PAULO, BRASIL.
AMORA AINDA NÃO se acostumou com o fato de ter amigos além da Sophia. Afinal, sempre foi mais retraída, mais na dela, sorria para as pessoas somente para ser gentil, mas ninguém se aproximava dela. Quem iria querer andar com uma garota que vive sozinha? Obviamente pensariam que ela tem um problema ou fez algo para estar sozinha.
E agora que tem mais amigos do que dedos para contar na mão, se sentia até mesmo sufocada, mas não perderia oportunidades que desejou tanto por não possuir amizades. Amora era a famosa gata preta de uma relação.
Enquanto a mulher estava sentada na cadeira vendo seus amigos discutirem qual filme assistir, Apollo estava no meio da discussão, reclamando de todos que eram possivelmente excluídos e dando inúmeras ideias. Ele estava solto pra alguém que se sentia até mesmo "intimidado" com a presença da mais velha na sala.
— Tá bom ô japa, cala a boca aí mano, deita aí do lado da Amorinha e assiste sossegado! — Pediu Doprê, se irritando com as reclamações do de boné.
— Não, beleza. Faz assim mesmo, mas na hora de pedir ajuda não venha a mim não.
— Ah, para de drama e vai assistir ô' muleque! — Reclamou, batendo a mão na aba do acessório do garoto.
Apollo pegou seu boné e se sentou relutantemente ao lado de Amora, que tinha uma feição indecifrável e estava toda encolhida, provavelmente com frio. O japonês ao perceber tal coisa se prontificou em puxar uma coberta e colocar por cima dos dois corpos. Mas, a militar permaneceu no seu canto, não se esquecendo da briga que tiveram noite retrasada.
Não conseguia entender, sempre desejou um homem do mesmo porte de Rogério, e quando chegou, veio em forma de assombração para ela. Mas, isso porque os dois escolheram dessa maneira, não seria muito mais fácil aceitar as diferenças e se deixarem levar pelo sentimento ao invés de lutar contra a natureza do corpo humano?
Amora ama sua profissão, já Apollo odeia a profissão dela. E Apollo ama batalhas de rima, mas Amora odeia.
Se deixassem de ver o mundo somente pelo o que em suas opiniões é o certo e o errado, com certeza estariam em outro local e fazendo outras coisas sem ser se olharem estranho e não saberem como reagir estando perto um do outro.
Eles acreditam que o sentimento de estranheza dentro de seus corpos era por conta da briga, — que apenas despertou ainda mais a atração entre eles —, mas na verdade, era a grande vontade de se abraçarem e serem um só corpo.
