Tudo começou através de uma pequena espiada pela janela. América Gwen não entende o porquê dessa forte atração. Não entende o porquê de se sentir tão atraída como um maldito imã pelo loiro charmoso de ar misterioso, o qual, diariamente e, pontualmen...
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- Quem é América Gwen?
E como se uma áurea estranha, de repente, tomasse a morena a minha frente, ela sorri. Mas, não um sorriso qualquer. É um sorriso estranho. Repleto por uma vaguidão. Mas, esta, de alguma forma, contextualizada em seu interior.
Há segredos em América, os quais, ainda sou incapaz de chegar próximo ou concluir.
Nunca antes, estive tão próximo de algo tão exótico e subliminar quanto a maldita morena, que, peculiarmente me atrai vigorosamente.
- Sou eu. - Ela responde, simplista, olhando firme e fixamente no fundo de meus olhos.
E, de repente, só agora, tomo real consciência da situação em si. Do que América Gwen, é capaz.
Nunca a isentei de fato, já, que, sendo filha de Arthuro, já era esperado artimanhas específicas de sua parte.
O general de um dos maiores exércitos existentes, não criaria sua filha para ser inocente e alvo fácil em um mundo em que, tamanha crueldade, é o que se destaca e sobressai. Arthuro não seria tão bondoso assim. Não, por não querer que a filha vivesse uma vida o mais perto de normal possível. Ou, que desfrutasse das pequenas coisas supérfluas, as quais o mundo pode lhe proporcionar. Mas, por ter experenciado de perto, tudo de pior que o mundo pode dispor.
- Não. Você não é. - Sorrio de canto, realmente impressionado com sua audácia e astúcia, em mentir com tamanha convicção. - E, novamente, eu refaço a minha pergunta: Quem é América Gwen?
E, como se eu fosse uma piada a seus olhos, ela sorri largamente enquanto suspira teatralmente.
- Eu, sou América Gwen. - A de pele negra, morde o canto de seus lábios em um sorriso irônico.
- Não. Você é Amandla Abano. América Gwen, até então, é um roubo de identidade. - Dou de ombros, convicto de minhas palavras, enquanto recosto-me relaxadamente sobre o estofado da cadeira, observando minuciosamente cada um de seus movimentos.
Constato que, a mulher à minha frente, agora, identificada como Amandla Abano, sequer parece abalada ou temerosa com a descoberta de seus segredinhos sujos.
