Heart Attack

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O estúdio de dança estava mergulhado em uma penumbra suave, iluminado apenas pelas luzes suaves no teto e pelo brilho do espelho que refletia cada movimento de Minho. 

Era tarde, muito mais tarde do que ele deveria estar ali. Todos os outros membros já haviam ido embora há horas, mas ele permaneceu, sua mente inquieta e seu corpo incapaz de se desligar.

O som da música preenchia o espaço, mas era como se ele estivesse em outro lugar, desconectado da melodia que conhecia tão bem. Cada passo, cada movimento, era executado com uma precisão quase mecânica, mas faltava algo, uma conexão que ele geralmente sentia quando dançava.

A cabeça dele estava cheia de pensamentos, uma cacofonia de preocupações que ele não conseguia silenciar.

Minho tentou focar na coreografia do seu solo, deixando o ritmo ditar o movimento do seu corpo. Ele girou, saltou e deslizou pelo chão, mas seu coração não estava ali. 

Ele pensava no casamento que se aproximava, um evento social que ele preferia evitar. Não era apenas o fato de estar em público; era a ideia de encarar pessoas, sorrisos forçados, perguntas invasivas. Ele não queria ir, mas sabia que precisava. Era o tipo de obrigação que vinha com ser o filho de quem era.

E havia o cronograma do grupo, que parecia interminável. Cada dia era uma nova demanda, uma nova responsabilidade. 

O fanmeeting estava se aproximando, e com ele, a pressão para que tudo fosse perfeito. Minho sabia que os fãs mereciam o melhor, mas às vezes, o peso de ser a imagem perfeita o esmagava. Ele sentia como se estivesse sendo puxado em mil direções, tentando agradar a todos, enquanto ele mesmo ficava para trás.

O que mais o preocupava, no entanto, era Jisung. Ele sabia que o mais novo não estava se cuidando como deveria. Minho via as olheiras que ele tentava esconder com maquiagem, a maneira como ele se forçava a sorrir mesmo quando estava exausto. 

Minho se sentia responsável, como se fosse seu dever garantir que o mais novo estivesse bem, que ele estivesse se alimentando, descansando, cuidando de si mesmo. 

E, além disso, ele ainda precisava ajudar Innie a ensaiar seu solo para a turnê. 

Tudo parecia se acumular, e ele sentia como se estivesse sendo sufocado por todas essas responsabilidades.

Ele parou no meio de um movimento, respirando pesadamente, as mãos nos quadris enquanto tentava recuperar o fôlego. 

O suor escorria pela testa, caindo nos olhos, mas ele mal notou. A frustração dentro dele crescia, e ele sentia como se estivesse à beira de um colapso. 

Minho fechou os olhos, tentando se concentrar, mas os pensamentos continuavam a girar em sua cabeça, incontroláveis.

Ele abriu os olhos novamente e encarou seu reflexo no espelho. 

A imagem que o olhava de volta era de um homem cansado, física e mentalmente. 

Ele era conhecido por sua força, por sua habilidade de manter tudo sob controle, mas agora, ele se sentia à deriva, perdido em um mar de expectativas e responsabilidades.

Com um suspiro pesado, Minho começou a dançar novamente, mais uma vez tentando encontrar algum alívio no movimento. 

Mas a dança, que antes era sua fuga, agora parecia apenas uma extensão do caos dentro de sua mente. Cada movimento era uma tentativa desesperada de extravasar tudo o que estava dentro dele, mas o peso persistia.

Ele sabia que não podia continuar assim. Precisava encontrar uma maneira de lidar com tudo, de cuidar de si mesmo, assim como cuidava dos outros. 

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