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POV S/N


Finalmente, o momento que eu estava esperando chegou. Rosalile e Alice estavam de volta à casa dos Cullen, e a presença delas parecia trazer um alívio imediato. O tempo que passei longe de Rosalie me deixou inquieta, e a saudade era palpável. Eu sabia que precisávamos de uma conversa sincera para resolver as questões pendentes e restaurar o equilíbrio entre nós.

A casa estava tranquila quando chegamos, e eu me senti como se estivesse de volta a um lugar familiar, mas a tensão no ar era quase visível. As vozes de Alice e Rosalie conversando lá em cima foram o que me guiou até o local onde eu sabia que elas estariam.

Encontrei Rosalie no quarto, onde ela estava sentada na cama, com um olhar pensativo. Alice estava em pé ao seu lado, o semblante dela parecia uma mistura de cansaço e preocupação. Eu respirei fundo, sabendo que este seria um momento decisivo.

— Rosalie, precisamos conversar — eu disse, tentando manter minha voz firme e calma. Rosalie levantou o olhar, e eu vi a intensidade em seus olhos. Ela assentiu lentamente.

Quando Alice finalmente saiu do quarto, o som suave da porta se fechando ressoou como um marco para o início de algo que precisava desesperadamente acontecer entre mim e Rosalie. Fiquei observando a porta por um momento, tentando reunir forças para enfrentar o que estava por vir. Rosalie, em pé, ao lado da cama, cruzava os braços, em uma postura defensiva, mas seus olhos revelavam muito mais do que ela gostaria. Havia mágoa, frustração, e algo que parecia uma batalha interna sobre o que ela deveria fazer em relação a mim.

Eu respirei fundo, sentindo o peso da tensão no ar, e, com um gesto cuidadoso, lancei um feitiço de proteção ao redor do quarto, criando uma bolha de privacidade que impediria qualquer coisa de vazar para fora. Não havia espaço para interrupções ou espiões, especialmente Edward tentando ler nossas mentes. Quando terminei, me sentei na beira da cama, o colchão afundando levemente sob meu peso, enquanto tentava descobrir por onde começar.

Rosalie permaneceu em pé, estudando-me com um olhar que alternava entre severidade e vulnerabilidade. A luz suave do pôr do sol passava pelas janelas, lançando sombras que dançavam pelas paredes e refletiam um estranho jogo de luz sobre seu rosto, enfatizando seus traços perfeitos e a profundidade de suas emoções conflitantes.

— Rosalie, — comecei, com a voz ligeiramente trêmula, mas determinada. — Eu sei que eu errei, e sinto muito por tudo. Eu nunca quis esconder nada de você, mas o medo... o medo me cegou.

Rosalie apertou os lábios, sua expressão se suavizando apenas um pouco. Ela caminhou lentamente até a cama e sentou-se ao meu lado, mas ainda mantinha uma certa distância, como se precisasse de espaço para processar tudo. O silêncio que pairou entre nós parecia ensurdecedor, preenchido apenas pelo som suave da natureza ao nosso redor. Ela virou o rosto para mim, seus olhos amarelos brilhando intensamente, refletindo a luta interna que ela enfrentava.

— S/N, eu sei que você pensou estar fazendo o que era melhor. — Sua voz saiu baixa, como se cada palavra carregasse um peso significativo. — Mas eu te dei meu coração, confiei em você como nunca confiei em ninguém. E saber que havia tantas coisas sobre você que eu não sabia, que você não achou que podia compartilhar comigo, me faz sentir... insuficiente.

Aquelas palavras atingiram como um golpe no peito. Eu podia ver as muralhas que Rosalie sempre mantinha ao seu redor se reforçando, e me doía saber que eu era a causa disso. Ela havia me dado uma parte de si que raramente mostrava, e eu falhei em retribuir com a mesma sinceridade. Estendi a mão hesitante, tocando o braço dela com cuidado, tentando transmitir através do toque o que as palavras falhavam em expressar completamente.

103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora