004

645 77 0
                                    

Volterra 

S/N Volturi

Ao entrar pela porta que dá acesso ao salão principal, a primeira coisa que vejo é Aro e Caius em seus tronos, tão soberbos. Marcus não estava presente; provavelmente estaria protegendo Didyme. Vou caminhando até chegar ao centro da sala, de frente para os dois bobos que estão diante de mim.

— Aro, querido! — falei, chamando sua atenção e a de Caius, para mim, embora os dois soubessem da minha presença antes mesmo de eu passar pela porta.

— S/N, o que fez a senhora sair de seu quarto para conversar conosco? — Aro perguntou, olhando nos meus olhos, em busca de algo que me denunciasse.

— Estou saindo do castelo — falei com um sorriso no rosto. Assim que Aro ouviu o que disse, seu rosto mudou de um sorriso para uma careta, e ele se levantou de seu trono, logicamente para tocar em mim e ver o que me fez desistir de ficar ao lado deles.

— Mas, vovó, a senhora não está feliz aqui com Chelsea e Felix? E minha irmã? — perguntou, tentando sondar meus pensamentos sobre o assunto. Um merdinha mesmo, me chamando de vovó; ele só faz isso quando quer algo de mim.

— Sim, sou muito feliz com eles ao meu lado, você sabe disso. Não estaria até este momento com vocês se fosse o contrário. Mas estou entediada de ficar trancada em meu quarto por milênios sem sair e conhecer o mundo. Então tive a brilhante ideia de fazer o mesmo que Didyme e Marcus, viajar para conhecer o mundo. — Falei com entusiasmo, pensando nas viagens que faria e como começaria a conhecer o mundo. Acho que deu certo, pois assim que falei e pensei, Aro soltou minha mão e olhou para mim com um sorriso falso, mas já era algo.

— Eu vejo, vovó! Bom, não era isso que eu queria para a senhora, mas reconheço que estava muito infeliz nesses últimos séculos e ficaria encantado que você fosse tirar um tempo para si mesma. Em toda a sua vida, a senhora tem cuidado de mim e da minha irmã. Está na hora de você cuidar de si mesma. — Aro falou com seu sorriso maníaco. Não sei em que momento ele deixou de ser meu neto e se transformou nesse psicopata.

— Obrigada, querido, sabia que você mais do que ninguém entenderia que preciso de um ar novo em minha vida. — Falei com carinho falso, pois, na verdade, queria arrancar sua cabeça e queimá-lo.

— Vá, minha querida, estarei aqui te esperando como sempre. — Aro falou já se virando para sentar novamente no trono. Eu podia ver a cara que Caius estava fazendo; ele nunca confiou em mim. Esse merdinha, já até posso ouvir ele tentando convencer Aro a voltar atrás assim que eu passar por essa porta.

— Bem, não vou tomar mais o tempo de vocês, sei que são muito ocupados. Obrigada mais uma vez, manterei contato assim que possível. — Falei para encerrar essa tortura.

Chegando à casa de Didyme e Marcus, paro apenas para bater na porta, fazendo assim minha presença. Nem um segundo depois, a porta é aberta por uma Didyme alegre e saltitante que veio me receber. Olhando sobre seus ombros, vejo Marcus rígido.

— Olha se não é minha querida vovó! Veio me visitar? Saiu da jaula que Aro lhe colocou? Não, impossível que Aro ia deixar você sair assim... Oh, meu Deus, você matou ele? — Didyme começa a fazer várias perguntas e a andar de um lado para o outro no hall de sua casa. Vejo Marcus se aproximando com cautela.

— Didyme, acalme-se. Deixe que a rainha tenha a oportunidade de falar alguma coisa. — Marcus falou, passando seus braços em volta de sua companheira, acalmando-a.

— Obrigada, Marcus. Bem, pequena, estive pensando e lembrei quando você foi viajar e tive uma ideia ótima. Pensei: por que não ir conhecer o mundo como Didyme e Marcus fizeram? Estou cansada de ficar naquele castelo por milênios, preciso de ares novos e pessoas novas, não acha? — Perguntei olhando para o casal diante de mim, os dois com caretas que foram mudando para sorrisos.

103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora