✦ 21!

511 33 7
                                    

៚ Alice Trindade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Alice Trindade

Encarei a chuva do lado de fora pela janela do quarto. Eu e o Gv voltamos com pressa para não sermos atingidos pela água pesada. Depois disso, nos despedimos rápido com um aceno de cabeça quando cada um foi para o seu próprio quarto.

Já tinha me arrumado para dormir e perdi a noção do tempo lendo um livro em PDF pelo celular. Quando os trovões e raios me despertaram, me dei conta que já eram pouco mais de meia-noite.

O clima do Rio de Janeiro é totalmente imprevisível e exagerado. Ou temos calor e sol demais, ou temos frio e chuva demais. A chuva é impiedosa e agressiva, acompanhada de relâmpagos, trovoadas e...

Queda de energia. Droga.
Me assustei quando a luz do abajur se apagou e a completa escuridão caiu no meu quarto. Do lado de fora, vendo pela janela, todo o morro estava escuro também. Foi um apagão.

Corri de encontro ao meu celular e liguei a lanterna para servir de luz. Destranquei a porta do quarto e, mesmo com um pouco de medo, segui até o final do corredor.

Nenhum deles havia levantado. Me amaldiçoei mentalmente por ter saído do meu quarto e dei meia-volta. Talvez seja melhor permanecer embaixo das cobertas até o dia clarear ou a energia voltar.

— Que foi? — aquela voz grave me surpreendeu no momento que passei pela frente da sua porta. Levei a mão até a boca com pressa na tentativa de impedir um grito histérico de sair pelos meus lábios.

Gv havia aberto a porta e estava agora na minha frente. Com a lanterna do celular, apontei em sua direção, o iluminando. Sem camisa? Check. Usando apenas uma cueca? Check. Será que ele já estava dormindo?

— Me assustei com a queda, só quis conferir se estavam dormindo.

— Vi a luz passando por baixo da minha porta — ele apontou para a minha lanterna — Tem medo do escuro, ruiva?

Sim.

— Não — menti. Eu estava morrendo de medo.

Gv me encarou por alguns segundos como se estudasse a minha mentira.

— Quer alguma coisa? — perguntou.

— Não — nem levei milésimos para pensar.

— Então volta pro teu quarto — deu de ombros — Boa noite.

Entrei em desespero interior quando vi a porta fechando cada vez mais. Uma guerra iniciou dentro de mim para implorar que me fizesse companhia e para deixar ele ir.

No Morro do Alemão Onde histórias criam vida. Descubra agora