Uma Dose De Decepção

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Às vezes, eu me pego pensando em como o silêncio pode ser mais doloroso do que qualquer palavra dita no calor do momento.

A verdade é que, quando alguém explode, pelo menos você sabe exatamente o que está pensando, qual é a raiva ou a frustração naquele instante.

Há um certo alívio em saber onde você está, mesmo que seja em meio a uma tempestade de emoções.

Mas o silêncio...

Ele é uma parede fria e impenetrável que só aumenta com o tempo. É como se cada palavra não dita, cada gesto ausente, fosse uma camada adicional de uma barreira emocional que separa você de quem mais ama.

Ele não diz nada, mas, paradoxalmente, diz tudo.

Com o tempo, essa parede se torna mais espessa, mais difícil de atravessar. É como se cada minuto de silêncio, cada instante em que a comunicação se rompe, fosse uma nova camada de gelo que se forma entre vocês.

E a verdade é que essa parede emocional não é apenas uma separação física, mas uma divisão profunda em seus corações e mentes.

A verdade é que a ausência de palavras pode criar uma distância ainda maior do que qualquer briga ou desentendimento explícito.

Jisung estava sozinho no camarim, os olhos fixos na tela do celular que segurava com uma firmeza quase desesperada. O ambiente ao seu redor estava em um silêncio opressor, interrompido apenas pelo leve som de cliques e rolagens enquanto ele navegava pela internet.

As matérias sobre Lee Know e Sullyoon se acumulavam em seu feed de notícias, a imagem deles juntos dominando a tela.

Ele se deparou com as fotos tiradas pelos paparazzis, uma delas mostrando os dois saindo de um cinema. A imagem era nítida, a expressão de Minho parecia relaxada enquanto Sullyoon estava ao seu lado, com um sorriso aberto.

Jisung sentiu seu peito apertar ao ver a foto em que ela estava dando um beijo na bochecha do mais velho O gesto parecia leve e afetuoso, mas para ele, foi um golpe direto no coração.

Ele rolava para baixo, encontrando vídeos e mais vídeos. Um deles mostrava o beijo na bochecha em câmera lenta, um lembrete cruel de algo que ele não podia ter. Outro vídeo capturava o momento em que Sullyoon olhava para Minho com uma admiração que Jisung conhecia muito bem.

O riso de Minho, a maneira como ele olhava para ela... tudo parecia confirmar o que ele temia.

Cada novo clipe, cada nova foto parecia piorar a sensação de traição e desamparo que estava sentindo. Ele tentava se convencer de que era apenas um ciclo vicioso, um impulso autodestrutivo, mas não conseguia parar. Seus olhos estavam fixos nas imagens, como se esperasse que, de alguma forma, a realidade mudasse se ele apenas olhasse mais de perto.

O sentimento de desolação era quase palpável. Cada imagem e vídeo parecia ser uma faca cortando mais fundo, expondo feridas que ele havia tentado esconder.

Ele via as fotos e vídeos com um olhar vazio, as emoções misturando-se em uma maré de angústia e desespero. Seu coração batia mais rápido, uma dor lancinante que parecia se intensificar a cada segundo que passava.

Jisung sabia que continuar assistindo àquelas imagens não fazia bem, mas era incapaz de se afastar. O ciclo de autodestruição continuava, alimentado pela necessidade de entender algo que ele sabia que nunca poderia mudar.

As lágrimas começavam a acumular-se em seus olhos, mas ele as forçava a não cair, enquanto sua mente repetia o mesmo pensamento: a realidade estava ali, bem diante de seus olhos, e não havia como escapar dela.

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