103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)

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POV S/N

A floresta estava envolta em uma névoa espessa, e a luz filtrava-se por entre as copas das árvores, criando um espetáculo de sombras e claridade. Enquanto caminhava, sentia que o tempo se arrastava, e cada passo que dava em direção a Forks parecia ser um passo a mais longe de Rose. Havia algo naquela floresta que me prendia, como se a própria natureza estivesse tentando me ensinar uma lição que eu não estava pronta para entender. Mesmo sabendo que havia prometido a Rosalie que chegaria em dois dias, eu simplesmente não conseguia sair dali.

A presença de Iris ecoava em minha mente, uma voz suave e encorajadora que sussurrava palavras de sabedoria. 

—S/N, você precisa se conectar com a sua magia. Não pode ignorar o que você é. — dizia ela, como um eco distante, mas sempre claro.

— Eu só quero voltar — respondi, frustrada. — Preciso ver Rosalíe e os outros. Eles precisam de mim.

— Sua jornada não termina aqui. Se você não entender quem você é, como poderá ser forte para eles? Você precisa ficar e treinar. Não é apenas uma questão de força física; é sobre se entender, se conhecer e se aceitar.

Concordei relutantemente. No dia seguinte, Iris tornou-se uma mentora dentro de mim, guiando-me por um caminho de autodescoberta que eu nunca esperara. Lembrava-me de todas as vezes que minha mãe tentara me ensinar, mas eu estava tão ocupada sonhando em deixar aquele vilarejo que não via a importância de seus ensinamentos. Agora, no entanto, tudo fazia sentido.

Os dias se arrastaram em uma sequência de treinamento intenso. A floresta parecia responder à minha presença, como se os ventos sussurrassem segredos. Iris se tornava minha consciência, uma voz suave que reverberava em meu interior, sugerindo rituais e feitiços, ensinando-me a invocar a magia que corria em minhas veias. A cada novo feitiço, uma sensação de conexão mais profunda se formava entre mim e a natureza ao meu redor.

Certa manhã, após um sonho especialmente vívido, estava ansiosa para começar o dia. Iris me guiou em uma meditação, e, enquanto meus olhos estavam fechados, pude ver imagens dançando em minha mente. Quando abri os olhos, uma pequena esfera de luz flutuava diante de mim, pulsando suavemente com cores vivas.

— Excelente, S/N! Veja como a energia responde a você — dizia a voz de Iris, como um incentivo caloroso. Senti um calor subir pela minha espinha ao ver a esfera brilhar, uma confirmação de que estava no caminho certo.

No entanto, havia momentos em que a frustração se tornava insuportável. Cada vez que tentava me afastar da floresta, o ambiente parecia me reverter, me forçando a andar em círculos. Era como se a própria floresta tivesse vontade, tentando me mostrar algo que eu não conseguia ver. Senti que ela queria que eu ficasse, que eu aprendesse mais sobre mim mesma antes de partir. A conexão com a natureza estava se tornando mais forte, e eu comecei a entender a sabedoria que ela carregava.

Numa noite em particular, enquanto olhava para as estrelas, uma sensação de tristeza me invadiu ao lembrar do meu irmão. 

— Se eu tivesse feito isso antes, talvez eu pudesse ter evitado o que aconteceu. — murmurei, olhando para o céu.

— S/N, você não pode viver com esse peso. — disse Iris, sua voz ressoando na minha mente, tranquila e firme. — A vida é feita de escolhas, e cada uma delas nos molda. Você precisa se perdoar.

As conversas com Iris se tornaram mais profundas, e uma amizade genuína começou a florescer em minha mente. Ela não apenas me ensinava sobre magia, mas também sobre a vida, a importância de aceitar as imperfeições. Aprendi a confiar nela, e ela se tornou uma figura materna em um tempo que eu mais precisava.