Epílogo

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Seus olhos dourados friamente pousados sobre os meus, é quase como um alerta. Mas, não para mim. Que sempre reconheci a frieza, e, de alguma forma, sempre me senti conectada com a mesma.

Loucura. Atraída por um desconhecido.

Eu não deveria me prender a algo tão desconhecido e com o ar que grita incessantemente a perigo, em luzes vermelhas contrastantes em alerta. Eu não deveria me sentir tão atraída assim.

Tão atraída quanto agora.

Quando tenho, pela primeira vez, seus olhos castanhos dourados pousados friamente sobre os meus.

Pela primeira vez ele ergue o olhar ao alto. Ele ergue seu olhar ao terceiro andar do que deveria ser um prédio, onde residem; além de mim, mais dez pessoas.

Pela primeira vez, eu tenho o seu olhar penetrante, em uma batalha silenciosa com o meu.

Seu olhar à mim, não diz nada. Nada que eu seja capaz de captar ou desvendar.

São frios. Inexpressivos.

Já o meu... tenho certeza que transmite tudo. Todo o desejo que eu tento vergonhosamente camuflar.

Colidiu-se. A frieza e o desejo.

Eu juro que tento desviar meu olhar do seu, mas é como um imã.

Um magnetismo absurdo clama entre nós. Ou sobre mim. Somente a mim. Porque, ele ainda continua inexpressivo, mas nunca desviando seu olhar do meu.

Até adentrar o local de sempre.

Bem-vindo a El Infierno.

É o que descreve a placa em luzes neon reluzentes na entrada — ainda vazia.

E antes dele adentrar totalmente ao tão badalado inferno, ele sorri.

Não um sorriso genuíno. Não um sorriso verdadeiro.

Não um sorriso gentil. Não um sorriso simpático.

Não um sorriso aberto. Mas um sorriso fechado.

Um sorriso quase imperceptível.

Um comprimir mínimo quase inexistente de lábios.

Um sorriso escasso de bondade. Mas repleto de inferno.

— Babe?

Acordo em um rompante, ofegante, suada e sob o som da voz grossa ao meu lado.

Merda. De novo não.

Olho para o lado, encarando-o.

— Pesadelo... de novo?

Arqueia as sobrancelhas, e eu suspiro, sob seu claro tom repleto por entrelinhas.

E saindo de meu pequeno transe e devaneio enquanto o observo, apenas assinto, suspirando, e me recomponho em meio a um sorriso polido, me aproximando do moreno bonito ao meu lado.

Bem-vindo a El Infierno. — Sussurro.

A voz ecoa em minha mente. A voz rouca, a qual me prende. Ouço-a bem lá no fundo, em meio a capítulos de um longo sonho.

— O que disse, querida? — Pergunta Michael, meu namorado.

Amplio ainda mais meu sorriso, acariciando de leve seu rosto enquanto aproximo nossos lábios.

— Já sonhou com o diabo, Michael? Digo, ele não era tão ruim assim. Mas, na verdade, ele não era exatamente o diabo, mas se pregava como um. Valsávamos e valsávamos até as portas do inferno, onde o diabo realmente estava, nos aguardando... acompanhado. No fim, dançamos todos juntos, mas, só dois sobreviveram.

— O que quer dizer com isso? — Pergunta ele, me olhando de cenho franzido, mas com um leve sorriso confuso em seus lábios.

— O que eu quero dizer com isso? — Minha voz é como um autoquestionamento e, por um breve momento, pareço confusa. Por fim, suspiro, sorrindo. — Nada, querido. Acho que o bordel à frente, tem causado algum efeito alucinante sobre mim, não sei. Tive um sonho muito estranho, você sabe... um daqueles pesadelos. Odeio quando os tenho. — Ou acho que odeio. Dou de ombros, e ele suspira. Tocando meu rosto calmamente em carícias, com as pontas de seus dedos.

— Devo me preocupar com isso? — Arqueia uma de suas sobrancelhas, me olhando. Rio nasalar, negando.

— Claro que não.

Aquele olhar dourado, pouco me ameaçava — nem mesmo em meus constantes sonhos. Ele me instigava. Não havia o que temer... não em relação ao mesmo. Porque o verdadeiro diabo, estava agora ao meu lado, sorrindo dócil e fingindo-se de bom.

E eu valsaria com o mesmo e percorreria o inferno, por um único prazer pessoal; destronar o lobo em pele de carneiro.

Bem-vindos a El Infierno, onde o limite final é a morte.

Você entra no esquema e só sai, se for bom na dança.

Valse, valse, valse... e desvende seu futuro. Vida, ou morte.

 Vida, ou morte

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Xxqueenofpeacex
...
;)

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